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30 de abril de 2015

Hiperbórea

۞ ADM Sleipnir  e ADM Dama Gótica



Hiperbórea, ou País dos Hiperbóreos (em grego antigo, Ὑπερϐόρεοι, Hyperbóreoi, "acima do Vento Norte"), é um reino mítico, que segundo a mitologia grega, ficava localizado no extremo norte, para além do local de onde sopra Bóreas, o Vento Norte e que era inteiramente devotado a Apolo. Seus habitantes eram os hiperbóreos, uma raça abençoada com vida longa e livre de guerras, de trabalho duro e das implicações da velhice e das doenças. Em Hiperbórea, o sol era dito resplandecer 24 horas por dia, proporcionando para os seus habitantes uma primavera eterna.

Hiperbórea era geralmente descrita como uma terra continental, delimitada pelo rio Oceano ao norte e pelos míticos montes Rifeus (Rhipaion em grego, Riphaeus em latim, às vezes identificados com os Cárpatos) ao sul. Seu principal rio era o Erídano, que fluía para o sul, tirando suas águas diretamente do Oceano. O Erídano era margeado por álamos que produziam o âmbar e suas águas coalhadas de bandos de cisnes brancos. Abençoada por eterna primavera, essa terra produzia duas colheitas de trigo por ano, mas a maior parte do país era coberta de ricas e belas florestas, "o jardim de Apolo".

O sul do país era protegido pelos picos terrivelmente gelados dos quase impassáveis montes Rifeus. Esta era a morada de Bóreas, o deus do Vento Norte, cujo bafo gelado trazia o inverno a todas as terras ao sul - Cítia, Trácia, Ístria, Céltica, Itália e Grécia. Os picos das montanhas eram também o lar dos grifos e seus vales eram abitados pela feroz tribo dos arimáspios, de um só olho. Imediatamente ao sul estava Pteróforo, uma terra desolada, coberta de neve e amaldiçoada por um inverno eterno.

Hiperbórea era uma teocracia governada por três sacerdotes do deus Apolo, gigantes filhos de Bóreas e conhecidos como Boréades. Sua capital continha um templo circular dedicado ao deus onde hecatombes de asnos eram sacrificadas em sua honra. Esse povo musical também celebrava sua divindade com um constante festival de música, canções e danças, sobre o qual voavam em círculos os cisnes brancos hiperbóreos, juntando sua doce canção aos hinos a Apolo.

Mitos

Hiperbórea aparece em vários mitos. Um deles é a história de Faetonte, o jovem que tentou guiar a carruagem do sol, mas acabou perdeu o controle da mesma e foi fulminado por um raio de Zeus. Seu corpo em chamas caiu no rio Eridano, onde suas irmãs, as Helíades, se reuniram em luto e se transformaram em árvores de álamo derramando âmbar. Seu amigo Kyknos, aflito, pulou para dentro do lago de betume no qual Faetonte caiu, e foi transformado em um cisne. Hiperbóreos posteriormente saltaram neste mesmo lago e como eles estavam se aproximando da morte, foram transformadas em cisnes brancos que cantavam. Os cisnes migraram para o rio lídio Kaystros e outros lugares no sul, mas mantiveram-se mudos para além de sua terra natal.


O herói grego Perseu viajou para Hiperbórea e foi atendido por seu povo quando ele foi em busca de algumas ninfas que guardavam tesouros dos deuses, e das Gréias, que poderiam revelar a localização de Medusa.

Héracles visitou Hiperbórea em duas ocasiões diferentes. A primeira delas foi durante a execução de seu 4º trabalho: a busca pela corça de Cirinéia, que durante a perseguição fugiu em direção ao norte através da Ístria (a terra do rio Istra, atual Danúbio), chegando ao país dos hiperbóreos. Ao chegar lá, Héracles é benevolamente acolhido pela deusa ÁrtemisA segunda vez foi quando Héracles procurou o titã Atlas para obter as maçãs de ouro das Hespérides. O titã segurava a abóbada do céu no alto em Hiperbórea sob o eixo celeste em torno do qual as constelações giravam (versões posteriores desta história situam Atlas no noroeste da África). 

Segundo Diodoro da Sicília, Leto, a mãe de Apolo, seria uma hiperbórea que veio do extremo Norte para a ilha de Delos, a fim de dar à luz Apolo e Ártemis, mas os objetos sagrados apolíneos eram originários da ilha. Conta-se também que duas jovens hiperbóreas, Arges e Ópis, acompanharam Ilítia e Leto até a ilha de Delos, trazendo presentes para a primeira, a fim de que permitisse o nascimento de Ártemis e Apolo. Relata-se que até mesmo o primeiro de todos os oráculos foi fundado na ilha pelo profeta de Apolo, o hiperbóreo Ólen, que teria introduzido na redação dos mesmos o verso hexâmetro.

Outras histórias ligam os Hiperbóreos a fundação de vários santuários religiosos importantes da Grécia antiga. O principal santuário relacionado aos Hiperbóreos era o oráculo de Apolo em Delfos. O segundo dos templos construídos ao deus foi dito ter sido construído por dois peregrinos hiperbóreos, utilizando cera de abelha e penas de cisnes. Quando o exército dos gauleses tentou invadir o templo em tempos históricos, o fantasma desses dois surgiram e afugentaram os inimigos.

Talvez o mais famoso profeta hiperbóreo era um homem chamado Abaris, que recebeu uma flecha mágica do deus Apolo, e ele a usava para voar ao redor do mundo realizando milagres. Alguns dizem que esta flecha foi a mesma que Apolo usou para matar os cíclopes, e ele a teria escondido debaixo de uma montanha Hiperbórea.



fontehttp://www.theoi.com/Phylos/Hyperborea.html
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29 de abril de 2015

Mitologia do Zodíaco Chinês

۞ ADM Sleipnir



O Zodíaco Chinês é composto por 12 signos baseados no calendário milenar chinês e representados por 12 animais, onde cada um rege consecutivamente durante um período de cerca de um ano. Os signos chineses estão associados a cinco elementos da natureza, que são: Fogo, Terra, Metal, Água e Madeira. A cada doze anos acontece um ano, de cada animal, associado, consecutivamente, a um dos cinco elementos.

Existem muitas lendas e mitologia relacionadas ao zodíaco chinês e existem várias versões e histórias populares em diferentes regiões. Por que existem doze animais no zodíaco chinês e como a ordem deles foi estabelecida? A lenda segue abaixo.

A Ordem dos Animais 

Certo dia, o Imperador de Jade (principal divindade chinesa) percebeu que não havia ainda um sistema para registrar o tempo, o que era muito inconveniente. Então, convocou o Deus da Terra e pediu que reunisse todos os animais da Terra e lhes anunciasse o seguinte: "Amanhã, ao nascer do sol, os primeiros 12 animais que cruzarem este rio levarão seus nomes no calendário zodiacal". 



Naquela época, o gato e o rato eram bons amigos. Ao tomar conhecimento desta notícia, o gato disse ao rato: "Devemos chegar cedo para nos inscrevermos, mas eu costumo acordar tarde." O rato então promete ao gato que irá despertá-lo bem cedo para que eles pudessem ir juntos. 

No dia seguinte, no entanto, o rato acordou tão animado que se esqueceu de sua promessa, e foi direto para o local de encontro. No caminho, ele encontrou o tigre, o boi, o cavalo e outros animais que corriam muito mais rápido que ele. Para não ficar para trás, o rato teve uma boa ideia. Ele fez o boi carrega-lo, com a condição de que ele cantaria para o boi. Por fim, o boi e o rato chegaram na frente. O boi estava muito feliz, achando que ele seria o primeiro signo dos anos, mas quando eles estavam próximos de chegar, o rato pulou na frente do boi, e então tornou-se o primeiro animal de sorte do zodíaco chinês. Enquanto isso, o seu amigo gato acordou tarde demais e quando ele finalmente chegou, a seleção já havia acabado. O Zodíaco acabou por ser organizado consoante a ordem de chegada dos animais ao ponto de encontro: Rato, Boi, Tigre, Coelho, Dragão, Serpente, Cavalo, Cabra, Macaco, Galo, Cão e Porco, respetivamente. O gato ficou furioso por ter ficado de fora, e é por esse motivo que o gato odeia o rato.

Existem diferentes versões dessa história. Alguns dizem que foi o Imperador Amarelo (Huang Di) quem convocou os animais, e outros dizem que foi o Buda. Conta-se também que o rato deixa de acordar o gato intencionalmente, pois o mesmo era mais bonito de todos os animais, e o rato temia perder sua posição para o mesmo. Alguns dizem que os animais tiveram que atravessar um rio, ou então somente disputarem uma corrida simples. Conta-se que o elefante também participa dessa corrida, mas acaba fugindo após o rato entrar em sua tromba.

Abaixo segue um vídeo bem legal que recria a corrida dos animais:



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28 de abril de 2015

Werehyena

۞ ADM Sleipnir


Werehyena (Homem-Hiena) é uma criatura resultante da transformação de um homem em hiena. O termo werehyena é um neologismo feito em analogia ao termo inglês werewolf, que nomeia os licantropos (lobisomens). Werehyenas são figuras comuns no folclore do norte da África, no Chifre da África e no Oriente Médio, bem como em alguns territórios adjacentes. 


Ao contrário de lobisomens e de outros teriantropos, que geralmente são retratados como sendo originalmente humanos, algumas tribos acreditavam que as hienas eram capaz de assumir a forma humana à sua vontade. Os humanos que se transformam em werehyenas podem tanto se transformar completamente em hienas, quanto assumir uma forma híbrida entre as duas espécies.



Ao contrário dos lobisomens, werehyenas não possuem restrições de quando podem se transformar, podendo fazê-lo no momento em que bem entenderem, porém geralmente o fazem à noite. Uma vez transformados, sua principal atividade é a caça de seres humanos, os quais eles tentam atrair chamando seus nomes e atraindo-os para longe de amigos e familiares. Caso a vítima atenda aos seu chamado, certamente será devorada. Quando não estão caçando, Werehyenas costumam se envolver em todo tipo de depravação, incluindo violação de túmulos, canibalismo e pilhagem de aldeias.

Werehyenas na Cultura Africana

Na linguagem Kanuri do Império Bornu na região do Lago Chade, esses metamorfos são referidos como bultungin que se traduz em "me transformo em hiena".Acreditava-se que uma ou duas das aldeias da região eram povoadas inteiramente por homens-hiena,como os Kabultiloa.

Na Etiópia, acredita-se que cada ferreiro, cujo comércio é hereditário, seja na verdade um mago ou feiticeiro com o poder de se transformar em uma hiena. Estes homens-hiena supostamente roubam sepulturas à meia-noite e são conhecidos como bouda. Eles são vistos com desconfiança pela maioria dos seus compatriotas. A crença nos bouda também está presente no Sudão, Tanzânia e Marrocos, onde alguns povos acreditam que  os bouda são homens ou mulheres que se transformam em hienas durante a noite e retomam a forma humana ao amanhecer. Muitos cristãos etíopes acusam os  judeus etíopes de serem boudas, acusando-os de desenterrar cadáveres de cristãos e consumi-los.



No folclore de povos ocidentais sudaneses, tal criatura é retratada como um monstro canibal que à noite se transforma e aterroriza as pessoas, especialmente os amantes. Em forma humana, eles são retratados como curandeiros poderosos, ferreiros, ou lenhadores, mas reconhecíveis através de sinais corporais, como um corpo peludo, olhos vermelhos e brilhantes e uma voz nasal.

Membros do culto Kore do povo Bambara do Mali "tornam-se" hienas imitando o comportamento dos animais através de máscaras e fantasias. o objetivo de tal culto é conjurar a força mistica do animal em cada participante.

Culturas da Eurásia
  • Al-Doumairy, em sua Hawayan Al-Koubra (1406), escreveu que as hienas são criaturas vampíricas que atacam pessoas à noite e sugam o sangue de seus pescoços;
  • Um tratado médico persa escrito em 1376 diz como curar pessoas conhecidas como kaftar, que eram meio-humanos, meio-hienas, e que tinham o hábito de matar crianças;
  • Até o final do século XIX, os gregos acreditavam que os corpos dos lobisomens, se não fossem destruídos, iriam assombrar os campos de batalha como hienas vampíricas, que beberiam o sangue dos soldados mortos.

fonte:
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27 de abril de 2015

Pedra Negra de Caaba

۞ ADM Sleipnir


A Pedra Negra (em árabe: الحجر الأسود; transl.: al-Hajar al-Aswad) é uma pedra escura de cerca de 50 cm de diâmetro. É uma das relíquias mais sagradas do Islã, e segundo a tradição muçulmana, remonta ao tempo de Adão e Eva. Segundo a tradição, a pedra foi recebida por Abraão das mãos do anjo Gabriel.

Ela já era cultuada pelos árabes antes mesmo da criação do Islã, onde, segundo relatos, era branca e se tornou negra devido aos pecados humanos. A Pedra Negra encontra-se em uma construção chamada Caaba, na mesquita sagrada de Masjid al-Haram em Meca, para onde se voltam os muçulmanos em suas preces diárias.

Caaba
Sua aparência física é a de uma rocha fragmentada escura, polida pelas mãos de milhões de peregrinos. A tradição islâmica diz que caiu do céu para mostrar a Adão e Eva onde construir um altar. Embora tenha sido muitas vezes descrito como um meteorito, esta hipótese é agora incerta.

A pedra negra consiste de um número de fragmentos mantidos juntos por uma moldura de prata, fixada à pedra por pregos de prata.3 Alguns dos fragmentos menores foram cimentados entre si. A face exposta da pedra mede 20 cm por 16 cm. Seu tamanho original não é claro; suas dimensões registradas mudaram consideravelmente ao longo do tempo, como a pedra foi remodelada em várias ocasiões.


fonte: Wikipédia
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24 de abril de 2015

Hyaku Monogatari

۞ ADM Sleipnir


Hyaku monogatari (百物語, "cem histórias") ou Hyaku monogatari kaidankai (百物語怪談会, "cem histórias de fantasmas") é um "jogo" do folclore japonês, no qual você entra em uma sala, com varias pessoas, e cada uma tem que contar uma história de terror supostamente real. A medida que as histórias de fantasmas vão sendo contadas, os espíritos destes (no caso o espírito do qual é contado a história), se reúnem ao redor da sala onde ocorre o "jogo".

Para realizar esse jogo, é necessário uma tigela com água, para que os jogadores possam ver se há algum espirito no recinto. Para proteger os jogadores, é criada uma kekkai (barreira espiritual) ao redor da sala: o primeiro jogador acende uma vela e a deixa em sua frente, depois os outros jogadores acendem suas próprias velas nessa primeira e as colocam nos cantos da sala. Depois que terminam de fazer a barreira, o primeiro jogador apaga sua vela e as histórias começam.


Existem versões do jogo em que se usam 100 velas, uma para cada história contada. A medida que as histórias são contadas, as velas são apagadas. No meio da brincadeira, ninguém pode desistir e sair da sala, pois se isso acontecer, os fantasmas que estariam em volta da sala em que acontecia a "brincadeira", irão atormenta-lo para o resto da vida. 

O Hyaku monogatari kaidankai é tido como um ritual de evocação, pois ao contar a história e apagar cada vela estariam acumulando energia espiritual, transformando a sala em um farol para criaturas sobrenaturais: com o desaparecimento da última luz, alguém ou alguma coisa terrível estaria esperando na escuridão. Desse modo, foi dado o nome de Ao-andou ou “Yokai da Lanterna de Papel Azul” ao yokai que surge ao final das cem histórias, indenpendente do tipo de yokai que aparecer.


fontes:
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23 de abril de 2015

Spriggans

۞ ADM Sleipnir


Spriggans são uma classe de fadas pertencentes ao folclore da Cornualha, condado que fica no sudoeste de uma península da Inglaterra, Reino Unido. Eles são seres descritos como tendo uma aparência grotesca, possuindo corpos pequenos, magros e enrugados. Na cultura moderna, tem sido geralmente caracterizados como criaturas com corpos formados por galhos e folhas de árvores.

Eles são geralmente encontrados em ruínas antigas onde jazem tesouros enterrados, e atuam como guardiães das mesmas. Eles também podem ser encontrados em florestas ou outros locais remotos. Embora geralmente pequenos, Spriggans tem a capacidade de aumentar o seu tamanho, chegando a atingir proporções gigantescas. Por isso, algumas pessoas acreditavam que os Spriggans fossem fantasmas de gigantes, que supostamente habitaram a Cornuália em tempos remotos.


Spriggans são intimamente relacionados com outra classe de fadas, os Pixies, mas são em geral mais sombrios e perigosos do que os mesmos. Enquanto Pixies são geralmente descritos como sendo alegres e divertidos, Spriggans são mais rancorosos e cheios de malícia, e costumam empregar truques malignos no trato com os seres humanos. Eles podem provocar mau tempo e disseminar pragas, causando a morte de plantações e animais. Além disso, eles também roubam crianças pequenas e as substituem por uma de sua própria espécie, um traço comum em muitas lendas de fadas. Outro costume dos Spriggans é conduzir viajantes perdidos até a beira de penhascos, de onde acabam empurrando-os para a morte.

Como a maioria das fadas, Spriggans são repelidos por amuletos de ferro. Usar roupas do avesso também é um bom método para mantê-los afastados. Um detalhe adicional sobre eles é que não podem tocar a água salgada dos mares.


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22 de abril de 2015

Bifröst

۞ ADM Sleipnir


Bifröst Bilröst, Ásbrú, Bifrost) é na mitologia nórdica a ponte que liga Midgard, o reino dos mortais, a Asgard, o reino dos deuses. Ela foi construída pelos Aesir, e por ela eles viajam diariamente para realizar seus conselhos sob a sombra da árvore YggdrasilA ponte em si é um arco-íris, formado por três cores com magia e é incrivelmente forte. Ela é guardada por Heimdall, que de seu salão Himinbjorg localizado na extremidade superior da ponte, vigia os nove reinos. 


Era somente por ela que os gigantes (jotunns), inimigos dos Aesir, poderiam ter acesso a Asgard, e por isso, além da proteção de Heimdall, a ponte continha um mecanismo de defesa especial: a cor vermelha da ponte possui propriedades flamejantes, e incinera qualquer um que tente invadir Asgard sem permissão.

Bifröst será destruída durante o Ragnarok, quando os gigantes de fogo comandados por Surtur, caminharão sobre ela e invadirão Asgard.

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21 de abril de 2015

Chibamba

۞ ADM Sleipnir

Arte de Filipe Sant'ana

O Chibamba é uma estranha entidade presente no folclore do sul de Minas Gerias, uma variação do Bicho Papão. A lenda conta que ele surge para assombrar e assustar as crianças que teimam com os pais e choram na hora de dormir. Ele faz essas crianças dormirem à força, mesmo sem sono e as amedronta a noite inteira fazendo com que eles tenham pesadelos terríveis.

Dizem que ele é o espírito das bananeiras, e por isso ele veste uma longa esteira de folhas de bananeira. Ele dança de forma compassada enquanto caminha, rodopiando e fazendo um som, como se fosse um ronco de porco.

Origem da lenda

A lenda do Chibamba teve sua origem na África, e chegou ao Brasil por intermédio dos nativos africanos. Estes se  vestiam com folhas de bananeira e usavam máscaras assustadoras em vários dos seus rituais: pesca, caça, colheita, rituais religiosos e inclusive em cerimônias de casamentos. Os figurantes simbolizavam a reencarnação dos seus antepassados, que ora os visitavam para abençoar suas festas. Os africanos se apresentavam em seus terreiros festivos, onde as amas pretas de leite cuidavam dos seus bebês e também das crianças brancas, e assim deu-se a origem do Chibamba como criatura assustadora. Era uma oportunidade e tanto para mostrar às crianças, aqueles figurantes caracterizados de monstros cobertos de folhas e mascarados, como sendo uma entidade que viria atormentar as que não quisessem dormir.


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20 de abril de 2015

Estinfálides

۞ ADM Sleipnir

Arte de David Demaret

Os Estinfálides eram um bando de pássaros comedores de homens que assombravam o Lago Estínfalo, na Arcádia, uma região da Grécia. Elas habitariam os locais mais ermos da área, como os pântanos insalubres, fazendo seus ninhos nos galhos retorcidos, onde era difícil de se alcançar e de ver. Esses pássaros possuíam bicos de bronze e penas metálicas, brilhantes e afiadas. Atacavam os homens impiedosamente, ferindo-os com suas penas e devorando sua carne, até que sobrasse somente os seus ossos.

À mando do rei Euristeu, Héracles os eliminou como parte de seu sexto trabalho. Enquanto Héracles seguia seu caminho em direção ao Lago Estínfalo, ele foi visitado por Atena, que lhe entregou um presente especial forjado por Hefesto: duas castanholas de bronze, que ao serem tocadas, criavam um barulho ensurdecedor, capaz de fazer os pássaros se desentocarem dos pântanos e tentarem alçar voo. Ao chegar no lago, Héracles logo avistou os terríveis pássaros. Haviam centenas deles, aninhando-se por todo o lago, e também nas árvores. Héracles pegou as castanholas e encheu o ar com um som alto e melodioso. 

Arte de titta

Os Estínfalides se assustaram com o barulho e levantaram vôo no ar. Héracles então pegou seu arco, mirou os pássaros enquanto voavam e atirou suas flechas, que haviam sido banhadas no sangue da Hidra de Lerna. Um por um, os pássaros caíram mortos. Héracles matou 100 deles, e o restante conseguiu escapar, e nunca mais foram vistos ou ouvidos novamente. Héracles pegou ainda uma dúzia de pássaros, e os levou de volta para o rei Euristeu, que teve seus planos frustados mais uma vez.

Os Pássaros Estinfálides às vezes eram identificados com os Ornithes Areioi (Pássaros de Ares), encontrados pelos Argonautas no Mar Negro, durante sua busca pelo Velocino de Ouro.

Arte de Diana Mercolini
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17 de abril de 2015

Mama Cocha

۞ ADM Sleipnir

Arte de Genzoman

Mama Cocha ("mãe do mar" em quechúa; também Mama QochaCochamama) é a deusa inca das águas, irmã e consorte do deus criador Viracocha e mãe de Mama Quilla, (deusa da lua) e de seu irmão/marido Inti (deus do sol). Ela possui o domínio sobre todas as massas de água, desde lagos e mares até as chuvas, e era especialmente associada com o lago Titicaca, no Peru, que até hoje é chamado por muitas pessoas de lago Mama Cocha. Acredita-se que esse lago era considerado a personificação da deusa ou então o seu lar.

Arte de Genzoman

Mama Cocha foi especialmente cultuada em toda a costa dos atuais territórios do Peru, Equador, Sul da Colômbia e no Norte do Chile, onde a pesca era e ainda é essencial para a vida. Ela também era adorada em lagos e lagoas perto de aldeias. A maior parte de seus adoradores eram marinheiros e pescadores, e acreditava-se que ela os protegia acalmando os mares e cessando tempestades, além de prover-lhes uma abundância de peixes, garantindo assim uma farta pescaria.

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16 de abril de 2015

Meretseger

۞ ADM Sleipnir
Arte de Ze-Yan Jhuang

Meretseger (Mertseger, Merseger, Mereseger) era a deusa guardiã da necrópole de Tebas (Waset, no 4º Nomo do Alto Egito) e também uma protetora dos mortos. Seu nome significa "aquela que ama o silêncio" ou "amada pelo silêncio". Acreditava-se que ela habitava uma montanha com forma de pirâmide perto de Deir el-Medina, a aldeia onde habitavam os homens que construíram os túmulos reais durante o Império Novo. Por esta razão era também denominada pelos habitantes de Deir el-Medina como "Dehenet Imentet", que significa "Montanha do Oeste".

Iconografia

Ela era geralmente representada como uma serpente ou uma serpente com a cabeça de uma mulher, embora, as vezes, ela fosse representada como uma mulher com cabeça de serpente, ou numa forma ainda mais incomum, uma serpente com três cabeças (uma de mulher, uma de cobra e uma de abutre).



Características

Meretseger era adorada como uma divindade protetora, mas também era muito temida. Ela atacava qualquer um que tentava violar os túmulos, bem como os trabalhadores que mentiam ou tentavam roubar tesouros ali enterrados. Pensava-se que ela poderia causar cegueira imediata ou infligir uma mordida de cobra ou escorpião no culpado. No entanto, ela era uma deusa misericordiosa, e curava qualquer um que se arrependesse e prometesse expiar suas ações. Uma série de estelas votivas em sua honra parecem indicar isso. Em algumas dessas peças estão inscritos pedidos de cura e de perdão pelos pecados cometidos. Um artesão, por exemplo, tendo ofendido a deusa, ficou enfermo. Expressando sua religiosidade, humildemente reconhece a grande misericórdia da deusa e afirma:
"Eu era um homem ignorante e sem coração, não sabendo distinguir o bem do mal; na verdade eu pequei contra o Cume, e ele me puniu. Noite e dia eu estive em seu poder. Eu supliquei à brisa, mas ela não veio... Eu implorei a esta soberana, e ela veio a mim com uma brisa agradável; ela se mostrou misericordiosa depois de me ter feito conhecer seu poder; ela me deu seus favores; ela me fez esquecer meu mau e a brisa voltou. Certamente o Cume do Oeste é indulgente para aquele que lhe implora..."
Outra estela erguida por um empregado da necrópole chamado Nefer-abu conta como esse insensato cometeu uma transgressão contra o Cume e foi por isso severamente punido. Mas como a deusa às vezes usava de clemência, ele foi finalmente perdoado e então, em advertência aos demais possíveis pecadores, escreveu:
"Guardai isto que direi para grandes e pequenos entre os trabalhadores: cuidado com o Cume! Pois há um leão no interior do Cume, e é como um leão selvagem que ele ataca e persegue todo aquele que lhe desobedece."
Essas noções de "pecado" e "arrependimento" não eram comuns no Egito Antigo. Os egípcios acreditavam em Ma'at (saldo ou ordem) e no caos em vez do "bem" e "mal" e nenhuma outra divindade recompensava expiação e punia pecadores da forma como Meretseger fazia.

Culto

Seu culto era popular em Tebas e Deir el Medina (a aldeia dos operários perto do Vale dos Reis) durante o Império Novo, e um pequeno templo dedicado a ela e ao deus Ptah foi construído por perto. No entanto, ela era tão intimamente associada com a necrópole de Tebas que seu culto nunca foi estabelecido em outros lugares. Quando a necrópole real foi abandonada durante a 21ª Dinastia, seu culto entrou em decadência e Meretseger caiu no esquecimento.

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15 de abril de 2015

Anões

۞ ADM Sleipnir


Os Anões (Dwarf, Dvergr, Dweorg, Twerg, Dwergaz) são uma raça de seres que de acordo com a mitologia nórdica, foram criados a partir dos vermes que roíam o cadáver do gigante Ymir. Eles receberam como morada Svartalfheim, o reino dos elfos escuros, e estes muitas vezes eram confundidos com os Anões. Em alguns contos não há distinção entre um e outro, e alguns estudiosos acreditam que se tratavam da mesma criatura. O reino dos anões também costuma ser chamado de Nidavellir ("campos escuros").

Os anões são seres longevos e sábios, detentores de poderosas habilidades mágicas. Eles são mais frequentemente conhecidos por seu talento como ferreiros e artesãos extremamente habilidosos. Entre os muitos tesouros únicos criados por eles estão: Mjöllnir, o poderoso martelo de Thor; Gleipnir, a corrente usada para prender o lobo Fenrir, após todas as outras terem se quebrado; Skidbladnir, um navio que pertence a Freyr e sempre tem ventos favoráveis à navegação; Gungnir, a lança de Odin; Draupnir, um anel de propriedade de Odin; o Brísingamen, um magnífico colar de propriedade de Freya; e os cabelos longos e dourados de Sif, a esposa de Thor. 


Anões são geralmente descritos como sendo seres de cabeça grande, sempre com uma barba comprida, rosto franzino, pernas curtas e tronco atarracado. Geralmente usam roupas de couro, e um avental onde carregavam suas ferramentas. Eles possuem uma espécie de gorro que os faz desaparecer no meio da névoa quando colocado. Por não existirem anões do sexo feminino, eles copulavam com deusas e com mortais em troca de jóias, armas e outros objetos por eles fabricados. 


A despeito de suas exímias habilidades, os anões possuem uma má reputação, pois são vistos usualmente como mesquinhos e gananciosos quando diante de metais preciosos. Além disso, alguns possuem fama de ladrões e trapaceiros. Todos possuem um temperamento vingativo, e ao sofrerem algum tipo de humilhação ou agressão, ele irão revidar contra os agressores, seja pregando peças, escondendo objetos ou até mesmo causando prejuízo de qualquer ordem a eles. 


Dezenas de anões são nomeados nos Eddas e em outras obras a cerca da mitologia nórdica. Dentre eles, os mais relevantes são:
  • Alfrigg, Berling, Dvalin e Grerr, os quatro anões com que a deusa Freya copulou em troca do belo colar Brisingamen; 
  • Andvari, o anão que forjou o anel mágico que multiplicava riquezas, Andvarinaut
  • Brokk e Eitri (ou Sindri), criadores de vários itens mágicos dos deuses; 
  • Nordri, Sudri, Austri e Vestri, os quatro guardiões dos quadrantes: Nordri (Norte), Austri (Leste), Sudri (Sul), e Vestri (Oeste). 
  • Durinn e Mótsognir, os primeiros anões criados pelos deuses, e os ancestrais de toda a raça dos anões.
  • Alberich. No Nibelungenlied, um poema épico em alto alemão escrito durante o século XIII, Alberich é um anão e um poderoso mago, guardião do tesouro dos nibelungos, mas é vencido por Sigurd


fontes:



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14 de abril de 2015

Han'yō

۞ ADM Sleipnir

Inuyasha, de shuangwen

Na mitologia japonesa, um Han'yō (kanji 半妖, romanizado como  Hanyō, Han'you ou Hanyou) é um ser híbrido sobrenatural, nascido do relacionamento amoroso entre um humano e um yokai. Geralmente, são mulheres humanas que são seduzidas por algum yokai, e eventualmente acabam engravidando e gerando um bebê, híbrido das duas espécies. 

Normalmente, um Han'yō possui a aparência de um ser humano, com certas características oriundas do pai yokai. Podem ter pele, olhos e cabelos em colorações incomuns, orelhas felinas, etc. Algumas vez, diferenças físicas extremas podem ser notadas. Sua força e resistência são maiores do que a dos seres humanos comuns, e podem possuir certos poderes sobrenaturais herdados de seu pai. Han'yōs também tendem a viver muito mais do que um ser humano normal.

Folclore

Templo Seimei, localizado em Kyoto

O han'you mais famoso do folclore japonês foi Abe no Seimei (921-1005, Era Heian). Ele trabalhou como onmyouji (uma espécie de feiticeiro que entre outras coisas era encarregado de proteger o mundo humano dos yokais) para vários imperadores da Era Heian e também era astrólogo.

Segundo a lenda, Abe no Seimei não era inteiramente humano. Seu pai, Abe no Yasuna, era humano, mas sua mãe, Kuzunoha, era uma kitsune (um "espírito de raposa"). Em uma idade muito precoce, no mais tardar aos cinco anos, ele teria sido capaz de comandar fracos Oni (demônios da mitologia japonesa). A mãe de Seimei foi então confiada a Kamo no Tadayuki para que ele pudesse viver uma vida humana adequada, não se tomando o mal para si.

Cultura Popular

Han'you são figuras bastante recorrentes em jogos, animes e mangás. Dentre muitos, podemos destacar Yusuke Urameshi (Yu Yu Hakusho), Inuyasha (Inuyasha) Nura Rikuo (Nurarihyon no Mago) e Rin Okumura (Ao no Exorcist), que são todos filhos de pais yokai e mães humanas.

Yusuke Urameshi (forma Yokai), de Yu Yu Hakusho


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13 de abril de 2015

Gréias

۞ ADM Sleipnir


As Gréias (do grego Graeae), também chamadas de Fórcidas ou Irmãs Cinzas, são na mitologia grega um trio de irmãs filhas das divindades marinhas Fórcis e Ceto, e responsáveis por guardarem o caminho que levava à morada das Górgonas, também suas irmãs. Seus nomes eram Ênio ("o terror"), Pênfredo ("o alerta") e Dino ("o medo"). 

Elas possuem a aparência de mulheres velhas e decrépitas desde o seu nascimento. Juntas possuíam somente um olho e um dente, os quais elas compartilhavam entre si. O dente e o olho nunca estavam ao mesmo tempo com uma só: enquanto uma delas via, a outra falava e a que sobrava apenas ouvia. Seu habitat era um pântano próximo às fronteiras do submundo.



Mitologia

Sua maior participação nos mitos foi durante a jornada do herói Perseu, que havia aceitado a missão de matar Medusa, uma das górgonas. Somente as Gréias conheciam o local onde as górgonas viviam, e, guiado por Hermes, Perseu vai até o encontro delas. As irmãs faziam sua guarda em turnos: enquanto uma delas vigiava, as outras dormiam. Perseu consegue roubar o olho da irmã que vigiava, e após as três caírem num sono profundo, Perseu consegue seguir em frente e encontrar o esconderijo das górgonas.

De acordo com outra versão, havia um oráculo que dizia que apenas alguém que possuísse um par de sandálias aladas, um alforje, chamado híbisis, e também o capacete de Hades, que conferia invisibilidade ao seu usuário, seria capaz de cortar a cabeça da Medusa. Os três objetos estavam em poder de um grupo de ninfas que somente as Gréias sabiam onde viviam. Instruído por Hermes e Atena, Perseu rouba o olho e o dente das Gréias, e as obriga a revelar-lhe a localização dessas ninfas. Sem escolha, as Gréias revelam o local onde as ninfas viviam, e Perseu pode assim obter todos os itens necessários para poder encarar a Medusa.


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10 de abril de 2015

Krishna

۞ ADM Sleipnir



Krishna (do sânscrito कृष्ण, "O Negro") é o oitavo avatar (reencarnação) do deus Vishnu, e um dos mais populares entre os hindus, sendo venerado como uma divindade suprema. Adorado como um restaurador da ordem do mundo, ele aparece em uma série de mitos e lendas. As mais importantes fontes de histórias sobre Krishna são o Mahabharata, o grande épico hindu escrito entre 400 B. C. e A. D. 200, e o Bhagavata Purana, escrito mais tarde.

Iconografia

Krishna é muitas vezes descrito e retratado como criança, como adolescente e como adulto. Como criança chama-se Bala-Krishna; como adolescente Venugopala, o pastor que apascenta o gado tocando sua flauta chamada Murali; e como adulto é o rei guerreiro que restaura o Dharma na Terra. Sua pele é retratada na cor preta ou azul-escura, conforme descrito nas escrituras hindus, embora na maioria das representações modernas ele seja mostrado com pele azul. Normalmente, está com uma perna dobrada na frente da outra, levando uma flauta aos lábios, esboçando um sorriso misterioso, e acompanhado por vacas. Ele aparece usando um dhoti de seda amarelo e uma coroa de penas de pavão. 



Nascimento 

Krishna era o filho de Vasudeva e Devaki. Seu tio, o maligno Kamsa, assumiu o governo do reino de Mathura durante o Dvapara Yuga, (a 3ª era do mundo segundo o hinduísmo), após destronar o rei Ugrasena do clã YadavaKamsa se tornou muito poderoso e as pessoas na terra, bem como os Devas sofreram imensamente sob seu domínio tirânico. Movido pelas orações fervorosas dos sofredores, Vishnu decidiu tomar nascimento em forma humana e aniquilar as forças do mal lideradas por Kamsa.


Outra razão para a reencarnação de Vishnu era o excesso de população naquele período (particularmente acentuado pela maior proporção dos iníquos e maus sobre os justos). Uma das funções de Vishnu era iniciar a destruição em larga escala da raça humana, a fim de trazer um equilíbrio gerenciável para os recursos terrestres e estabelecer o dharma.

Um dia, Kamsa foi avisado por seus astrólogos que sua morte seria causada pelo oitavo filho que nasceria de sua irmã Devaki. Como resultado, ele aprisionou a irmã e o seu marido, e matava cada um dos filhos que eles tinham. Mesmo sabendo que a profecia se cumpriria apenas no oitavo filho, Kamsa não tinha piedade, e nesse ritmo matou 6 de seus sobrinhos. 

Mesmo nessas condições, Devaki ficou grávida novamente, e dessa vez era um filho de concepção divina. Este era Balarama, que é a expansão de Krishna e que serve Krishna na forma de Vishnu, como a serpente cama. Ele veio primeiro, na disposição de servir Krishna, para purificar o útero, para que Krishna também pudesse vir. Mas Devaki não deu nascimento à Balarama. Krishna fez um arranjo para transferir Balarama para o útero de Rohini, outra esposa de Vasudeva, que havia sido enviada ao seu irmão Nanda, o rei da aldeia de vaqueiros em Vrindavana. Balarama portanto nasceu em Vrindavana.


Devaki e todos pensaram que tinha ocorrido um aborto espontâneo. Então Devaki ficou grávida novamente, desta vez de Krishna, o bebê da profecia.  Quando Krishna nasceu, ele apareceu primeiramente como Vishnu com quatro braços, e cabelos longos, vestido de roupas de seda , coroa e jóias.


Foi assim para que Vasudeva e Devaki pudessem saber, sem dúvida, que a Suprema Personalidade de Deus tinha nascido. Eles ofereceram ao Senhor orações em uma atitude de adoração. Então, Ele transformou-se em um bebe recém-nascido com dois bracinhos e não formalmente vestido nem decorado. Como Krishna, ele poderia deixar deus pais amá-lo como seu pequeno filho. Mas não por muito tempo.

A afeição paterna lhes fez sentir medo pela segurança do bebe. Durante a noite, antes de Kamsa ficar sabendo do nascimento da criança, misteriosamente as portas da prisão se abriram, enquanto os guardas estavam dormindo. Vasudeva transportou o bebê Krishna para fora da prisão a noite, quando o inundado rio Yamuna ofereceu passagem segura, e ele levou o bebê para a aldeia de Vrindavana. Lá, ele deixou Krishna, no leito de Yashoda, que estava dormindo profundamente no esgotamento após dar a luz a uma menina.

Vasudeva levou a menina de volta, com ele, e na manhã seguinte ele entregou a Kamsa uma menina em vez do temido filho. Assim que pôs as mãos na criança, Kamsa tentou matá-la, mas ela escorregou para fora de seus braços e levantou-se para o céu, onde ela revelou-se como a deusa Durga, com dez braços possuindo dez armas.

Ela assustou Kamsa, com a mensagem que deixou Devaki em paz após esse incidente. Ela disse-lhe que a criança que irá mata-lo já nascera em algum lugar do mundo. Enquanto isso Krishna e Balarama começaram suas vidas como filhos de Nanda e Yashoda na aldeia de Vrindavana.



Primeiros Desafios

Não demorou muito tempo para Kamsa encontrar o local onde Krishna vivia, e enviou muitos asuras para matá-lo, porém todos falharam. Entre os asuras mortos por Krishna estão: 
  • Putana, que tentou envenenar o bebê Krishna dando-lhe de mamar com os seios untados de veneno. Krishna sugou não só o seu leite, mas toda a sua energia vital, matando-a;
  • Saktasura, um demônio em forma de pássaro que tentou esmagar Krishna com seu próprio carrinho de bebê, porém foi ele quem acabou esmagado pelo carrinho;
  • Trinavarta, um demônio que em forma de redemoinho sequestrou Krishna, suspendendo-o bem alto nos céus, mas o mesmo tornou-se tão pesado que fez com que Trinavarta fosse forçado a descer. Krishna aumentou de tamanho, tornando-se tão grande quanto uma montanha e agarrou o pescoço de Trinavarta, que na tentativa de se soltar, acabou caindo e morrendo esmagado em uma rocha.

Infância

Durante sua infância, Krishna muitas vezes se divertia pregando peças nas pessoas. Ele também gostava de importunar as filhas dos pastores e também suas amas de leite. Ele usava sua flauta para atraí-las para a floresta para dançar em êxtase com ele à luz do luar. A atração delas por Krishna era tão intensa que até ignoravam seus deveres e fidelidade para com seus maridos e iam loucamente atrás de Krishna.


Foi durante essa época que Radha (ou Radhika) de Brindavan desenvolveu um amor profundamente enraizado por Krishna. Ela foi o grande amor de Krishna, porém ele teve que deixá-la a fim de cumprir a sua missão na Terra como avatar de Vishnu. Mesmo ele tendo casado-se várias vezes depois, Radha permaneceu esperando por ele até que ele voltasse para ela. Seu amor por Krishna é considerado tão divino e puro que Radha por si só obteve o status de divindade, com seu nome sendo inseparavelmente ligado ao de Krishna. 


Cumprindo a profecia

Já maturos, Krishna e Balarama foram atraídos por Kamsa até Mathura, onde ocorria um concurso de luta. Assim que os irmãos entraram na cidade, Kamsa soltou um elefante selvagem para os esmagar. Krishna matou o animal. Em seguida, Kamsa enviou seus campeões para lutar contra os irmãos, mas Krishna e Balarama derrotaram todos eles. Finalmente, Kamsa ordenou que seus asuras matassem os pais reais de Krishna, Vasudeva e Devaki. No entanto, antes que isso acontecesse, Krishna enfrentou e matou Kamsa em um feroz combate, cumprindo assim a profecia revelada anos antes.

Após matar Kamsa, Krishna instituiu seu pai Vasudeva como o novo rei dos Yadavas (algumas fontes dizem que ele restituiu o trono ao antigo rei Ugrasena). Após um período de tempo, ele se casou com Bhama e Rukmini. Mais tarde, casou-se com mais 6 mulheres., e num período tardio de sua história, ele matou um rei demônio chamado Bhaumasura e teve que se casar com 14.000 mulheres que foram anteriormente raptadas pelo rei demônio, restaurando assim a honra delas. A história diz que Krishna usou seu poder divino para estar simultaneamente presente com todas as suas mulheres em suas respectivas casas e levar uma vida feliz com todas elas.

Krishna e os Pandavas

Nesse meio tempo, seus primos maternos, os Pandavas (os 5 filhos de Pandu, liderados por Yudhishtira) do clã Kuru no reino de Hastinapur enfrentavam muitas dificuldades em reivindicar seu direito ao trono devido a certos atos de omissões e comissões causados tanto por si, bem como pelos seus primos traiçoeiros - os Kauravas, liderados por Duriyodhan que também reivindicava o trono de Hastinapur.

Os Pandavas eram conhecedores da natureza divina de Krishna; Arjuna, um dos maiores entre os cinco Pandavas, era um amigo muito próximo de Krishna. Os Pandavas se renderam a Krishna e procuraram sua ajuda e orientação para superar seus problemas. Krishna interveio com frequência na vida dos Pandavas para protegê-los de inúmeros problemas pessoais. Ele também usou suas habilidades diplomáticas para criar uma trégua entre os Pandavas e Kauravas, porém os Kauravas não respeitavam nem o dharma e nem os conselhos de Krishna.



O Papel de Krishna na Guerra de Kurukshetra

Uma grande guerra irrompeu entre os Pandavas e Kauravas, e inúmeros reis de todo o subcontinente praticamente marginalizaram e apoiaram um dos clãs, de acordo com seus relacionamentos e temperamentos. O dharma obviamente, estava do lado dos Pandavas e Krishna, como o rei de Mathura e um parente de sangue de ambos os Pandavas e Kouravas, ofereceu todo o seu exército para tomar parte na guerra do lado de um dos clãs, enquanto ele próprio, sem lutar ou empunhar qualquer arma, tomaria parte do outro lado. Ele deixou a escolha para os Pandavas e Kauravas decidirem entre os dois. Enquanto os Kauravas optaram pelo exército, os Pandavas ficaram muito contentes em ter Krishna ao seu lado. Krishna se ofereceu para ser o condutor da carruagem de Arjuna durante a guerra.


Pouco antes do início da guerra, em Kurukshetra, Arjuna ficou nervoso. Ele sentia que era inútil guerrear contra seus próprios parentes, mas foi neste momento, que Krishna deu um dos maiores sermões em Arjuna. Suas palavras formaram o Bhagavad Gita,  a essência do conhecimento védico e parte integrante do Mahabharatha. Neste grande discurso espiritual, Krishna ensina a Arjuna o Karma Yoga - o caminho de como atingir o maior objetivo da vida, através da ação de auto-realização, entregando todos os frutos de suas ações aos pés de Vishnu.

Krishna, como parte de seu esforço para ensinar Arjuna durante seu discurso, revelou sua Vishwarupa (sua forma cósmica que transcendia a criação, nascimentos e mortes, tempo, espaço e causalidade) para Arjuna, que ficou sobrecarregado de admiração ao ver esta forma do Supremo Senhor Krishna. 


Krishna atuou ainda durante toda a guerra como o cocheiro de Arjuna e salvou sua vida em muitas situações complicadas. A guerra terminou com a aniquilação dos Kauravas, e então o reinado dos Pandavas foi estabelecido.

Krishna - O Superintendente de Destruição em Massa

A Guerra de Kurukshetra, embora tenha terminado com a vitória dos Pandavas, de fato foi um ato divino supervisionado por Krishna, e mesmo sem sua participação direta, resultou na morte de milhões e milhões de soldados e guerreiros, milhares de reis / pessoas de classe dirigente, e um número incontável de cavalos e elefantes.

Apesar da vitória, os Pandavas também foram praticamente destruídos emocionalmente, como praticamente toda a sua prole (5 crianças nascidas de sua esposa Draupati) e várias outras crianças nascidas de outras mulheres foram aniquiladas. Krishna assegurou-lhes que a descendência do clã Pandava não foi extinguida, usando seu poder divino para proteger um feto no ventre da filha-de-lei de Arjuna.


Algumas décadas após a guerra de Kurukshetra, o próprio clã Yadava de Krishna também foi aniquilado, abrindo assim o caminho para a saída de Krishna do mundo, uma vez que ele havia completado sua missão como avatar de Vishnu.



Krishna e Dwaraka


De volta ao reino de Mathura, Krishna teve de enfrentar uma dura guerra contra Jarasandha, pai do rei morto Kamsa. Inúmeras batalhas foram travadas entre os dois até que Krishna convenceu o rei Ugrasena e seu pai, Vasudeva a desistirem do trono e estabelecer um novo Unido em Dwaraka, devido a razões estratégicas. Todos os membros do clã Yadava foram deslocados para Dwaraka e Krishna viveu e governou lá por cerca de 38 anos. Posteriormente, Jarasandha foi morto por Bhima, um dos irmãos Pandavas.

O fim de Krishna e do Clã Yadava

A Batalha de Kurukshetra resultou na morte de todos os cem filhos de Gandhari. Na noite antes da morte de Duryodhana, seu filho, Krishna visitou Gandhari para oferecer suas condolências. Pressentindo que Krishna conscientemente não tinha posto fim à guerra, Gandhari teve um acesso de raiva e tristeza, e amaldiçoou Krishna e toda a dinastia dos Yadavas a morrerem no prazo de 36 anos.

A maldição veio a se cumprir no futuro, com os membros do clã exterminando uns aos outros em uma guerra civil instaurada em Dwaraka. Krishna se retirou para a floresta e sentou-se debaixo de uma árvore para meditar. Nesse momento, um caçador chamado Jara confundiu o pé parcialmente visível de Krishna com um veado, e atirou uma flecha ferindo-o mortalmente. 


Ao ver que tinha ferido Krishna, o caçador ficou muito perturbado e pediu o seu perdão. Krishna então respondeu-lhe: "Você era Vali em seu nascimento anterior, e eu era Rama, que o matei secretamente. Você queria se vingar, e, assim, neste meu aparecimento, estou cumprindo seu desejo; tudo isso fazia parte do meu plano". Dizendo isso, Krishna partiu para Goloka, sua morada celestial, e sua cidade sagrada Dwaraka  afundou no oceano.

De acordo com os Purāṇas, a morte de Kṛiṣhṇa marcou a passagem da era Dvāpara Yuga para a Kali Yuga, e corresponderia à data de 17 para 18 de fevereiro de 3.102 a.C., pelo calendário ocidental.


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Ruby