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31 de outubro de 2013

Rasputin

۞ ADM Dama Gótica



Grigoriy Yefimovich Rasputin (em russo: Григо́рий Ефи́мович Распу́тин) foi um místico e conselheiro dos Romanovs, a família imperial russa. É uma das pessoas mais misteriosas e sombrias da história da Rússia. Ele exerceu uma influência poderosa sobre o último czar da Rússia Imperial, Nicolau II e sua esposa Aleksandra.

Vida

Sabe-se pouco sobre sua infância. Rasputin nasceu na pequena aldeia de Pokrovskoye, ao longo do rio Tura em Tobolsk guberniya (agora Tyumen Oblast), na imensa planície da Sibéria Ocidental. Durante algum tempo, a data de seu nascimento permaneceu em dúvida. Estimava-se que ele havia nascido entre 1863 e 1873. Mas novos documentos vieram à tona, revelando que Rasputin nasceu em 09 de janeiro de 1869 e foi batizado no dia seguinte, 10 de janeiro, o dia da festa de Gregório de Nissa.

Quando tinha cerca de dezoito anos de idade, Rasputin passou três meses no famoso mosteiro Verkhoturye, talvez como uma penitência por roubo. Não muito longe do mosteiro, Rasputin visitou um homem santo chamado Makariy, cuja cabana estava situado nas proximidades. Makariy teve uma enorme influência sobre Rasputin. Sua experiência lá, combinada com uma suposta visão da Virgem Maria, relatada por ele, o levaram a ter uma vida de um místico religioso e andarilho.

Apesar de pregar a palavra de Deus desde os 11 anos de idade, o jovem ficou conhecido por sua queda por sexo e álcool.

Existem rumores de que Rasputin se uniu à uma seita cristã conhecida como a khlysty (flagelantes), em que seus rituais terminavam com exaustão física, e êxtase religioso. E apesar de não haver nenhuma prova de que ele era um membro dessa seita, esses rumores mancharam sua reputação para o resto de sua vida.

Por volta de 1888 Rasputin casou-se com Praskovia Fyodorovna Dubrovina e eles tiveram três filhos: Dmitri, Varvara e Maria. Em 1901, ele deixou sua casa em Pokrovskoye para então peregrinar pela Grécia e por Jerusalém, desenvolvendo suas próprias doutrinas. 

Em 1903, ao retornar à Rússia e se estabelecer em São Petersburgo, ele já era considerado um staretz – homem santo, adivinho e curandeiro.

A  milagrosa cura de Alexei

Quinto filho do casal real (depois de quatro meninas), Alexei nasceu em 1904. Sua doença hemorrágica mobilizava médicos, místicos e religiosos dentro e fora da Rússia. Percebendo a oportunidade, Rasputin moderou sua vida de libertino e esperou um convite para ir ao palácio real. Em 1905, sob recomendação de uma amiga de Alexandra, Rasputin foi chamado para uma audiência com a czarina durante uma das crises de Alexei. Não se sabe exatamente como, mas ele fez parar o sangramento.

Romanovs, a família imperial russa.
Por volta de 1905, a sua reputação de místico o introduziu no círculo restrito da Corte imperial russa. Rasputin era visto pela czarina e sua família como um santo místico, visionário, curandeiro e profeta, mas por seus inimigos, era visto como péssima influência na corte. Odiado por seus hábitos extravagantes, temido por sua suposta paranormalidade e execrado por ter origem pobre. Boatos diziam que Rasputin estava frequentando a cama de Alexandra e praticando jogos sexuais com as filhas dela. O próprio bruxo alimentava a fama, proclamando suas supostas conquistas durante banquetes regados a vodca. Não demorou para que a polícia secreta russa fizesse chegar aos ouvidos de Nicolau II informações sobre tais fanfarronices. Advertido, Rasputin negou os fatos, atribuindo-os à inveja da sociedade. Não adiantou. Nem mesmo um pedido pessoal de Alexandra ao czar evitou que Rasputin fosse enviado de volta para Pokrovskoye.

Durante a temporada de caça de 1912, os Romanov foram passar férias em Spala, na Polônia, onde Alexei teve outra crise aguda de sua doença. Os médicos da corte desenganaram a criança, Nicolau II chegou a encomendar um funeral. Mas Alexandra, desesperada, enviou um telegrama para Rasputin, que respondeu: “Não se preocupe. O pequenino não morrerá. Não deixe que os médicos o aborreçam”. Dias depois, Alexei estava recuperado. E assim Rasputin retomou assim seu lugar na corte. 

A Primeira Guerra Mundial trouxe novos contornos à atuação de Rasputin, já odiado pelo povo e pelos nobres, que o acusaram de espionagem ao serviço da Alemanha. Escapou de várias tentativas de morte, mas acabou sendo vítima de uma trama de parlamentares e aristocratas da grande estirpe russa, entre os quais estavam os Yussupov.

Morte

Rasputin também foi conhecido pela sua suposta e curiosa morte: primeiro ele foi envenenado num jantar, porém sua úlcera crônica fê-lo expelir todo o veneno. 

No dia 16 de dezembro de 1916 Rasputin sofreu uma segunda tentativa de envenenamento por cianeto. o príncipe Félix Yussupov convidou Rasputin para um banquete em seu palácio, às margens do canal Moika, em São Petersburgo, dando a entender que, naquela noite, Rasputin poderia desfrutar de sua esposa, a princesa Irina Alexandrovna. Já que Irina era irmã de Nicolau II, ele não deixou passar a oportunidade. O convite era uma cilada.

Durante o banquete, o príncipe Yussopoff e seus amigos ofereceram a Rasputin um pudim contendo cianeto de potássio em quantidade suficiente para matar várias pessoas. Embora Rasputin tenha comido grande quantidade desse pudim, ele não morreu. Por esse motivo, e pelo fato de lhe serem atribuídos poderes satânicos criou-se uma lenda de sobrenaturalidade envolvendo o fato.

A lenda só foi desfeita em 1930, quando foi descoberto que alguns açúcares, como a glicose e a sacarose, se combinados com o cianeto, formam uma substância praticamente sem toxicidade, denominada cianidrina. Posteriormente, Rasputin teria sido fuzilado, sendo atingido por um total de onze tiros, tendo no entanto sobrevivido; foi castrado e continuou vivo, somente quando foi agredido e o atiraram inconsciente no rio Neva ele morreu, não pelos ferimentos, mas por hipotermia. Existe um relato de que, após o seu corpo ter sido recuperado, foi encontrada água nos pulmões, dando apoio à ideia de que ele ainda estava vivo quando jogado no rio parcialmente congelado.



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30 de outubro de 2013

O Diabo de Devon

۞ADM Berserker



Na manhã do dia 16 de fevereiro de 1855, os moradores de Londres leram no jornal The Times a seguinte notícia:

“Uma grande comoção foi causada nas cidades de Topsham, Lympstone, Exmouth, Teignmouth e Dawlish, ao sul de Devon, por causa da descoberta de um vasto número de pegadas estranhas e misteriosas. Os supersticiosos chegam ao ponto de crer que são as pegadas de Satã em pessoa; e o grande temor causado nas pessoas de todas as classes pode ser julgado pelo fato do assunto ter chegado aos púlpitos locais.

Parece que na noite de quinta-feira houve uma forte nevasca na região de Exeter e no sul de Devon. Na manhã seguinte os habitantes dessa região foram surpreendidos pela descoberta de rastros de um animal estranho e misterioso, imbuído da capacidade de onipresença, já que as pegadas foram encontradas em muitos lugares inacessíveis – no telhado de casas, no alto de muros muito estreitos, em jardins e praças cercados por paredes e muros altos ou cercas fechadas assim como em campo aberto. Era raro um jardim em Lympstone onde as pegadas não estivessem presentes.

A julgar pelas trilhas, elas teriam sido causadas mais provavelmente por um animal bípede e não quadrúpede e o espaçamento entre os passos era de aproximadamente 20 centímetros. As impressões das pegadas se assemelhavam muito às das ferraduras de um jumento e mediam de 6 a 10 centímetros de uma ponta a outra. Aqui e ali elas tomavam a aparência de cascos fendidos, mas na sua maioria a forma de ferradura era constante e, pela neve acumulada no centro, apenas mostrando os contornos exteriores, as pegadas eram côncavas.

A criatura parece ter se aproximado das portas de inúmeras casas e então ter se afastado, mas ninguém foi capaz de descobrir os pontos de partida ou chegada do visitante misterioso. No último domingo o reverendo Mr. Musgrave citou o ocorrido em um de seus sermões e sugeriu a possibilidade das pegadas terem sido causadas por um canguru; mas isso dificilmente seria o caso, já que foram encontradas de ambos os lados do estuário de Exeter.

Até o momento o acontecido permanece um mistério e muitas pessoas supersticiosas que habitam as cidades já citadas estão realmente com medo de sair de suas casas depois que escurece".

Essa matéria foi o ponto de partida para uma enorme confusão que varreu a região ao sul da Grã-Bretanha. O medo se espalhou rapidamente à medida que rumores sobre a estranha figura de aparência demoníaca se multiplicavam entre a população. A notícia era assustadora: Satã estava andando de casa em casa e pelas estradas que ligavam os povoados entre Devon e Exeter.


É claro, o rumor fez com que as pessoas ficassem alarmadas. Há relatos de famílias se trancando dentro de casa para rezar e pedir proteção, de crianças sendo proibidas de sair e de homens portando armas de fogo para autodefesa contra a presença demoníaca. No povoado de Topsham, pequenas medalhas supostamente abençoadas começaram a ser vendidas, uma vez que se acreditava serem elas capazes de fazer com que o demônio recuasse. Símbolos de proteção antigos, as Sheelas, foram fixados na soleira das portas a fim de afastar os maus espíritos. Em Teignmouth diziam que o leite recém-tirado das vacas azedava poucos minutos após a ordenha, que pássaros despencavam mortos dos céus e que um bezerro de duas cabeças nasceu, chorou como uma mulher e morreu no espaço de poucos minutos.

Em vários povoados o medo era tamanho que se chegou a cogitar que o fim do mundo estava prestes a chegar e que a presença demoníaca era o prelúdio de coisas muito piores que estavam por vir. Um dos maiores temores é que a criatura pudesse raptar crianças inocentes.
Mais inquietantes ainda foram os relatos que começaram a se multiplicar, dando conta do avistamento de uma furtiva figura demoníaca, com chifres, rabo e patas de bode. Em Dawlish, um grupo de moradores disse ter avistado a criatura demoníaca "que corria rapidamente, às vezes de quatro, às vezes como um homem" em uma estrada próxima ao cemitério local. O ser demoníaco teria passado por um grupo de cidadãos respeitáveis, saltando e gargalhando e só não os atacou porque começaram estes a rezar e pedir proteção divina.

Três homens do vilarejo perseguiram a criatura e armados com espingardas chegaram a atirar contra ela. Os homens contaram ter sentido um profundo cheiro de enxofre e que pouco depois de retornarem, ouviram um profundo balido fantasmagórico vindo das charnecas mal iluminadas que margeavam o vilarejo. "Como se a coisa quisesse provar que estava viva", comentou uma testemunha desconsolada.

A essa altura, a estória havia ganhado o país e as pessoas se perguntavam se o Demônio apareceria em seus quintais. Para alguns aquilo significava que alguém na casa estava condenado a morrer e ir para o inferno, para outros era a certeza de que o demônio tinha algum tipo de pacto com alguém que residia na propriedade visitada. Essa desconfiança fez com que um pastor do povoado de Exmouth perdesse o emprego e fosse expulso depois que várias marcas foram encontradas no pátio da igreja.

Para conter a histeria, o Reverendo H. T. Ellacombe, um respeitado religioso de Clyste St. George começou a investigar o fenômeno em busca de pistas que pudessem comprovar o que para ele, não passava de uma bem elaborada fraude. O vigário visitou Devon na semana seguinte e fez paradas nos povoados afligidos. Ele consultou os párocos locais que relatavam estórias muito similares, entrevistou testemunhas que haviam visto os rastros, mediu as pegadas ainda frescas, a distância entre elas e chegou a encomendar a feitura de rastros em gesso. Os resultados das investigações de Ellacombe preenchem um relatório de mais de 500 páginas que foi submetido à Diocese de Devon - e que foi citado anos depois pelo investigador do paranormal Charles Fort como uma das primeiras investigações sobrenaturais criteriosas, que corresponde ao capítulo XXVIII de seu "Livro dos Danados".

Os principais fatos reunidos pelo religioso foram posteriormente publicados pela revista Illustrated London News, no dia 3 de abril de 1855. Não há como supor que o acontecimento tenha sido planejado ou orquestrado por moradores que testemunharam a descoberta dos supostos rastros satânicos uma vez que um número realmente grande de pessoas se mostravam positivamente surpresas com o fenômeno. O Pastor concluiu após alguns cálculos que havia algo entre 60 e 110 quilômetros de rastros. As pegadas segundo a medição de Ellacombe mediam cada uma cerca de 10 centímetros de comprimento, por 7 centímetros de largura e estavam regularmente separadas por intervalos de 20 a 22 centímetros e pareciam rastros de um tipo de pata fendida de animal.



Ellacombe ressaltou alguns pontos que na sua concepção mereciam destaque:

1º - Se as pegadas foram deixadas por um animal terrestre qualquer (incluindo aqui os pássaros), o elemento mais difícil de explicar é a sua colocação fantástica - O misterioso visitante passou de modo geral apenas uma vez em cada local e o fez em quase todas as casas de numerosas partes das diferentes cidades, assim como em fazendas isoladas. Essa pista regular percorre em certos casos áreas de difícil acesso como os telhados das casas ou por sobre os palheiros, ou pelo alto de muros muito altos (um com cerca de 4 metros e meio de altura), sem deslocar a neve nem de um lado nem do outro e sem modificar as distâncias entre as pegadas. Os jardins cercados de sebes altas ou de muros e com portas fechadas foram visitados, assim como aqueles que não tinham obstáculos nem eram fechados. Muitos donos dessas propriedades juraram que haviam trancado portas que conduziam aos seus pátios internos e que encontraram os mesmos devidamente trancados e sem sinal de terem sido arrombados ou abertos. O Pastor Ellacombe afirmou ter seguido um mesmo rastro através de um campo até um palheiro. A superfície deste palheiro estava intocada sem apresentar qualquer marca, mas, do lado oposto, numa direção correspondente exatamente à pista traçada até aquele ponto, as pegadas recomeçavam.

2º - O mesmo fato foi observado de um lado e de outro de um muro. Dois outros habitantes seguiram uma linha de pegadas durante três horas e meia, passando sob um bosque de groselheiras e de árvores frutíferas em renques; perdendo em seguida o rastro e reencontrando-o sobre o teto de casas nas quais sua busca havia começado.

3º - Mais impressionante ainda, o pastor afirmou que as pegadas pareciam atravessar um estuário de quase 3 quilômetros de largura, desaparecendo em uma margem e ressurgindo na margem oposta de forma absolutamente visível, indicando que seja o que for que tenha deixado às marcas entrou em um lado do estuário e ressurgiu do outro sem interromper sua marcha. Não há dados que corroborem a informação de que o estuário estaria congelado na ocasião o que possibilitaria a travessia. De qualquer forma, as marcas deixadas nas margens pareciam indicar que a criatura entrava nas águas gélidas até que ela apagasse suas trilhas.

4º - O pastor afirmava que: "De nada serve atribuir a mais de um animal estes rastros, porque isto não explica como, qualquer que seja o animal e, qualquer que seja seu número, seja ele capaz de escalar muros, andar sobre telhados e obstáculos sem reconhecer impedimentos físicos; e, também, ter capacidade de passar por pequenas vielas de 30 cm de largura. É igualmente digno de nota que os rastros não pareciam voltar para trás e nem circular aleatoriamente. Um animal, seja qual for, deveria apresentar hesitação, vacilando em alguns pontos mesmo que fosse conduzido. Ademais, ninguém entrevistado nos vilarejos declarou ter visto alguém conduzindo um animal com cascos por esse caminho. À noite em que os rastros surgiram foi quase congelante, marcada por neve contínua”.

5º - Muitas pessoas que se interessaram pelo caso propuseram como solução para o mistério residia em algum fenômeno natural da atmosfera incidindo sobre as marcas – que seriam rastros não tão fantásticos que, devido ao clima, teriam mudado e ficado com aquela aparência. Mas como seria possível que a atmosfera afetasse uma marca e não outras? Na manhã em que os rastros foram observados, a neve apresentava pegadas frescas de cães e gatos, coelhos, pássaros e homens, nitidamente definidas. Por que então um rastro ainda mais nitidamente definido – tão nitidamente que a fenda do meio de cada casco podia ser discernida – somente ele, teria sido afetado pela atmosfera e todas as outras marcas deixadas não o foram? Ademais, a circunstância mais singular levantada a esse respeito era a de, onde quer que apareça essa marca, a neve não estava completamente revolta, como se o que quer que tenha deixado a pegada a tivesse produzido com incrível delicadeza.

Diante dessas conclusões, incluídas em seu minucioso inquérito, o Reverendo Ellscombe foi convocado para prestar um depoimento diante da Diocese de Devon. Ele afirmou ter realizado a investigação de forma imparcial e quando pedido para explicar o que havia acontecido naquela fria noite de fevereiro simplesmente não foi capaz de oferecer uma explicação racional. A Igreja Anglicana tampouco ofereceu uma explicação para o ocorrido. Sua posição foi a de refutar qualquer manifestação sobrenatural e tentar tranquilizar a população dentro do possível.

Então, o que andou pelas estradas de Devon naquela noite?

Teria sido uma brincadeira de gosto duvidoso? Uma fraude da qual participaram os moradores de vários povoados? E se isso é verdade, com qual propósito? Uma brincadeira dessa natureza faria sentido ou justificaria o trabalho de tê-la organizado? Além disso, tal coisa demandaria um enorme planejamento e comprometimento de um grande número de envolvidos.
Então algo sobrenatural teria deixado os rastros? Hoje, é impossível saber ao certo o que aconteceu. Passados 158 anos, é pouco provável que um dia venhamos a descobrir. Mas os documentos e a investigação da época comprovam o inusitado teor bizarro desse acontecimento.


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29 de outubro de 2013

Viajantes do Tempo

۞ADM Sleipnir



Viagem no Tempo é o conceito de se mover entre diferentes pontos no tempo de um modo análogo ao movimento entre diferentes pontos no espaço, e também o envio de objetos (ou em alguns casos, apenas informações) para trás e para a frente no tempo. Viagens no tempo são um enredo comum na ficção desde o século 19, e no campo científico, o assunto é bastante discreto. Atualmente, os físicos estão convencidos que as viagens no tempo são muito improváveis. Qualquer teoria que permita viagens no tempo teria que resolver os problemas relacionados com causalidade, e na ausência de provas experimentais que demostrem que as viagens do tempo são possíveis, é mais simples, do ponto de vista teórico, supor que não são. No entanto, existem soluções da Teoria Geral da Relatividade de Einstein que permitem viagens no tempo, mas algumas destas soluções exigem que o universo tenha características que não parece ter. Se fosse possível viajar mais rápido que a luz, então, de acordo com a relatividade, as viagens no tempo seriam possíveis.

Algumas interpretações de viagem no tempo sugerem que uma tentativa de voltar no tempo pode levar o viajante em questão para um universo paralelo, cuja história começaria a divergir da história original do viajante logo após o momento em que ele chegasse no passado.


Máquinas do Tempo

Qualquer dispositivo tecnológico, seja fictício ou hipotético , que seja utilizado para realizar uma viagem no tempo é vulgarmente conhecido como uma máquina do tempo . Máquinas do tempo podem estar disponíveis apenas nos filmes, mas muitas pessoas já experimentaram eventos inexplicáveis ​​que parecem ser lapsos do passado e futuro, temporários  mas muito reais.


Para onde e para qual data você iria se você pudesse viajar no tempo? É uma pergunta que certamente faz as pessoas pensarem bastante, pois as possibilidades são inúmeras e excitantes. Será que você veria as pirâmides do Egito sendo construídas? Se juntaria ao espetáculo de uma batalha de gladiadores no Coliseu romano? Vislumbraria dinossauros de verdade? Ou você preferiria ir ao futuro e ver o que reserva para a humanidade? Tais fantasias têm alimentado o sucesso de histórias como "A Máquina do Tempo" de H.G Welles, a série de filmes "De Volta Para O Futuro", alguns episódios de "Star Trek" e inúmeros romances de ficção científica .

E, embora alguns cientistas acreditem que poderia ser possível viajar através do tempo (pelo menos teoricamente), ninguém (até onde sabemos) criou uma maneira infalível para fazer isso acontecer. Mas isso não quer dizer que não existam relatos de pessoas que viajaram através do tempo. Existem muitas histórias fascinantes de pessoas que afirmam ter visitado inesperadamente outro tempo, ainda que brevemente e, às vezes, um outro lugar. Esses eventos, muitas vezes chamado de derrapagens de tempo, parecem ocorrer de forma aleatória e espontânea. Aqueles que experimentam esses eventos ficam, muitas vezes perplexos e confusos com o que vêem e ouvem, e completamente desorientados para explicá-los.

Abaixo listarei alguns casos interessantes que remetem a viagens temporais.

Vôo para o futuro



Em 1935, Sir Victor Goddard, marechal da Força Aérea Real Britânica, teve uma experiência angustiante em seu biplano Hawker Hart. Goddard era um tenente-coronel na época, e estava realizando um vôo de Edimburgo, na Escócia para sua base em Andover, na Inglaterra. Ele decidiu sobrevoar um aeródromo abandonado em Drem, não muito longe de Edimburgo. O inútil aeródromo esta coberto de folhagem, os hangares estavam caindo aos pedaços e as vacas pastavam onde os aviões costumavam ficar estacionados. Goddard, em seguida, continuou seu vôo para Andover, mas encontrou uma tempestade bizarra. Nos ventos fortes de estranhas nuvens marrom-amareladas da tempestade, ele perdeu o controle do avião, que começou um movimento espiral em direção ao chão. Ao escapar por pouco de um acidente, Goddard descobriu que o avião estava voltando para Drem. Quando ele se aproximou do velho aeródromo, a tempestade de repente havia desaparecido e o avião de Goddard já estava voando sob luz do sol. Desta vez , enquanto ele sobrevoava o aeródromo Drem , tudo parecia completamente diferente. Os hangares pareciam novos. Haviam quatro aviões no solo: três eram biplanos familiares, mas pintados de um amarelo estranho, o quarto era um monoplano, que a RAF não usava em 1935. Os mecânicos estavam vestidos de macacão azul, o que Goddard também achava estranho, já que todos os mecânicos da RAF vestiam macacões da cor marrom . Estranho, também, foi que nenhum dos mecânicos parecia notá-lo voando por cima deles. Ao sair da área, ele novamente encontrou a tempestade , mas conseguiu fazer o seu caminho de volta para Andover. Em 1939, 4 anos depois desse evento, a Força Aérea Real começou a pintar seus aviões de amarelo, recorreu a um monoplano do tipo que Goddard viu, e os uniformes dos mecânios foram trocados para azul. Teria Goddard de alguma forma visitado o local quatro anos no futuro, e então, voltado para o seu próprio tempo?

Preso em um Vortéx Temporal

Dr. Raul Rios Centeno, um médico e um investigador do paranormal, contou ao autor Scott Corrales uma história contada a ele por um de seus pacientes, uma mulher de 30 anos de idade, que veio a ele com um caso grave de hemiplegia - a paralisia total de um dos lados de seu corpo. "Eu estava em um acampamento nas proximidades de Markahuasi ", disse ela. Markahuasi é uma famosa floresta de pedra localizado a cerca de 35 milhas a leste de Lima, Peru. "Eu saí para explorar a floresta tarde da noite com alguns amigos. Curiosamente, ouvimos os acordes de uma música e notei uma pequena cabana de pedra iluminada por tochas. Eu conseguia ver pessoas dançando dentro dela, mas ao se aproximar senti uma súbita sensação de frio a qual eu dava pouca atenção, e eu enfiei a cabeça através de uma porta aberta. Foi então que vi que os ocupantes estavam vestidos na moda do século 17. Tentei entrar na sala, mas uma das minhas amigas me puxou para fora."  Foi nesse momento que a metade do corpo da mulher ficou paralisada. Foi porque o amigo da mulher puxou-a para fora da cabine de pedra, quando metade dela estava na cabana? Foi metade de seu corpo preso em algum vórtice temporal ou portal dimensional ? O Dr. Centeno relatou que "um EEG foi capaz de mostrar que o hemisfério esquerdo do cérebro não revelou sinais de funcionamento normal, bem como uma quantidade anormal de ondas eléctricas . "

Rodovia para o Passado



Em outubro de 1969, um homem identificado apenas como L.C. e seu sócio, Charlie, dirigiam do norte de Abbeville, Louisiana em direção a Lafayette na Rodovia 167. Conforme eles dirigiam ao longo da estrada quase vazia, eles começaram a ultrapassar o que parecia ser um carro antigo que viaja muito lentamente. Os dois homens ficaram impressionados com a condição do carro de aparentemente 30 anos - parecia praticamente novo - e intrigados com a sua placa laranja brilhante na qual estava estampada apenas "1940". Eles deduziram, porém, que o carro tinha sido parte de algum antigo salão de automóveis. Ao passarem pelo veículo lento, eles desaceleraram seu carro para dar uma boa olhada no carro antigo. O motorista do carro era uma jovem vestida com roupas vintage dos anos 1940, e seu passageiro era uma criança pequena vestida com roupas igualmente antigas. A mulher parecia estar apavorada e confusa. L.C. perguntou se ela precisava de ajuda e, por meio da janela de enrolar, indicou "sim". L.C. fez um sinal para que ela encostasse o carro na estrada. Os empresários passaram à frente do carro velho e viraram para o acostamento da estrada. Quando eles saíram do carro ... o velho carro tinha desaparecido sem deixar vestígios. Não haviam retornos ou qualquer lugar para onde o veículo pudesse ter ido. Momentos depois , um outro carro parou próximo aos empresários e, muito intrigado, o motorista disse ter visto o carro velho virar para o lado e simplesmente desaparecer no ar .

A Estalagem do Futuro

Uma noite, em 1972, quatro alunas da Universidade de Southern Utah estavam dirigindo de volta ao seu dormitório em Cedar City , depois de passarem o dia em um rodeio em Pioche, Nevada. Era cerca de 22:00 e as meninas estavam ansiosas para voltarem ao seu dormitório antes do toque de recolher. Elas viajavam ao longo da estrada 56, que tem uma reputação de ser " mal-assombrada ". Um tempo depois de tomar uma bifurcação na estrada que levava para o norte, as meninas ficaram surpresas ao ver que o asfalto tinha se transformado em uma estrada de cimento branco que eventualmente terminou abruptamente em um penhasco . Eles se viraram e tentaram encontrar o caminho de volta para a estrada, mas logo ficaram preocupadas com a paisagem desconhecida - paredes de canyon vermelhas que davam forma a campos abertos de cereais e pinheiros, os quais nunca tinham visto antes nesta parte do Estado. Sentindo-se completamente perdidas, as meninas sentiram um pouco de conforto quando se aproximaram de uma estalagem ou taberna. Elas pararam no estacionamento e um dos passageiros colocou a cabeça para fora da janela para obter informações de alguns "homens" que saíam do edifício. Mas ela gritou e pediu a motorista para sair de lá - e rápido. As meninas saíram em disparada , mas perceberam que estavam sendo perseguidas pelos homens em estranhos veículos de três rodas em forma de ovo. Acelerando novamente através do canyon, as meninas pareciam ter perdido seus perseguidores e encontraram o caminho para a familiar estrada deserta. A razão para o grito? Os homens, segundo a jovem, não eram humanos.

Dobra Temporal em Hotel



Dois casais britânicos em férias no norte da França, em 1979, estavam dirigindo, á procura de um lugar para passarem a noite. Ao longo do caminho, eles foram atingidos por alguns placas que pareciam ser de um tipo muito antigo de circo. O primeiro edifício que eles viram parecia ser um motel, mas alguns homens de pé em frente dele disseram aos viajantes que era "uma pousada", e que um hotel poderia ser encontrado adiante. Seguindo em frente, encontraram um prédio antigo com a inscrição"hotel". Ao entrar nele, eles notaram que quase tudo era feito de madeira pesada, e não parecia haver nenhuma evidência de tais conveniências modernas como telefones. Seus quartos não tinham fechaduras, mas simples travas de madeira e as janelas tinham persianas de madeira, mas não tinham vidro. Resolveram então passar aquela noite lá mesmo. Já na parte da manhã, durante o café, dois gendarmes entraram vestindo uniformes de capa muito antiquados. Depois de obterem dos gendarmes algumas informações de como chegar a Avignon, as quais se revelariam péssimas mais tarde, os casais pagaram a conta que custou apenas 19 francos , e então eles deixaram o hotel. Depois de duas semanas na Espanha, o casal resolveu fazer uma nova viagem pela França e decidiram ficar novamente no interessante, estranho e muito barato hotel. Desta vez, no entanto, o hotel não pode ser encontrado. Certos de que eles estavam no mesmo lugar (eles viram os mesmos posteres do circo), eles perceberam que o antigo hotel tinha desaparecido completamente sem deixar vestígios. Fotos tiradas no hotel não se revelaram. E um pouco de pesquisa revelou que gendarmes franceses usavam os mesmo uniformes descritos antes de 1905.

Previsão de um Ataque Aéreo

Em 1932, o jornal alemão repórter J. Bernard Hutton e seu colega , o fotógrafo Joachim Brandt, foram designados para fazer uma reportagem sobre os estaleiros de Hamburgo- Altona. Após terem feito um passeio pelo estaleiro, os dois jornalistas estavam saindo, quando ouviram o zumbido dos aviões acima. Eles no primeiro pensamento é era uma broca prática, mas essa idéia foi rapidamente dissipada quando as bombas começaram a explodir em volta e o barulho de tiros antiaéreos encheu o ar. O céu rapidamente escureceu e eles estavam no meio de um pleno ataque aéreo. Eles rapidamente entraram em seu carro e fugiram do estaleiro, partindo de volta para Hamburgo. Conforme eles deixavam a área, no entanto, o céu parecia iluminar e eles novamente se encontraram na luz de um ambiente calmo, num final da tarde comum. Eles olharam para os estaleiros, e não havia nada destruído, nenhuma bomba infernal, nem aeronaves nos céus. As fotos que Brandt tirou durante o ataque não mostraram nada de anormal. O estaleiro permaneceu intacto até 1943, quando a British Royal Air Force atacou e destruiu o estaleiro - da forma como Hutton e Brandt experimentaram 11 anos antes. 



Replay Instantâneo

Uma repetição do tempo semelhante aconteceu com Ryan Bratton, quando ele tinha oito anos de idade. Era outro dia comum para ele e seu amigo, e eles estavam sentados em seu jardim enquanto outras crianças andavam de bicicleta para cima e para baixo pela calçada.

"Um carro desceu a rua e parou em frente a uma casa", Ryan lembra. " Um garoto saiu do carro e correu para dentro de casa fazendo muito barulho, como as crianças em torno de sua idade costumam fazem. Em seguida, uma menina desceu a ladeira com sua bicicleta pela calçada ."

"Um par de minutos depois que isso aconteceu , o mesmo carro desceu a estrada , parou na mesma casa, e o mesmo garoto saiu do carro e correu para dentro gritando exatamente as mesmas coisas que ele tinha dito anteriormente. Então, a mesma garota desceu a colina em sua bicicleta novamente. Olhei para meu amigo e ele disse que não tinha idéia do que tinha acontecido. "

Jornada ao Passado

As experiências mais incríveis de lapsos no tempo, talvez, são aqueles em que as pessoas realmente vêem, ouvem e até mesmo interagem com outras pessoas e coisas que parecem ser de outro tempo e espaço.

John tinha de seis anos de idade, e morava em Stoke-on-Trent, Inglaterra, quando o pincel com o passado ocorreu. Ele estava em seu caminho diário para a escola com seu amigo , quando eles pararam para assistir a alguns construtores que trabalham em algumas casas novas. Ao se aproximarem do local, eles notaram uma antiga casa de campo nas proximidades. Uma velha senhora saiu e ofereceu a John e seu amigo um pouco de limonada, e então eles entraram em sua casa.

Depois de deixarem a casa, eles continuaram a ir em direção a escola, apenas para descobrirem que já eram quase 04:00 e a escola já estava fechada . Eles haviam saído de casa às 1:30 pm em uma trajeto que deveria ter tomado apenas cerca de 20 minutos !

No dia seguinte, John e seu amigo tomaram o mesmo caminho para a escola , mas para sua surpresa não havia nenhum sinal de qualquer casa ou a velha senhora que tinham visto no dia anterior.

Possivelmente, John e seu amigo experimentaram algum tipo de lapso temporal, onde por algumas horas, eles foram transportados de volta ao passado, quando uma casa de campo - e sua ocupante - existia naquele lugar.

... Em Uma Cidade Futura

Por mais estranho que seja, é mais fácil de entender a experiência de John com algo que já ocorreu do que compreender o encontro de Daisy com um lugar que ainda não existe - e talvez não existirá, por séculos.

Daisy e seu amigo Rick estavam dirigindo em direção a casa de outro amigo, em setembro de 2004, no velho caminhão batido de Rick. "De repente , o motor do caminhão morreu e Rick e eu estávamos presos em uma estrada deserta no meio da noite ", diz Daisy. " Nós estávamos cercados de ambos os lados da estrada por campos de milho, que se estendiam a muitos metros de distância."

"Rick iniciou um esforço desesperado para tentar religar o caminhão, mas nada parecia funcionar. Decidimos caminhar até a cidade mais próxima, que ficava cerca de dois quilômetros de distância, para encontrar um telefone público e ligar para o nosso amigo. Caminhamos pelo o que pareceram horas e a cidade ainda não estava à vista ."

"No entanto, quando o desespero estava prestes a nos prender, vimos uma luz, uma luz muito brilhante, sobre a íngreme colina a nossa frente. Corremos até a colina que bloqueava a luz e ficamos boquiabertos com o que vimos. Sobre o monte, Rick e eu vimos o que só poderia ser descrito como uma cidade futurista, com luzes sendo emitidas de todas as janelas das maciças torres metálicas. No meio desse cidade futurista havia uma enorme cúpula de prata."

" Eu fiquei parada olhei para a cidade, atordoado, até que Rick me deu uma cotovelada,  que me tirou do meu transe e ele apontou para o céu. Pairando acima da cidade, haviam centenas de hovercrafts. Um deles voou em nossa direção com uma velocidade incrível ."

"Rick e eu ficamos tão assustados que saímos correndo de volta para o caminhão quebrado abaixo. Eu não olhei para trás em nenhum momento, mas eu senti que alguém me observava durante todo o caminho. Quando voltamos para o caminhão, ele voltou a funcionar sem dificuldade. Rick e eu disparamso o mais rápido que podiamos na direção oposta. Nós nunca masi voltamos naquele local ou falamos novamente sobre isso até o dia de hoje . "




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27 de outubro de 2013

Ganesha

۞ ADM Sleipnir



Ganesha é um dos deuses mais populares do panteão hindu. Ele está intimamente associado com o cotidiano de milhões de hindus até hoje. Por possuir a fama de ser um removedor de obstáculos, ele é propiciado antes do início de qualquer novo empreendimento, seja a construção de uma nova casa, a escrita de um livro, o início de uma viagem ou o início de um novo negócio. Suas imagens adornam as paredes de inúmeros estabelecimentos comerciais em toda a Índia. É habitual para os empresários buscar suas bençãos todas as manhãs, antes de começarem a trabalhar. Ganesha é também o deus da sabedoria e prudência. Estas qualidades se manifestam através de suas duas esposas: Buddhi (sabedoria) e Siddhi (prudência). Ganesha tem um conhecimento profundo das escrituras e é um excelente escriba . Esta última qualidade é evidente pelo fato de que ele é o escriba, a quem Vyas Dev (o narrador do épico hindu Mahabharata) narrou seu enorme épico. Ganesha fez este trabalho de forma tão perfeita que o Mahabharata é uma das obras mais harmoniosas das escrituras hindus

Ganesha é representado como um homem baixinho, barrigudo com pele amarela, quatro braços e a cabeça de um elefante com uma única presa. Em suas quatro mãos ele habitualmente detém uma concha, um chakra (disco), uma maça e uma flor de lótus. Sua incomum montaria é um rato. Ganesha é o segundo filho de Shiva e Parvati, e existem muitas versões de como ele foi concebido. A versão mais popular é a narrada abaixo.





Shiva e Parvati levavam uma vida tranquila no Monte Kailash, morada habitual de Shiva. Na verdade, a vida era muito quieta e calma para Parvati, que não tinha muito o que fazer o dia todo, como seu senhor ficava ou imerso em profunda meditação ou ofuscado pela fumaça de ganja (maconha). Como companhia, havia Nandi, o touro de Shiva, com o seu exército de fantasmas, que se dizia habitar Kailash e fazer companhia a Shiva, especialmente quando ele fumava ganja e queria um pouco de música e dança para animar as coisas. Parvati estava se sentia entediada e queria alguém que pudesse estar mais envolvido com ela. Então ela começou a invocar Vishnu em oração para lhe conceder um filho. Vishnu logo concedeu-lhe o desejo e Parvati deu a luz a um lindo menino que ela nomeou Ganesha.



Ao nascer, Ganesha era um menino perfeitamente normal, com traços e partes do corpo perfeitos, como convém a um concebido por uma deusa. Parvati ficou tão satisfeita com o seu nascimento e tão orgulhosa de sua beleza que ela convidou todos os deuses e deusas para irem até Kailash admirá-lo. Todos os seres celestiais que compareceram ao local admiraram e abençoaram o menino, exceto Sani (Saturno), o irmão de Parvati. Isso aconteceu porque Sani tinha sido amaldiçoado por sua esposa e essa maldição fazia com que ele reduzisse imediatamente a cinzas qualquer um a quem ele olhasse.

Naturalmente, Sani foi relutante em fazer com que a sua maldição causasse mal ao bebê recém-nascido de sua própria irmã, mas Parvati estava se sentindo tão feliz que ela deixou a cautela de lado e pediu para Sani , pelo menos, lançar os olhos uma vez sobre garoto. Sani, para agradar sua irmã, atendeu o seu pedido e, ainda hesitante, segurou seu sobrinho recém-nascido em seus braços, e pôs seus olhos sobre ele. Isso foi o suficiente para fazer o estrago. A cabeça de Ganesha voou tão logo seu tio olhou para ele. Parvati começou a chorar amargamente, mas Brahma, que estava presente neste momento, consolou-a e disse que se a cabeça da primeira criatura que eles encontrassem fosse cortada e transplantada no pescoço de Ganesha, ele viveria. Então Vishnu, que também estava presente, partiu com Garuda, em busca do primeiro animal que ele pudesse encontrar. Ele viajou por todo o caminho até o Monte Kailash e, no sopé, ele encontrou um elefante cochilando em uma margem do rio. Ele imediatamente cortou a cabeça do elefante e retornou ao palácio e assim Ganesha voltou a viver, tendo agora uma cabeça de elefante .

A cabeça de elefante que Vishnu trouxe para Ganesha era perfeita em todos os aspectos, com duas presas, mas o deus é habitualmente mostrado com apenas uma presa . A história por trás de como ele perdeu uma das presa é a seguinte:

Shiva tinha o hábito de investir sexulamente sobre Parvati, enquanto ela se banhava. Um dia, quando a bela deusa estava prestes a tomar um banho na água de uma piscina dentro de uma caverna, ela tomou a precaução de posicionar Ganesha, seu filho favorito, na entrada da caverna. Ela o instruiu para que não deixasse ninguém entrar na caverna enquanto ela estivesse lá dentro. Desta forma, Ganesha montou guarda enquanto sua mãe se banhava. Um tempo depois Shiva surgiu vindo da floresta, e Ganesha o viu andando com passos lentos em direção à caverna. Chegando até a entrada da caverna, Shiva pediu permissão a Ganesha, mas este se manteve firme bravamente e se recusou a permitir que o seu pai adentra-se o recinto.



Shiva ficou impressionado com a atitude de seu filho, e protestou que ninguém tinha o direito de mantê-lo longe de sua legítima esposa, mas Ganesha não se moveu de seu posto, dizendo que ele não iria desobedecer as instruções de sua mãe. Shiva perdeu a paciência e tomado de raiva, partiu para o ataque contra seu próprio filho. Ganesha deteve o ataque de seu pai e ambos lutaram por algum tempo, tudo isso enquanto Parvati tomava seu banho sem imaginar o que se passava. Shiva e Ganesha continuaram sua luta até que, finalmente, Shiva arremessou o Trishula (tridente), sua arma suprema, contra o seu filho. Ganesha não tinha como se desviar deste ataque, e fazer isso, seria mostrar uma grande falta de respeito por seu pai. Então ele parou o golpe do tridente em uma de suas presas, que se quebrou. Neste momento, Parvati saiu do banho e, percebendo o que estava acontecendo, apressou-se a apaziguar a situação e trazer a amizade de volta para sua família. Desde então Ganesha passou a ter somente uma presa .

Há uma outra história interessante referente a Ganesha e seu irmão Karttikeya. Ambos queriam se casar com Buddhi e Siddhi. Então , finalmente, eles decidiram entre si que o primeiro deles a circunavegar a Terra inteiramente iria pedir as suas mãos em casamento. Karttikeya partiu a pé para circundar a Terra, mas Ganesha ficou em casa estudando as escrituras. Após longos anos de viagens Karttikeya voltou, apenas para descobrir que seu irmão já era casado com as duas senhoras. Ganesha ficou em casa e estudou as escrituras e, através de seus estudos, ele deu a volta ao redor da Terra em um tempo muito menor do que seu irmão Karttikeya, que possuia mais físico e menos astucia, fez a pé.




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25 de outubro de 2013

Estigmas

۞ ADM Sleipnir

Marie Therese Neumann

Estigmas são ferimentos surgidos de forma espontânea em vários lugares do corpo, como as mãos, os pés, as costas, a testa e os lados do corpo, e que no contexto cristão, são considerados as manifestações das cinco chagas que Jesus recebeu durante a sua Crucificação. Supostamente, essas chagas só surgem em pessoas santas, e que buscaram  ter em vida uma identificação genuína com Cristo.

Uma dessas pessoas foi São Francisco de Assis (1181-1226), que recebeu as chagas de Cristo enquanto orava do lado de fora de uma caverna após um retiro de 40 dias em 1224, e tornou-se o primeiro estigmatizado registrado nos anais da história da igreja. São Francisco é também o único estigmatizado de quem as feridas nos pés e nas mãos trazia na verdade representações de unhas.

Apesar de São Francisco ser considerado o primeiro dos estigmatizados, alguns teólogos debatem se o próprio São Paulo foi estigmatizado ( baseando-se em Gálatas 6:17 - "Eu trago no meu corpo as marcas de Jesus "), o que o tornaria o primeiro a receber as chagas de Cristo.

Outros Casos

O Padre Pio (1887-1968), um dos estigmáticos mais conhecidos do século XX , teve no dia 20 de agosto de 1918 uma visão de uma pessoa misteriosa cujas mãos, pés e tórax pingavam sangue . Após o Padre Pio ter esta visão, ele recebeu o primeiro dos estigmas que fariam com que suas feridas sangrassem diariamente durante 50 anos.

Padre Pio

Em 1275, uma freira cisterciense chamada Elizabeth recebeu estigmas em sua testa (representação da coroa de espinhos de Cristo) após ela ter uma visão da crucificação. A tradição da Igreja diz que Santa Catarina de Siena (1347-1380) foi visitada com as marcas do sofrimento de Cristo, mas através de sua grande humildade, ela orou para que elas pudessem tornar-se invisíveis, e , embora a dor das feridas tenham permanecido, sua súplica foi atendida e o sangue parou de fluir das chagas. 

Marie Therese Neumann (1898-1962) também era um estigmática que se tornou familiar para o público em geral. Nascida entre a Sexta-feira Santa e a Páscoa em Konnersreuth, Baviera, Neumann sofreu uma série de acidentes graves que lhe causaram a cegueira, convulsões e paralisia. Sua visão foi restaurada no dia da beatificação de Santa Teresa de Lisieux (1873-1897), 29 de abril de 1923, e no dia da canonização de Santa Teresinha em 17 de maio de 1925, ela voltou a ter mobilidade. Então, após ter uma visão de Jesus em 4 de março de 1926, os estigmas começaram a surgir em seu corpo, e ela passou a ter sangramentos em todos eles, incluindo os ombros e os joelhos, às sextas-feiras, especialmente durante a Quaresma. Alega-se que do Natal de 1926 até sua morte, em 1962, Neumann não comeu ou bebeu nada, exceto a comunhão diária.

Possíveis explicações para o fenômeno





Milagre

Esta é a clássico explicação cristã dos estigmas . Estigmáticos , e aqueles que acreditam em si mesmas, ver os estigmas como um grande presente de Deus, apesar da dor que o acompanha. No entanto, a aparência inconsistente de estigmas , que diferem de um estigma para o outro, é difícil de explicar. Os estigmas freqüentemente aparecem nas palmas das mãos e nas costas das mãos, embora os historiadores tenham comprovado que as vítimas da crucificação eram perfuradas através do pulso, ao invés
 da própria mão. 

Estigmas auto-infligidos na tentativa de enganar

Estigmáticos poderiam infligir as feridas em si mesmos, ou falsificá-los de outro modo, em uma tentativa de atrair atenção, aceitação ou fama. Este foi o caso em numerosos exemplos. Um remorso estigmatizada do século XVI confessou ter fingindo seu estigmas. Outra estigmatizada foi pega pintando feridas falsas sobre si mesma.  Quando estigmáticos modernos apresentaram -se a observação dos céticos , tem sido frequentemente observado que as feridas só começam a sangrar depois dos mesmos ficarem sozinhos, como se algo tivesse ocorreu que precisava ser mantido escondido da vista. Acredita-se que o próprio Padre Pio, citado mais acima, e canonizado pela Igreja Católica, teria falsificado seus estigmas , possivelmente com o uso de ácido . 

Estigmas auto-infligidos por indivíduos delirantes

É possível que alguns estigmáticos possam ser mentalmente desequilibrados o suficiente para terem causado estes ferimentos graves em si mesmos, permanecendo inconscientes, ou em negação, de suas ações. Certamente, é notável que a maioria dos estigmáticos gravados da história também eram extáticos, os indivíduos que experimentaram transes e relatou visões divinas . Alguns também eram conhecidos por sua flagelação severa, comportamento que a psicologia secular moderna descreveria como masoquismo ou auto-mutilação . Indivíduos com essas tendências, e uma fascinação mórbida com a iconografia da Crucificação, poderiam inconscientemente promulgar suas fantasias religiosas em si mesmos, criando estigmas. 

Condição psicossomática

Se uma pessoa possui uma fé forte o suficiente em sua relação com Deus, e possui um forte desejo de ter as chagas, o corpo pode responder com sintomas físicos. Isto foi proposto várias vezes pela parapsicologia, mas permanece sendo uma possibilidade controversa. Não é uma explicação plausível para as feridas abertas, pois não há explicação para a capacidade da imaginação de criar tais danos dentro do corpo externo. Pode ser uma explicação razoável para os casos de "estigmas fantasmas", onde o estigmatizado sente a dor das feridas da crucificação , mas não tem exibe sinais exteriores . A aplicação desta teoria para outros casos, como estigmas sangrando ou hematomas espontâneos permanece mais duvidosa.

Diagnósticos incorretos de outras doenças

Cortes, contusões, ou outros sinais recebidos por coincidência em locais característicos, como as palmas das mãos ou dos pés, podem ser facilmente confundido com estigmas por católicos fervorosos. Uma teoria proposta em 1935, afirma que os estigmas de São Francisco poderiam ter sido Púrpura , uma rara complicação da malária em que hemorragias aparecem simetricamente nas mãos e nos pés. Alguns casos de estigmas modernos poderiam estar ligados a condições médicas raras que envolvam inexplicáveis hematomas ou sangramento espontâneo. 


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23 de outubro de 2013

Iara

۞ ADM Sleipnir

Arte de Miqueias Silva

A Iara (também Uiara ou Yara) é uma sedutora criatura do folclore brasileiro, com origens européias. O nome Iara deriva do velho Tupi yîara = y + Iara (água + senhor / senhora), que significa "senhora do lago" ou "rainha das águas". Ela é vista tanto como uma ninfa da água, sirene, ou sereia, dependendo do contexto da história contada sobre ela. Inicialmente era um personagem masculino chamado Ipupiara, homem peixe que devorava pescadores e os levava para o fundo do rio. No século XVIII seu mito foi modificado e ele foi transformado na bela sereia.

Iara é descrita como uma linda jovem, de cabelos negros (ou verdes), olhos castanhos e pele parda, e com a parte de baixo da cintura de sereia, e que costuma ficar sentada em uma pedra à beira do rio penteando o cabelo ou cochilando sob o sol. Quando ela sente que um homem esta por perto, ela começa a cantar suavemente para atraí-lo. Uma vez sob o feitiço da Iara, um homem deixa tudo para viver com ela para sempre debaixo d'água, e acaba se afogando e sendo arrastado para o fundo do rio. Em algumas versões do mito, o homem não é morto pela Iara, mas conduzido até seus palácios subaquáticos e utilizando de seus poderes mágicos ela faz com que ele sobreviva embaixo d´água. Outros ainda dizem que vários índios mantiveram um relacionamento amoroso com a sereia, e teriam voltado para contar a história.
Iara nem sempre foi uma sereia. Antes ela era uma belíssima índia, que trabalhava muito e era muito corajosa. Ela se dedicava demais e isto acabava por despertar uma inveja de alguns membros de sua tribo, entre eles, seu próprios irmãos, pois o pai deles era o pajé e à admirava muito. Então os irmãos resolveram se livrar de Iara, e planejaram matá-la. Certa noite foram até a cabana onde ela dormia, e Iara ouviu o que os irmãos pretendiam fazer, e se defendeu, pois era uma habilidosa guerreira. Iara acabou matando os seus irmãos., e desesperada com o desfecho da história, ela resolveu fugir, porém seu pai conduziu uma implacável busca, e quando ela finalmente foi capturada, eles a atiraram no encontro dos rios Negro e Solimões. Os peixes encontraram e trouxeram o corpo de Iara para a superfície, onde ele foi banhado pela luz da lua, e então ela transformou-se numa bela sereia. Desde então ela vem seduzido suas vítimas para o mergulho sem volta. 

Dizem que a única forma de resistir ao encantamento da Iara, é fechar os olhos e tapar os ouvidos, de forma que não a enxergue e nem ouça a sua melodia mortal. Existem também alguns relatos sobre um talismã feito de escamas do boto vermelho, que pode ser usado para quebrar o feitiço da Iara. 

Arte de Michael Mendonça

A lenda da Iara costuma ser uma das explicações usuais para o desaparecimento daqueles que se aventuram sozinhos na selvaA natureza de Iara é similar a várias outras figuras femininas do folclore de outras regiões, como La Llorona do México e sudoeste dos Estados Unidos, as criaturas colombianas Patasola e Tunda e a Mulher-Cervo da América do Norte. Todos são do sexo feminino e às vezes agem como sirenes, guiando os homens para a sua morte.

Na versão em filme do romance Macunaíma, de 1969, o protagonista de mesmo nome encontra seu fim nas mãos de uma Iara. Ele a abraça avidamente e enxerga tarde demais um buraco golpe na parte de trás do pescoço dela, que revela a criatura que ela era de verdade e não a bela mulher que ele pensou que ela fosse. Esta deformidade física marcando uma mulher perfeita é um tema comum entre as figuras sirênicas das Américas, mas é geralmente relacionada aos seus pés. A Mulher-Cervo tem cascos no lugar dos pés, a Patasola e a Tunda tem pés deformados e La Llorona é frequentemente dita não possuir pés por aqueles que a vêem.

Arte de Gustavo Rinaldi


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21 de outubro de 2013

Shirime

۞ ADM Sleipnir


O Shirime (japonês 尻目 ou しりめ, literalmente "olho na bunda") é um bizarro yokai de aparência humana, porém sem rosto. Sua principal característica é o que o seu nome sugere: ele possui um olho no lugar do seu ânus. O seu nome também pode significar olhar de "rabo de olho''. O Shirime não parece possuir más intenções ou propósitos malignos, aparentando somente querer se divertir surpreendendo e assustando as pessoas. Alguns acreditam que ele é uma variação de outro yokai sem rosto chamado Noppera-bō. Inclusive, um nome alternativo pelo qual o Shirime é chamado é Nuppori-bōzu (ぬっぽり坊主).


De acordo com uma história, certo dia um samurai viajava à noite por uma estrada que levava a Kyoto, quando foi parado por um homem estranho. O homem bloqueou seu caminho, e disse: "Me desculpe, eu posso ter um momento do seu tempo?". O samurai pegou sua espada, temendo um ataque, mas para a sua surpresa o homem tirou seu quimono. O homem inclinou-se e virou de costas para o espantado samurai, e para o seu horror, ele "arreganhou a bunda", revelando um grande globo ocular que substituía o ânus da medonha criatura. O samurai, apesar de ser um bravo guerreiro, fugiu aterrorizado.

O Shirime é um dos yokais retratados na coletânea de rolos Buson Yōkai Emaki (蕪村妖怪絵巻), datados do séc. XVIII e de autoria da poeta e pintora Yosa Buson, onde ela pintou alguns yokais com um visual mais cômico que o comum e também descreveu histórias sobre alguns deles.






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Ruby