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31 de outubro de 2012

Halloween

۞ ADM Demon Girl

Halloween Tree, por jerry8484

Origem histórica

O primeiro registos do termo "Halloween" é de cerca 1745. Derivou da contração do termo escocês "Allhallow-even" (véspera de Todos os Santos) que era a noite das bruxas.

Posto que, entre o pôr-do-sol do dia 31 de outubro e 1° de novembro, ocorria à noite sagrada (hallow evening, em inglês), acredita-se que assim se deu origem ao nome atual da festa: Hallow Evening → Hallowe'en → Halloween. Rapidamente se conclui que o termo "Dia das bruxas" não é utilizado pelos povos de língua inglesa, sendo essa uma designação apenas dos povos de língua latina.

Outra hipótese é que a Igreja Católica tenha tentado eliminar a festa pagã do Samhain (o Ano novo céltico) instituindo restrições na véspera do Dia de Todos os Santos. Este dia seria conhecido nos países de língua inglesa como All Hallows' Eve.

Essa designação se perpetuou e a comemoração do halloween, levada até aos Estados Unidos pelos emigrantes irlandeses no século XIX, ficou assim conhecida como "dia das bruxas".

Alguns bruxos acreditam ainda que a origem do nome vem da palavra hallowinas - nome dado às guardiãs femininas do saber oculto das terras do norte (Escandinávia).

O Halloween marcava o fim oficial do verão e o início do ano-novo. Celebrava também o final da terceira e última colheita do ano, o início do armazenamento de provisões para o inverno, o início do período de retorno dos rebanhos do pasto e a renovação de suas leis. Era uma festa com vários nomes dependendo da região: Samhain, Samhein, La Samon, ou ainda, Festa do Sol.

A lenda


Uma das lendas de origem celta fala que os espíritos de todos que morreram ao longo daquele ano voltariam à procura de corpos vivos para possuir e usar pelo próximo ano. Os celtas acreditavam ser a única chance de vida após a morte. Os celtas acreditavam que nessa data as leis de espaço e tempo permitiam que o mundo dos espíritos se misturasse com o dos vivos.

Como os vivos não queriam ser possuídos, na noite do dia 31 de outubro, apagavam as tochas e fogueiras de suas casas, para que elas se tornassem frias e desagradáveis, colocavam fantasias e ruidosamente desfilavam em torno do bairro, sendo tão destrutivos quanto possível, a fim de assustar os que procuravam corpos para possuir.


"Gostosuras ou Travessuras?"

A brincadeira de "doces ou travessuras" é originária de um costume europeu do século IX, chamado de "souling" (almejar). No dia 2 de novembro, Dia de Todas as Almas, os cristãos iam de vila em vila pedindo "soul cakes" (bolos de alma), que eram feitos de pequenos quadrados de pão com groselha.

Para cada bolo que ganhasse, a pessoa deveria fazer uma oração por um parente morto do doador. Acreditava-se que as almas permaneciam no limbo por certo tempo após sua morte e que as orações ajudavam-na a ir para o céu.



Jack O'Lantern

A vela na abóbora provavelmente tem sua origem no folclore irlandês. Um homem chamado Jack, um alcoólatra grosseiro, em um 31 de outubro bebeu excessivamente e o diabo veio levar sua alma. Desesperado, Jack implora por mais um copo de bebida e o diabo concede. Jack estava sem dinheiro para o último trago e pede ao Diabo que se transforme em uma moeda. O Diabo concorda. Mal vê a moeda sobre a mesa, Jack guarda-a na carteira, que tem um fecho em forma de cruz. Desesperado, o Diabo implora para sair e Jack propõe um trato: libertá-lo em troca de ficar na Terra por mais um ano inteiro. Sem opção, o Diabo concorda. Feliz com a oportunidade, Jack resolve mudar seu modo de agir e começa a tratar bem a esposa e os filhos, vai à igreja e faz até caridade. Mas a mudança não dura muito tempo, não.

No próximo ano, na noite de 31 de outubro, Jack está indo para casa quando o Diabo aparece. Jack, esperto como sempre, convence o diabo a pegar uma maçã de uma árvore. O diabo aceita e quando sobe no primeiro galho, Jack pega um canivete em seu bolso e desenha uma cruz no tronco. O diabo promete partir por mais dez anos. Sem aceitar a proposta, Jack ordena que o diabo nunca mais o aborreça. O diabo aceita e Jack o liberta da árvore.

Para seu azar, um ano mais tarde, Jack morre. Tenta entrar no céu, mas sua entrada é negada. Sem alternativa, vai para o inferno. O diabo, ainda desconfiado e se sentindo humilhado, também não permite sua entrada. Mas, com pena da alma perdida, o diabo joga uma brasa para que Jack possa iluminar seu caminho pelo limbo. Jack põe a brasa dentro de um nabo para que dure mais tempo e sai perambulando. (Os nabos na Irlanda eram usados como suas “lanternas do Jack" originalmente, mas quando os imigrantes vieram para a América, eles acharam que as abóboras eram muito mais abundantes que nabos. Então Jack O'Lantern, na América passa a ser uma abóbora, iluminada com uma brasa.)

Sua alma penada passa a ser conhecida como Jack O'Lantern (Jack da Lanterna). Quem presta atenção vê uma luzinha fraca na noite de 31 de outubro. É Jack, procurando um lugar.

Bruxas


As bruxas têm papel importantíssimo no Halloween. Não é à toa que ela é conhecida como "Dia das Bruxas" em português. Segundo várias lendas, as bruxas se reuniam duas vezes por ano, durante a mudança das estações: no dia 30 de abril e no dia 31 de outubro. Chegando em vassouras voadoras, as bruxas participavam de uma festa chefiada pelo próprio Diabo. Elas jogavam maldições e feitiços em qualquer pessoa, transformavam-se em várias coisas e causavam todo tipo de transtorno. 


Diz-se também que para encontrar uma bruxa era preciso colocar suas roupas do avesso e andar de costas durante a noite de Halloween. Então, à meia-noite, você veria uma bruxa! 

A crença em bruxas chegou aos Estados Unidos com os primeiros colonizadores. Lá, elas se espalharam e misturaram-se com as histórias de bruxas contadas pelos índios norte-americanos e, mais tarde, com as crenças na magia negra trazidas pelos escravos africanos. 

O gato preto é constantemente associado às bruxas. Lendas dizem que bruxas podem transformar-se em gatos. Algumas pessoas acreditavam que os gatos eram os espíritos dos mortos. Muitas superstições estão associadas aos gatos pretos. Uma das mais conhecidas é a de que se um gato preto cruzar seu caminho, você deve voltar pelo caminho de onde veio, pois se não o fizer, é azar na certa.



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Saci-Pererê

۞ ADM Sleipnir

Arte de Ursula Dorada

O Saci-Pererê é um dos personagens mais famosos do folclore brasileiro. Ele é uma assombração das matas e áreas rurais, descrito como um menino negro e perneta, que usa um gorro vermelho e fuma um cachimbo rudimentar (o pito). Seu mito teria surgido entre as tribos indígenas do sul do Brasil, porém o mais certo é que ele seja resultado da convergência e mistura das crenças das três etnias que, historicamente, entre a colonização e o Império, formaram o povo brasileiro: índios, portugueses e negros.

Entre os tupi-guaranis, relaciona-se a uma ave chamada Matinta-Perê (ou Matinta-Pereira) que, postada sobre uma só perna, emite um canto sombrio considerado de mau-agouro. Até hoje, uma das características e sinal da presença do saci é o seu assovio. A tradição, nascida no extremo sul, migrou com os índios para o centro-oeste e o sudeste chegando, eventualmente ao norte e nordeste do país. Os portugueses fundiram a idéia da ave com o Trasgo, duende doméstico do folclore europeu, que usa um gorro vermelho e possui poderes sobrenaturais. Mais tarde, os negros forneceram sua contribuição concebendo os sacis como almas penadas de crianças mestiças, bastardas, fruto das relações entre escravas e senhores, rejeitadas e freqüentemente abandonadas nas matas.


Finalmente, quando o mito se consolidava, entre os séculos XVIII e XIX, surgiu uma versão sobre o nascimento dos sacis, descrita posteriormente por Monteiro Lobato (que também era pesquisador do folclore nacional) em sua obra infanto-juvenil "O Saci". Segundo Lobato, os sacis nascem nas hastes do bambu gigante chamado Taquaruçu, onde se desenvolvem. Quando plenamente e magicamente formados, incluindo o gorro e o cachimbo, os sacis rompem as hastes e ganham o mundo passando a frequentar fazendas e vilarejos, onde praticam inúmeras travessuras. Eles goram ovos, chupam o sangue das vacas e cavalos, destes, também se ocupando em trançar-lhes as crinas, "rezam" o milho nas panelas para frustrar o desabrochar das pipocas, azedam o leite, roubam fumo, fazerm objetos sumirem para perturbar a ordem doméstica, confundem o caminho dos tropeiros e viajantes e assustam os animais com seu peculiar assovio. Os sacis fazem essas travessuras somente por diversão.


O Saci possui o poder de aparecer e desaparecer quando quer, e capturá-lo é um procedimento relativamente difícil. Segundo a tradição relatada por Monteiro Lobato, a circunstância ideal para se capturar um saci é em dias de ventania, quando aparecem redemoinhos de poeira e folhas secas. Produzir esses redemoinhos é uma das diversões dos sacis que, girando sobre a perna única, posicionam-se no centro da formação. O "caçador", munido com uma peneira de cruzeta (que tem duas faixas em cruz como reforço no bojo), uma garrafa de vidro bem escura e uma rolha também marcada com uma cruz na parte superior, deve se aproximar do redemoinho e lançar a peneira bem no meio, aprisionando assim o Saci. Em seguida, deve-se introduzir a boca da garrafa levantando minimamente a peneira. O Saci, buscando a escuridão, refugia-se dentro da garrafa que, então, deve ser rapidamente arrolhada. Lá, o Saci permanecerá invisível, numa tentativa de enganar o seu captor, fazendo com que pense que ele conseguiu escapar. No entanto, em um dia de muito calor, quando o captor tirar um cochilo, o Saci se mostrará. Conta-se que se quem capturar um Saci e conseguir se apossar de seu gorro, adquire poder sobre ele, transformando-o em seu escravo.

31 de Outubro, Dia do Saci

Com o objetivo de resgatar figuras do folclore brasileiro, em contraposição ao "Dia das Bruxas", ou Halloween, de tradição cultural celta, foi sancionado em 2003 um projeto de lei que estabeleceu o Dia do Saci. Ele é celebrado no dia 31 de Outubro, mesma data do Halloween.


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30 de outubro de 2012

Fenrir

۞ ADM Sleipnir


Fenrir (nórdico antigo, "morador do pântano" ou “Aquele que habita nos pântanos”; também chamado Fenris, Fenrisulfr, Hróðvitnir e Vánagandr) é um lobo monstruoso pertencente à mitologia nórdica. Filho do deus da trapaça Loki com a giganta Angrboda, tem como irmãos Jormungand (a serpente gigante que envolve Midgard) e Hel (a deusa da morte).

Acorrentado pelos deuses até o advento do Ragnarok, Fenrir se solta e causa grande devastação, antes de devorar o próprio Odin, sendo morto, posteriormente, pelo filho do grande deus, Vidar, que enfiará uma faca em seu coração (ou rasgará seus peitos até o maxilar, de acordo com um diferente autor).

A fonte mais importante de informação sobre Fenrir vem do Gylfaginning, a primeira parte da Edda em prosa de Snorri Sturluson, embora haja outras fontes, freqüentemente contraditórias. Por exemplo, no poema Lokasenna, Loki ameaça Thor com a destruição por Fenrir durante o Ragnarök, uma vez que Fenrir pode destruir Odin.

Fenrir tem dois filhos, Hati ("Odioso") e Skoll. Os dois filhos perseguem os cavalos Árvakr e Alsviðr, que conduzem a carruagem que contém o sol. Hati também persegue Mani, a lua. Deve-se notar que Skoll, em determinadas circunstâncias, é usado como um heiti (palavra que descreve uma espécie de kenning, frase poética que é utilizada substituindo o nome usual de um personagem ou de uma coisa) referenciando, indiretamente, ao pai (Fenrir) e não ao filho (esta ambiguidade também existe no outro sentido. Por exemplo, no poema épico Vafthruthnismal, existe uma confusão na estrofe 46, onde a Fenrir são dados os atributos do perseguidor do sol, o que na verdade seria seu filho Skoll).


A partir da "A profecia dos Völva" ou "A profecia de Sybil",(Völuspá) e de sua luta com Vafthruthnir (também relatado no Vafthruthnismal), Odin percebe que as crianças de Loki e de Angrboda trariam problemas aos deuses. Logo, o poderoso deus traz a sua presença o lobo Fenrir, junto com seu irmão Jormungand e sua irmã, Hel. Após lançar Jörmungandr nas profundezas do mar e estabelecer Hel como governante da terra dos mortos (Niflheim), Odin mandou que o lobo fosse levado para Asgard pelos Æsir.

No entanto, somente o deus Tyr era corajoso o bastante para alimentar o monstro crescente. Os deuses temiam pela força crescente do lobo e pelas profecias de que o lobo seria sua destruição. Duas vezes, Fenrir concordou em ser acorrentado e, pelas duas vezes, ele estourou facilmente os elos que o prendiam. A primeira corrente, feita do ferro, foi chamada Loeðingr. A segunda, também de ferro, mas duas vezes mais forte, foi chamada Drómi. Finalmente, Odin pediu ajuda aos anões, e eles fizeram um grilhão chamado Gleipnir, era macio como a seda e foi feito com ingredientes muito especiais.

Os deuses então, levaram Fenrir para uma ilha deserta e o desafiaram a quebrar Gleipnir. Percebendo a armadilha, o lobo concorda, mas com a condição de que um dos deuses pusesse a mão em sua boca, como sinal de "boa fé". Assim, o bravo Tyr enfiou a mão direita entre as mandibulas do terrível monstro. Eles amarraram o lobo com os grilhões macios, mas, dessa vez, quanto mais Fenris-lobo puxava, mais Gleipnir apertava-se em seu pescoço. Furioso, ele fechou vigorosamente suas enormes mandíbulas e decepou a mão do deus.

Tyr ainda teve a oportunidade de se vingar colocando uma espada na boca do lobo para que ele não fizesse tanto barulho. Mesmo sabendo que chegaria um dia em que Fenrir se libertaria e traria morte e destruição a todos eles, os deuses não o mataram. "O que tem de ser, será", disseram.

Fenrir contra Vidar

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28 de outubro de 2012

Poseidon

۞ ADM Sleipnir

Arte de Rod Wong

Poseidon (ou Posídon, grego: Ποσειδων) era o deus grego dos mares, também conhecido como Netuno pelos romanos. Era filho dos titãs Cronos e Réia, e irmão de Zeus, Hades, Héstia, Hera e Deméter. Ele e seus irmãos derrotaram os titãs e tomaram o poder. Zeus tornou-se o governante supremo dos céus e da terra, Hades tornou-se senhor do submundo, e Poseidon tornou-se o senhor dos oceanos. Apesar de um dos deuses olímpicos, sua morada era em um palácio no fundo do mar. 

Os navegantes oravam a ele por ventos favoráveis e viagens seguras, mas seu humor era imprevisível. Apesar dos sacrifícios, que incluíam o afogamento de cavalos, ele podia provocar tempestades, maus ventos e terremotos por capricho.

Representações

Poseidon é frequentemente representado como um homem forte, barbado, empunhando um tridente e montado numa carruagem ou concha puxada por animais marinhos. Os antigos gregos acreditavam que Poseidon usava seu tridente para agitar as tempestades no mar ou para acalmar as ondas. Ele também o utilizava para quebrar pedras. Por isso, ficou conhecido como deus dos terremotos. 

Arte de Genzoman

Amores e Descendência

Certa vez, quando se divertia com suas companheiras, Anfitrite foi vista por Poseidon que, maravilhado pela sua deslumbrante beleza, tentou raptá-la, mas ela se recusou a unir-se ao deus, fugindo dele e se refugiando nas profundezas do oceano, em um lugar onde só sua mãe sabia onde estava. Poseidon não desistiu de sua paixão e continuou com suas investidas. Mandou um delfim procurá-la e ela foi encontrada ao pé do monte Atlas e, convencida, ela cedeu e casou com Poseidon, que a tornou rainha dos oceanos.

Além de Anfitrite, Poseidon teve muitas outras mulheres, e para se aproximar das mesmas, ele geralmente tomava uma forma diferente. Ele se transformou em touro para cortejar uma filha de Eólo; em rio para tomar Ifimedia e em delfim, na sua intriga amorosa com MelantoA deusa Deméter também foi alvo das investidas de Poseidon.Tentando escapar dele, se transformou em égua, mas Poseidon descobriu seu disfarce e se transformou em cavalo, conseguindo assim o seu objetivo. Poseidon teve também um amante masculino, Pélope, que se tornou seu aprendiz e mais tarde um poderoso monarca.

Com tantos casos amorosos, Poseidon teve muitos filhos. Com Anfitrite, Poseidon teve um filho chamado Tritão, que era um fiel servidor de seus pais, atuando como seu mensageiro e acalmando as águas do mar para que a carruagem de Poseidon deslizasse com segurança. Com a ninfa Teosa, teve o ciclope Polifemo. Com Ifimedia, teve os gigantes Oto e Efialtes (conhecidos como Aloídas), que chegaram a declarar guerra aos deuses. Do sangue de Medusa, que foi violada por Poseidon, nasceram o gigante Crisaor e o cavalo alado Pégaso. Com Deméter, teve o cavalo imortal Árion e a deusa Despina.


Principais participações nos mitos

Na Gigantomaquia, Poseidon confrontou o gigante Polibotes, sem a ajuda de Héracles como os outros deuses. Polibotes foi perseguido por Poseidon através do mar até a ilha de Cos. Chegando lá, Poseidon arrancou uma parte da ilha, que depois passou a ser chamada de Nísiros, e jogou sobre o gigante, enterrando-o embaixo dela. Como os gigantes só poderiam ser mortos pela união de um deus e um mortal, Polibotes sobreviveu, no entanto, estando enterrado sobre Nísiros, ele foi incapaz de retornar ao combate.

Poseidon disputou com Atena, a deusa da sabedoria, o posto de deidade padroeira da cidade hoje conhecida como Atenas. O vencedor seria aquele que desse a cidade o melhor presente. Poseidon escalou a acrópole de Atenas e, ao chegar ao seu cume, golpeou-a com o seu tridente, fazendo nascer uma fonte de água salgada. Atena por sua vez foi até a fonte, e fez nascer uma oliveira ao lado da mesma. Todos os cidadãos foram convocados a votar: os homens votaram em Poseidon, as mulheres em Atena, e Atena acabou vencendo por um voto. Poseidon ficou profundamente irritado, e atacou a cidade com as ondas. Para aplacar a ira do deus, as mulheres de Atenas foram privadas de voto e os homens, proibidos de portar o sobrenome materno, como haviam feito até então. 

Na história da Guerra de Tróia, Poseidon e Apolo tiveram que servir o rei Laomedonte, ajudando na construção dos muros da cidade, como punição por terem conspirado contra Zeus. Laomedonte prometeu recompensá-los, mas no final, com a obra terminada, o rei se recusou a cumprir sua promessa. Enfurecidos, Poseidon e Apolo se vingaram de Tróia. Apolo lançou uma grande praga sobre a cidade, enquanto Poseidon enviou um monstro marinho para arrasá-la. Além disso, Poseidon forneceu ajuda aos gregos durante a guerra de Tróia. Poseidon também passou anos dirigindo ataques contra Odisseu, que havia cegado seu filho Polifemo.

Arte de mullerpereira
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27 de outubro de 2012

Hitodama

 ۞ ADM Sleipnir

Hitodamas em GeGeGe no Kitarō

Hitodama (japonês 人魂 ou ひとだま, "alma humana" ou “bola humana”) é um termo usado na mitologia japonesa para as almas de pessoas recém-falecidas, que ao deixarem seu corpo, tomam a forma de misteriosas bolas de luz flutuantes. Essas bolas de luz geralmente apresentam um cor branco-azulada, porém podem apresentar as cores vermelha ou laranja. Além disso, costumam flutuar lentamente, e não muito longe do chão.


Em noites quentes de verão, essas estranhas e brilhantes esferas de luz podem ser vistas flutuando em torno de cemitérios, casas funerárias ou casas onde pessoas morreram recentemente. Na maioria das vezes, elas são vistas um pouco antes ou depois do momento da morte, quando a alma deixa o corpo para retornar ao éter. É mais comum vê-las à noite, embora ocasionalmente apareçam durante o dia. Raramente, uma hitodama se materializa quando a pessoa perde a consciência, flutuando para fora do corpo, apenas para retornar quando a pessoa recobra a consciência.

Hitodamas são inofensivas, porém é importante que não sejam confundidas com yokais, alguns dos quais possuem aparência semelhante e podem causar danos aos humanos e até mesmo a morte. Uma Hitodama em particular pode ser distinguida de um yokai pela distinta cauda de luz que se arrasta atrás dela conforme flutua.

Arte de Maxa-art

Origem da lenda

A lenda do Hitodama surgiu por causa dos gases florescentes (conhecido em português como fogo-fátuo), que podem ser vistos próximos a cemitérios e pântanos. De tempos em tempos, surgem nesses locais misteriosas chamas azuladas, que aparecem por alguns segundos na superfície e logo depois somem sem deixar vestígios. Hoje é sabido que esse fenômeno está associado à decomposição de matéria orgânica, onde certos gases liberados entram em combustão espontânea ao entrarem em contato com o ar.


fonte:
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26 de outubro de 2012

Homens Lagartos

۞ ADM Demon Girl


Histórias sobre Homens Lagartos estão presentes em diversas culturas humanas desde o inicio das civilizações. Suméria, Chinesa, Japonesa, Asteca, Maia, todas essas civilizações fazem menção a humanoides com aspecto de lagartos. Como é impossível, mesmo para nossa Ciência moderna, mapear as profundezas dos mares, fica a suspeita que se caso eles existirem, talvez seja esse o seu habitat.

Reptilianos nas civilizações antigas

Em um grande número de civilizações antigas, existiram manifestações de fé para figuras com as características dos homens lagarto. O Quetzalcóatl da civilização asteca ou Kukulcan, para os maias, que em ambos os casos significa “Serpente Emplumada” ou serpente de belas plumas, nos dá um primeiro indício dos répteis como ícones. Também na cultura egípcia encontramos com um deus réptil, ou melhor, conhecido como o deus crocodilo Sobek a quem é atribuída à graça da fertilidade, a vegetação e a vida humana.

No Oriente Médio, existem alguns seres répteis que vão desde alguns djinn ou “demônios” a dragões, passando por homens répteis. Esta tradição data de imemoráveis anos. Num dos livros apócrifos supostamente o elo perdido de Jasher ou yashar é descrito como uma raça humana da serpente.

Homens répteis na cultura popular Zulu

Na atualidade, existe na África a crença popular de que há milhares de anos atrás, desceu do céu uma raça de gente cuja fisionomia era similar à dos homens lagarto. A população Zulu, da África do Sul, transmitiu esta cultura através de suas gerações e ainda na atualidade podemos escutar a história de como estes reptilianos, que podiam mudar sua forma a vontade e tomavam em ocasiões a forma humana. E em alguns casos, os chefes das tribos casavam suas filhas com esses "extraterrestres", com o objetivo de tentar uma raça com poder de reis e chefes de tribo.


Outras culturas

Europa: Cécrope I, o mítico primeiro rei de Atenas era meio homem, meio serpente. Ele está ilustrado, por exemplo, num friso do Altar de Zeus, em Pérgamo (atual Bergama, na Turquia). Nestas imagens, algumas ilustram uma gigantomaquia, numa se vê o gigante Klyteros com serpentes enormes entre seus pés. Aquilão era o deus greco-romano do frio vento do Norte, descrito por Pausânias como um homem alado com cauda de serpente. O antigo culto grego a Glícon idolatrava um deus-serpente que possuía cabeça de homem.

Índia: Nas escrituras e lendas indianas, os Naga são seres reptilianos que viviam no subterrâneo e interagiam com seres humanos na superfície. Em algumas versões, estas criaturas teriam vivido num continente no Oceano Índico que afundou sob as ondas. Textos indianos também se referem a uma raça de reptilianos chamada “Sarpa”. Os Syrictæ da Índia foram uma tribo legendária de homens com narinas de serpente no lugar do nariz e pernas serpentinas arqueadas.

Ásia Oriental: Os chineses, vietnamitas, coreanos e japoneses falam durante toda a sua história de Lóng (Yong em coreano, Ryu em japonês) ou dragões, concebidos em ambas as formas física e extrafísica, mas raramente ilustrados na forma humanoide, embora possam assumir uma forma humana não reptiliana.

Na China, Coréia e Japão, reinos subaquáticos são citados como sendo onde os reis dragões e seus descendentes viveram, assim como uma linhagem de humanos descendentes de uma raça de dragões. Esta linhagem era frequentemente reivindicada pelos imperadores asiáticos que acreditavam ser capazes de mudar da forma humana para a forma de dragão conforme desejassem.

No Japão há mitos sobre os Kappa, ou homens-lagartos que vivem próximos aos rios e atacam as pessoas.

Oriente Médio: No Oriente Médio, seres reptilianos que se transformam de gênios para dragões e homens-serpente são citados desde os tempos antigos. Num dos livros apócrifos, supostamente o livro perdido de Jasher, uma raça de serpentes é descrita.

Depoimentos sobre aparecimentos de Seres Répteis

Existem na rede milhares de matérias sobre o legendário homem rã de Loveland na localidade de Ohio, Estados Unidos no ano 1955. Numerosos casos aconteceram desde aquele avistamento, no entanto, o mais célebre sucessor em anos recentes foi à loucura do homem lagarto que dizem ter aparecido em Bishopville na Carolina do Sul em 1988.

Um homem disse que uma besta reptiliana de sete palmos de altura, de olhos roliços e apêndices de três dedos perseguiu seu carro através de uma estrada rural a 40 milhas por hora. Um grande número de outros avistamentos se seguiu, e os oficiais de policia descobriram várias impressões estranhas na região. Mas como todo grande enigma, ainda não foi dada a resposta fática ao acontecido.

Em agosto de 1955 na cidade de Evansville, Indiana, a Sra. Darwin Johnson lutou contra um agressor enquanto nadava no Rio Ohio, que logo fugiu, mas deixou uma palma esverdeada impressa em seu joelho e algumas marcas e arranhões, que a levaram a buscar socorro médico.

Em março de 1972, vários moradores de Loveland, Ohio, inclusive dois policiais, todos aterrorizados, disseram ter visto um bípede bizarro com cara de sapo, caixa torácica inclinada, escamas cor de prata e rugas na cabeça, ao invés de cabelos.

No verão de 1972, no Lago Thetis, Columbia Britânica, um homem réptil emergiu da água para expulsar dois rapazes da praia, um dos quais sofreu lacerações na mão, causadas por seis pontas afiadas em cima da cabeça da criatura.

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25 de outubro de 2012

Zumbis (Zombies)

۞ ADM Berserker


Entre as lendas de mortos-vivos, um dos mitos mais difundidos na cultura popular é o dos zumbis ou zombiesSegundo a lenda, zumbis são seres humanos que morreram, mas por ação de um sacerdote vodu regressaram à vida e se converteram em escravos dos mesmos.

Para criar um zumbi, um bokor (sacerdote ou sacerdotisa) rouba o ti bon ange (alma menor). Este roubo é feito mediante técnicas de magia negra quando a pessoa está morrendo, e imediatamente depois de morrer. O ti bon ange é conservado em uma garrafa pelo ladrão, que a partir desse momento tem o controle do corpo da pessoa morta, esta carece de pensamento e controle autônomo, de modo que pode ser manejada como um escravo total e absoluto por parte do ladrão. Existe também o "astral", que é uma energia proveniente da alma humana, e que também é capturada pelo sacerdote e usada para aumentar o seu poder. O astral Zombi é normalmente mantido dentro de uma garrafa que o sacerdote pode vender aos seus clientes para dar sorte ou sucesso financeiro.


Em países onde o vodu é muito difundido religiosamente é corrente dizer que pessoas de muito sucesso têm zumbis aos seus serviços. Acredita-se que os ghede (espíritos dos mortos que usam chapéus de copa) também podem criar zumbis. Em algumas comunidades da África do Sul, acredita-se que uma pessoa morta pode ser transformada em um zumbi por uma criança pequena. É dito que a magia pode ser quebrada com um sangoma poderoso o suficiente.

Acredita-se que após um tempo, Deus tomará a alma de volta e o zumbi vai deteriorando-se, como se apodrecesse e finalmente seu corpo acabara por morrer completamente, o que torna o zumbi uma entidade física/espiritual temporária. Devido a esse fator, sempre são descritos com uma aparência que demonstra o efeito do tempo e da morte, possuindo a pele apodrecida, com um cheiro forte e horrível e normalmente perdendo partes do corpo, como dentes, dedos, etc. A lenda Vodu sobre o zumbi diz ainda que quem o alimenta com sal vai fazê-lo retornar imediatamente para o túmulo.

Embora estejam entre as menos fantásticas das criaturas lendárias, a figura dos zumbis ganhou um grande destaque mundial, se tornando extremamente popular graças ao filme de 1968 "Night of the Living Dead" de George A. Romero, que deu origem a todo um gênero de estórias de terror, que hoje já alcança praticamente todas as mídias.

Nesse tipo de estória os zumbis sempre apresentam uma mistura das suas próprias características com as de outros tipos de mortos-vivos (Principalmente ghouls) e geralmente também possuem a capacidade de criar novos zumbis a partir dos cadáveres dos humanos que eventualmente são eliminados por eles, ou mesmo infectando humanos vivos com doenças letais que convertem as pessoas em zumbis assim que elas vêm a falecer, a partir dessa linha de pensamento surge o conceito de “Apocalipse Zumbi”.


Apocalipse Zumbi

É um cenário hipotético da literatura apocalíptica. Cultuado - e até mesmo aguardado - por muitas pessoas e com base na ficção científica e no terror, a expressão refere-se a uma infestação de zumbis em escala catastrófica, que rapidamente transformaria esta espécie na dominante sobre a Terra. Tais criaturas, hostis à vida humana, atacariam a civilização em proporções esmagadoras, impossíveis de serem controladas por forças militares, mesmo com os recursos atuais à disposição.

Em algumas hipóteses, vítimas de um ataque de zumbi também se transformariam nestas criaturas se sofressem uma mordida ou arranhão de um infectado. Em outras, “o vírus” pode ser transmissível através do ar. Finalmente, existe ainda o quadro mais caótico: Todo o ser humano que morre, seja lá qual for à causa, torna-se um morto-vivo. Nestes cenários, os zumbis caçam seres humanos para alimentarem-se, sua mordida causando a infecção que faz com que um sobrevivente de ataque também se torne um zumbi posteriormente. Isto rapidamente se tornaria uma infestação absolutamente incontrolável, com o pânico causado pela "Praga Zumbi" acarretando no rápido colapso do conceito de civilização como hoje a conhecemos. Em pouco tempo, a existência de vida humana no planeta seria reduzida a poucos grupos de sobreviventes - nômades ou isolados - buscando por alimento, suprimentos e lugares seguros num mundo pré-industrial, pós-apocalíptico e devastado.

O conceito, nascido na década de 1960, ganhou grande popularidade ao longo dos anos, servindo de tema para incontáveis filmes, seriados, livros, histórias em quadrinhos, videogames e outras obras de variadas mídias. Como já mencionado, há até mesmo os que acreditam na concretização de tal cenário, e preparam-se para sua suposta chegada.


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24 de outubro de 2012

Boitatá

۞ ADM Sleipnir


O nome Boitatá vem do tupi mbaeta'ta, formado de mba'e, "coisa" e ta'ta "fogo". Segundo o dicionário Houaiss, a palavra transformou-se por confusão e interferência do tupi mboya, "cobra", tornando-se "cobra de fogo". Em 1560, escrevia-se baê tatâ, em 1706 baetatá, em 1872 boitatá e em 1876, mboitátá. A entidade também é chamada (mais de acordo com a etimologia original) baitatá ou batatá no Centro-Sul. Também é denominada biatatá na Bahia, batatal em Minas Gerais e bitatá em São Paulo.

Outros nomes conhecidos são: Batatão, Batal, Jean de la foice, Jean Delafosse, Fogo-Fátuo, Embaê-tatá, Fogo-fato, Fogo-nado, Embaatatá e Emba-atalá.

O padre Anchieta, em carta de 31 de maio de 1560, informava que havia também outros (fantasmas) nas praias, que vivem a maior parte do tempo junto do mar e dos rios, e são chamados baê tatâ, que quer dizer coisa de fogo. Não se vê outra coisa se não um facho cintilante correndo por ali; ataca rapidamente os índios e mata-os, como os curupiras.

Segundo Câmara Cascudo, o Boitatá protege os campos contra aqueles que os incendeiam e as tradições figuram-no como uma pequena serpente de fogo, que de ordinário reside n'água. Às vezes, transforma-se em um grosso madeiro em brasa, denominado méuan, que faz morrer por combustão aquele que incendeia inutilmente os campos. Na maioria das vezes, o boitatá é considerado uma alma penada, "purgando os pecados". No Nordeste, conhecem-no também como fogo corredor.

Segundo o dicionário Houaiss, o boitatá é simbolizado por uma cobra de fogo ou de luz com dois grandes olhos, ou por um touro que lança fogo pelas ventas e está relacionado tanto à indicação de tesouros ocultos quanto à proteção dos campos contra incêndios.


Relâmpago globular 

Uma possível explicação das aparições do boitatá e de entidades semelhantes é o raio ou relâmpago globular (foudre en boule em francês, ball lightning em inglês, centella em castelhano): uma esfera luminosa, brilhante como lâmpada fluorescente, cujo diâmetro pode variar de alguns centímetros a vários metros. Podem aparecer perto do ponto de impacto de um raio, mas também são vistas em terremotos, erupções vulcânicas, ventanias, tornados e tempestades. Freqüentemente são acompanhadas de cheiro de ozônio, enxofre ou óxido nitroso e produzem zumbidos e estalos.

Em laboratório, o fenômeno tem sido reproduzido na forma de silício vaporizado, que ao esfriar e se condensar forma partículas aquecidas que se incendeiam em contato com o ar. Na natureza, condições semelhantes poderiam ser criadas quando um relâmpago atinge solo rico em silício (como areia).

Segundo o físico ucraniano Oleg Meshcheryakov, o relâmpago globular é formado por um aerossol, uma nuvem de milhares de partículas com diâmetro de 5 a 100 nanômetros. Cada uma delas, contendo um redutor, um oxidante e um eletrólito formados a partir de substâncias comuns no ambiente, comporta-se como uma nanobateria, que entra em curto-circuito ao descarregar energia por sua superfície. A energia térmica produzida por cada nanobateria causa a repulsão mútua dessas partículas a curta distância, impedindo-as de se agregarem. Ao mesmo tempo, a atração magnética entre elas - resultado da oxidação eletroquímica dentro de cada partícula - impede que se dispersem e as equilibra a certa distância uma das outras, moldando as bolas. As reações de oxidação e redução dessas partículas podem gerar correntes de milhares e mesmo milhões de amperes.

Geralmente os relâmpagos globulares têm forma esférica, mas ocasionalmente tomam forma de anel, oval, cilíndrica ou de lágrima. Há casos de pessoas e animais eletrocutados ou queimados por esses relâmpagos, e mais de um caso em que queimou a roupa de uma pessoa sem lhe causar mais dano. Reportaram-se casos em que seu campo magnético transportou pequenos objetos ou prenderam o badalo de um sino, impedindo o sacristão de tocá-lo.


As luzes podem ser contínuas ou intermitentes e de qualquer cor, mas amarelo e vermelho parecem ser as mais comuns e azul, violeta e verde mais raras. Podem viajar paralelamente a um condutor, perto de uma substância isolante, ou no meio do próprio ar e parecem ser sensíveis a cargas elétricas. O fenômeno pode durar de alguns segundos a vários minutos. Geralmente explodem, mas às vezes se desvanecem pouco a pouco e outras vezes desaparecem abruptamente.

Esse fenômeno pode ser responsável pelas aparições do boitatá e entidades similares em outras culturas. A partir do século XX, pode também ter sido tomado por OVNIs e extraterrestres.

Fogo-fátuo

Outra explicação mais tradicional, para o boitatá é o fogo-fátuo, luz que aparece à noite, geralmente emanada de terrenos pantanosos ou de sepulturas, supostamente devido à combustão de gases provenientes da decomposição de matérias orgânicas, principalmente metano e fosfina. Esse fenômeno, conhecido em inglês como will-o'-the-wisp, em latim como ignis fatuus, em francês como feu follet e em alemão como Irrlicht ou Sumpflichter, também é associado a fantasmas e outras entidades do folclore, tanto no Brasil como em muitos outros países.

Em uma porcentagem de aproximadamente 28%, o metano se inflama espontaneamente, sem necessidade de uma faísca. Forma uma chama azulada, de curta duração, gerando um pequeno ruído. O deslocamento do ar provocado pela tentativa de fuga pode fazer o fogo-fátuo mover-se na mesma direção da pessoa, como se a estivesse perseguindo.



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20 de outubro de 2012

Elizabeth Bathory

۞ ADM Sleipnir


Elizabeth Bathory, a "Condessa de Sangue", foi das mulheres mais perversas e sanguinárias que o mundo já conheceu, e sua história até hoje desafia as limitações da mente humana, tendo se tornado um caso "contemporâneo", para muitos estudiosos de psicologia, psiquiatria e por que, não dizer de parapsicologia. 

Nascida no ano de 1560, Elizabeth Bathory era considerada uma das mulheres mais belas da alta sociedade e, embora fosse muito atraente por fora, o seu interior revelava uma pessoa muito diferente. Elizabeth era uma pessoa sanguinária por natureza, e há quem diga que assim o era devido a traumas de infância. Casou muito nova com o conde Ferencz Nadasdy, com quem teve três filhos. O conde era um guerreiro conhecido e respeitado, e como tal estava constantemente envolvido em guerras fora do seu castelo e da sua terra. Devido a isso e talvez por se sentir sozinha, Elizabeth começou então a buscar prazer de outras formas. As influências foram surgindo por parte da sua tia, uma lésbica muito conhecida na alta sociedade e a partir daí, Elizabeth começou a partilhar o mesmo gosto por esse tipo de aventuras, participando em várias orgias organizadas pela sua tia. Recebeu também muitas influências da parte de criados seus que praticavam as artes da magia negra.

Vida

A história da vida de Elizabeth começa na antiga fronteira entre a Roménia e a Hungria no castelo Ecsed, onde a família Bathory estava instalada. Em 1560, George Bathory (de descendência Ecsed) e Anna Bathory (de descendência Somlyo) tiveram uma filha, Elizabeth, fruto de um casamento entre duas famílias húngaras nobres, porém decadentes. A família Bathory era uma das mais ricas e poderosas famílias protestantes de toda a Hungria. Nela existiram dois dos mais importantes príncipes reinantes na Transilvânia, um vasto número de heróis de guerra, oficiais da igreja da Hungria e até mesmo um grande construtor de impérios, Stephen Bathory, príncipe da Transilvânia e rei da Polônia. Além destes nobres, a família Bathory era constituída por mais pessoas de um foro não tão nobre. Elizabeth tinha um tio que era supostamente adepto de rituais e adoração em honra a Satanás, a já citada tia, Klara Bathory, famosa por ser lésbica/bissexual e que se divertia torturando criados, e ainda um irmão, Stephan, conhecido pela sua fama de bêbado e libertino.

Não se sabe bem quando, mas imagina-se que esta cena se passou entre os seis e os onze anos de Elizabeth, quando um grupo de ciganos foi chamado ao castelo de Ecsed (na sua casa) para divertir a corte. Durante a estadia dos ciganos no castelo, um deles foi acusado de vender crianças aos turcos. Foi levado a julgamento, considerado culpado e sentenciado à morte. Elizabeth lembrava-se do choro do cigano durante a noite, lamentando a sua sentença e isso deve tê-la impressionado. De madrugada, Elizabeth escapou à vigilância da sua ama e correu para fora do castelo para ver a punição. Aí viu um cavalo no chão, moribundo, e alguns soldados a abrirem-lhe a barriga. Três dos soldados agarraram então no cigano e puseram-no dentro da barriga do cavalo, deixando-o apenas com a cabeça de fora e seguidamente coseram a barriga com uma agulha e linha.

Outro relato que se conhece, mas não se sabe se é verídico é o seguinte:

Aos nove anos de idade, Elizabeth presenciou um ataque de um grupo de rebeldes ao castelo onde vivia. A maior parte deste foi destruída e muitas das pessoas que lá viviam foram torturadas, violentadas e posteriormente mortas. Elizabeth e as suas duas irmãs Anichka e Shandra foram levadas pelas suas amas para se esconderem na floresta. Elizabeth encontrou refúgio numa árvore, mas as suas irmãs foram encontradas e torturadas até à morte. Elizabeth não teve outra escolha senão ver as suas irmãs e aias serem violentadas e mortas. Mais tarde encontrou o caminho para casa e viu os assassinos sentados numa mesa, posta fora do castelo, com o seu líder, Dozsa, numa cadeira de ferro, com fogo no fundo da mesma, estando ele a ser cozinhado. Os outros assassinos foram obrigados a comer a carne cozinhada do seu líder. Parece que alguns não se importaram muito, talvez porque tinham fome a essa altura... Foram depois mortos. Esta punição foi infligida neles quando foram apanhados e o tio de Elizabeth pronunciou a sentença. O castelo foi restaurado, mas ninguém pôde preencher o vazio causado pela perda das irmãs e do pai de Elizabeth.

Embora isto não seja uma desculpa, para o posterior comportamento de Elizabeth, podemos explicar mais um bocado das suas atitudes anos mais tarde. Estes e mais alguns incidentes durante a sua infância, influenciaram a sua ideia do que seria um comportamento correto e conceitos de moralidade.

Um olhar sobre a mulher

Ao contrário de muitas mulheres da época, Elizabeth foi muito bem educada e a sua inteligência ultrapassava até mesmo a de muitos homens. Ela era excepcional, tornou-se fluente em húngaro, latim e alemão, numa época onde a maior parte dos nobres húngaros sequer sabia escrever. Até mesmo o príncipe regente da Transilvânia nesse tempo tinha pouca educação. Alguns professores modernos e contemporâneos dizem que embora ela fosse louca e capaz de promover inúmeras atrocidades, era também uma pessoa com pleno controle das suas faculdades.

O seu futuro marido

Em 1555, Ferenc Nadasdy nasce no seio de uma família que por direito de nobreza era tão prestigiosa quanto à dos Bathory, mas não era nem tão rica nem tão antiga. A educação de Ferenc foi meticulosamente documentada pela sua mãe, Ursula, viúva, durante o período entre 1567 e 1569,  época em que ele frequentava a escola de Vienna. Estes documentos comprovam que Ferenc não era um bom estudante. Mal aprendeu a escrever húngaro e a escrever e ler um pouco de alemão e latim. Ferenc desenvolveu-se como um atleta e um pouco mais. Embora tivesse adquirido pouca educação acadêmica era certamente popular entre os seus colegas. Em 1571, aos 16 anos, graças às cuidadosas manipulações de sua mãe, Ferenc ficou noivo de Elizabeth, quando esta tinha apenas 11 anos de idade.

O casamento

Ferenc casou com Elizabeth em 8 de Maio de 1575 num acontecimento de gala onde até o Santo Imperador Romeno Maximian II foi convidado a estar. Sabe-se que ele não pôde ir devido a viagens, mas enviou uma delegação para o representar e um caro presente de casamento. O casamento, que juntou as duas proeminentes famílias protestantes realizou-se no castelo Varanno, onde o jovem Conde Ferenc Nadasdy juntou o nome da condessa ao seu. Mas Elizabeth, naquela altura já emancipada, escolheu permanecer uma Bathory e ficar apenas com o nome dela, já que o seu nome era mais antigo e mais ilustre que o dele.

O desenrolar da história

Ferenc escolheu a guerra como carreira e já não permanecia muito em casa, deixando assim Elizabeth no castelo Sarvar reinando e especialmente disciplinando os criados. A Condessa levava essa disciplina a um ponto considerado hoje como sadismo. De acordo com os relatos, bater nas criadas com um rolo de massas era a menor das suas punições. Frequentemente ela espetava alfinetes na parte superior e inferior dos lábios das moças (na sua carne) e debaixo das unhas. Uma punição particularmente dura era arrastar as moças para a neve, fora do castelo, onde ela ou as suas aias despejavam água fria nelas até morrerem congeladas. Durante os primeiros 10 anos de casamento, Elizabeth e Fernenc não tiveram filhos já que ficavam muito pouco tempo juntos, dado o seu empenhamento na sua carreira militar, mas por volta de 1585, Elizabeth deu à luz uma menina que chamou de Anna. Nos nove anos seguintes deu à luz Ursula e Katherina e em 1598 nasceu o seu primeiro filho homem, Paul. A julgar pelas cartas que ela escreveu a parentes, Elizabeth era uma boa mãe e esposa, o que não era de surpreender visto que os nobres costumavam tratar a sua família de maneira muito diferente dos criados mais baixos e das classes de camponeses. Uma das coisas que Elizabeth fazia para se divertir durante a ausência do conde era visitar a sua tia Klara. Rica e poderosa, Klara tinha sempre muitas mulheres disponíveis. Sendo assim, Elizabeth divertia-se muito nas suas visitas à tia, fato revelado pela frequência das mesmas. Enquanto isso, Ferenc criava um grande nome para si próprio. Em meados de 1598, Ferenc era um conhecido herói de guerra: era um de cinco heróis conhecidos como o quinteto profano, que inspirava o terror nos turcos que até mesmo o coroaram com uma popular alcunha reveladora do medo por eles sentido. Chamavam-no de "Cavaleiro Negro da Hungria”. Durante essa mesma altura, a coroa começou a ter problemas por causa do pagamento aos seus heróis e acabou por gerar uma enorme dívida monetária à família Nadasdy, de quem Elizabeth agora fazia parte.

A morte do Conde

No final de 1603, Ferenc ficou subitamente doente e acabou morrendo na manhã de 4 de Janeiro de 1604, quando uma forte nevada caiu no castelo Servar. Nunca se chegou, a saber, se Ferenc tinha conhecimento das atividades homicidas da sua mulher, mas sabe-se que durante o tempo que estava em casa também gostava de torturar os criados. Quando Ferenc permanecia em casa durante as raras tréguas com os turcos, juntava-se a Elizabeth e planejavam métodos de tortura, não chegando, no entanto, a ponto de matar os próprios criados como Elizabeth fazia. Apenas quatro semanas depois da morte do seu marido, Elizabeth decidiu que já tinha lamentado a morte dele o suficiente e depressa se apressou a fazer aparições na corte. Muitos historiadores e pesquisadores da vida da Condessa dizem que a morte de Ferenc foi o impulso suficiente para a sua reputação de usar os banhos de sangue para fins cosméticos. Os relatos mostram que o seu comportamento sádico ganhou força depois da morte do seu marido e indicam que nenhuma das testemunhas no julgamento mencionou o fato da Condessa se banhar em sangue.


Uma possível justificação sobre o medo do envelhecimento demonstrado pela Condessa
Uma antiga história diz que em certa ocasião enquanto passeava com um jovem cavalheiro, Elizabeth foi verbalmente abusiva com uma senhora idosa, pois a Condessa achou que o aspecto da senhora era repulsivo. A senhora respondeu: "Cuidado, ó vaidosa, em breve ficarás como eu e depois, o que farás?” Esta foi outra das razões apresentada para justificar a obsessão de Elizabeth com a idade e o envelhecimento, apesar de não haver evidências em nenhum documento que comprovem este evento.

Vale a pena mencionar aqui algumas outras lendas embora novamente falte documentação para comprovar estas histórias. A prática sanguinária de Elizabeth teria começado quando uma criada acidentalmente puxou o cabelo da Condessa enquanto o penteava. Elizabeth instintivamente bateu na jovem com tanta força que a mesma começou a sangrar, fazendo com que o sangue espirrasse na mão da Condessa. A princípio, Elizabeth ficou enraivecida e apanhou uma toalha para limpar o sangue, mas subitamente reparou que à medida que o sangue ia secando a sua pele parecia ter retomado a mesma brancura e jovialidade da pele das jovens camponesas. Embora pareça que ela nunca tomou banho com sangue de virgens, vários relatos mostram que as torturava de tal maneira que ficava ensopada no sangue delas tendo de trocar de roupa antes de poder prosseguir. Elizabeth poderia ter continuado com esta moda de torturar criados até à morte, à sua vontade e indefinidamente, porque até os clérigos naquele tempo consentiam que os nobres tratassem os seus criados da maneira que quisessem, por mais cruel que isso fosse, legalmente não era nada.

Os seus cúmplices

Acompanhando a Condessa nestas ações macabras estavam um servo chamado apenas de Ficzko, Helena Jo que era a ama dos seus filhos, Dorothea Szentos (também chamada de Dorka) e Katarina Beneczky, uma lavadeira que a condessa acolheu mais tarde na sua sanguinária carreira. Entre os anos de 1604 e 1610 uma misteriosa mulher de nome Anna Darvulia, que provavelmente era amante de Elizabeth, juntou-se a ela e ensinou-lhe novas técnicas de tortura. Passou a ser uma das mais ativas sádicas nas práticas de Elizabeth. Depois de um severo golpe, que a deixou cega, Darvulia deixou o seu trabalho a Elizabeth, Helena Jo e Dorka, certa de que as tinha ensinado bem.

Completamente em pânico, algumas jovens tentaram em vão escapar-se do castelo, embora se saiba que poucas o conseguiram. Aquelas que escapavam, eram logo encontradas e punidas da maneira a seguir relatada: “... uma menina de 12 anos chamada Pola conseguiu escapar do castelo, mas Dorka, ajudada por Helena Jo, apanhou a jovem assustada de surpresa e levou-a a força para o castelo de Csejthe. A Condessa recebeu a menina no seu retorno, estava furiosa, agarrou a menina e forçou-a a entrar numa espécie de jaula, construída com a forma de uma grande bola, estreita de mais para ser possível uma pessoa sentar-se e baixa demais para poder permanecer em pé. Uma vez colocada à menina lá dentro a jaula era erguida por uma roldana e dezenas de espigões ressaltavam de dentro dela. Póla tentou não ser apanhada pelos espigões, mas Ficzko manuseou as cordas de modo a que a jaula oscilasse para os lados. A carne de Pola ficou despedaçada.
Com a morte de Darvulia, na época em que Elizabeth atingiu os seus 40 anos, esta se tornou ainda mais descuidada. Era Darvulia que se certificava que as vítimas seriam apenas camponesas e que nenhuma moça da nobreza era levada, mas com a sua morte e também com as dúvidas das camponesas acerca das maravilhas do castelo Csejthe, Elizabeth começou então a escolher moças da baixa nobreza. Sentindo-se sozinha, a Condessa juntou-se à viúva de um fazendeiro da cidade vizinha de Miava. O nome dela era Erzsi Majorova. Aparentemente foi ela que encorajou Elizabeth a ir atrás de moças de berço nobre além de continuar a sua busca entre as camponesas.

As atrocidades de Elizabeth continuaram

Um cúmplice seu testemunhou que em alguns dias Elizabeth deitava moças nuas no chão do seu quarto e torturava-as de tal maneira que o chão ficava inundado de sangue. Elizabeth teve de pedir aos criados que trouxessem um tapete para tapar as poças de sangue. Uma jovem aia que não conseguiu aguentar as torturas e morreu muito rapidamente mereceu o seguinte comentário no diário da Condessa: "Ela era muito pequena...” Elizabeth chegou a um ponto na sua vida em que ficou muito doente e não conseguia levantar-se da cama nem arranjar forças para torturar as suas criadas. Ordenou então que lhe fosse trazida uma das suas jovens criadas. Dorothea Szentes, uma rude mulher camponesa arrastou uma das criadas mais jovens de Elizabeth para o seu lado e segurou-a aí. Elizabeth ergueu-se da sua cama e tal como um cão raivoso abriu a boca e mordeu a menina na face. Depois seguiu para os ombros onde rasgou um pedaço de carne com os dentes. Depois disso, Elizabeth mordeu os seios da menina.



O seu maior erro

Elizabeth deixou de ter o cuidado de providenciar enterros cristãos, feitos pelo pastor protestante do local, pelo menos no início. Depois de algum tempo, o pastor recusou-se a prosseguir com estes ritos, pois havia muitas moças mortas por causas desconhecidas e misteriosas, mas sempre levadas a cabo por Elizabeth. Ela ameaçou-o então para que ele não revelasse os seus atos e continuou a enterrar os corpos secretamente. Mais perto do fim, os corpos começaram a ser deixados em locais “perigosos” (nos campos junto ao castelo, na horta perto da cozinha, etc.) Estas ações contribuíram muito para a descoberta dos seus crimes.

A descoberta dos crimes

Ao longo do seu reinado como "Condessa Sanguinária", depois da morte do seu marido, outro dos seus propósitos foi fazer com que o rei húngaro, Mathias II pagasse as dívidas que tinha ao seu falecido marido Ferenc, de modo a que ela pudesse continuar com a sua vida sem preocupações. O rei não pagou essas dívidas e Elizabeth teve de vender dois castelos pertencentes à sua família nos arredores da Transilvânia. Estas ações chamaram a atenção do primo de Elizabeth, o conde Thurzo. O conde, reconhecendo o perigo deste procedimento, reuniu o resto do clã Bathory e planeou mandar exilar Elizabeth num convento onde iria findar os seus dias.

Os planos do conde Thurzo para conseguir salvar a família foram interrompidos quando no Inverno de 1610, Elizabeth achou que a sua posição social era intocável perante a lei, desde que os seus criados lançassem moças mortas das muralhas do castelo para um sítio descampado onde existiam lobos vorazes. Mas, esta cena foi vista pelos habitantes da vila de Csejthe, que informaram os oficiais do rei e os altos oficiais da igreja forçaram o rei Thurzo a agir, e ele assim o fez, pretendendo apenas proteger os interesses da família Bathory. O ataque foi planejado para ser feito no feriado de Natal, enquanto o Parlamento Húngaro não estava reunido. A 29 de Setembro de 1610 foi efetuado o ataque ao castelo Csejthe. Não houve necessidade de fazer um ataque noturno de surpresa, pois ao longo dos anos, as evidências dos crimes de Elizabeth foram-se acumulando. Quando o grupo de ataque chegou à mansão senhorial de Elizabeth, encontraram o corpo de uma criada espancada mesmo antes de entrarem, pois Elizabeth e os seus cúmplices não se tinham preocupado em enterrar o corpo. Dentro da casa, os nobres depararam-se ainda com os corpos de mais duas jovens, muito marcadas pelas torturas estando uma delas ainda viva. Na carta que escreveu à sua mulher, o conde Thurzo disse: "Tomei a mulher Nadasdy em custódia, ela foi imediatamente levada para a sua fortaleza... Irá ser bem vigiada e mantida em forte aprisionamento até Deus e a lei decidirem acerca dela... Esperarei apenas até que a mulher acusada seja levada para a fortaleza e se instale num quarto próprio para ela”. O conde Thurzo não esperou por Deus e a lei, pois decidiu que Elizabeth não devia ser levada a tribunal, mas sim sentenciada a permanecer presa no seu castelo Csejthe.

Os julgamentos

Os julgamentos em 2 e 7 de Janeiro de 1611 foram feitos apenas para satisfazer um ato oficial. Durante os julgamentos, os testemunhos dos seus cúmplices, Ficzko, Dorka, Katharina Beneczky e Helena Jo foram ouvidos. Erzi Majorova foi julgada muito mais tarde porque desapareceu.

É importante salientar que as quatro testemunhas mencionaram apenas entre 30 e 60 mortes, mas uma quinta testemunha, ouvida no dia 7 de Janeiro, revelou a peça do quebra-cabeça que faltava. O testemunho mais surpreendente veio de uma mulher, identificada apenas como "senhora Zusanna", não tendo sido mencionado o seu último nome, que depois de descrever as torturas feitas por Helena Jo, Dorothea e Ficzko... e de ter pedido um atenuante para Katarina Beneczky, revelou a evidência mais chocante deste julgamento: existia uma lista ou registro (que se encontrava num cesto de desenhos), feito pela Condessa onde a própria revelava o número de mulheres mortas até então e foram 650.

Os criados foram considerados culpados e as suas penas deliberadas da seguinte maneira:

- Em primeiro lugar, Helena Jo, seguida por Dorothea Szentes, as então chamadas de culpadas do grande crime foram condenadas a terem os seus dedos (aqueles que usaram como instrumentos de tortura e na carnificina e ainda por onde pingou o sangue de cristãs) arrancados pelo executor público com uma pinça incandescente e posteriormente os seus corpos deveriam ser atirados ainda vivos para o fogo.

- Ficzko foi decapitado. O seu corpo, exangue, juntar-se-ia ao dos seus cúmplices e seria também queimado. Apenas Katharina Beneczky escapou à sentença de morte. Mais tarde, em 24 de Janeiro de 1611, Erzsi Majorova foi encontrada, considerada culpada e executada. Apenas Elizabeth não foi trazida perante a corte e julgada, graças a uma carta escrita pela sua poderosa família e às maquinações do conde Thurzo.

A sentença de Elizabeth

A sentença de Elizabeth foi proferida pelo próprio conde Thurzo: "Tu, Elizabeth, és como um animal" - disse ele - "estás nos últimos meses da tua vida. Não mereces respirar o ar nesta terra, nem ver a luz do Senhor. Irás desaparecer deste mundo e nunca mais irás aparecer. As sombras irão encobrir-te e terás tempo para te arrependeres da tua brutal vida. Condeno-te, Senhora de Csejthe, a seres aprisionada perpetuamente no teu próprio castelo.”

Trabalhadores foram chamados para tapar totalmente as janelas e a porta com tijolos do quarto de Elizabeth no castelo de Csejthe, onde ela passaria o resto da sua vida. Seria deixado aberto apenas um pequeno orifício por onde passaria a comida e o ar. Fora desta cena, quatro forcas foram construídas nos quatro cantos do castelo para demonstrar aos camponeses que justiça havia sido feita. Em 31 de Julho de 1614, Elizabeth deu a conhecer a sua última vontade em testamento a dois padres catedráticos da diocese de Esztergon. Ela desejou que todos os bens que restassem da sua família fossem divididos igualmente pelos seus filhos e descendentes.

A morte da Condessa

Em Agosto do ano de 1614, um dos carcereiros da Condessa quis vê-la, pois era sabido que ela tinha sido (ou era ainda) uma das mulheres mais bonitas da Hungria. Espreitando através da pequena abertura na sua cela de paredes, ele viu a Condessa deitada no chão. Elizabeth Bathory estava morta aos 54 anos seu corpo deveria ter sido enterrado na igreja da cidade de Csejthe, mas os habitantes acharam repugnante a ideia de ter a "Infame Senhora" sepultada na cidade.



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Ruby