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15 de maio de 2024

Palasekan

۞ ADM Sleipnir

Arte de Gladys Domalaon

Palasekan é uma espécie de engkanto (espírito ambiental) pertencente ao folclore filipino, em especial as crenças do povo Ilongothabitantes do sul das montanhas Sierra Madre e Caraballo, no lado leste da ilha de Luzon. Ditos habitarem em árvores entre as comunidades humanas, eles são geralmente descritos como seres pequenos e peludos, embora invisíveis aos olhos humanos. 

Palasekans são ditos conhecerem os segredos mais íntimos das pessoas, e assobiam no vento para se comunicar com elas. Como tal, eles são usados ​​por humanos como guias diários pessoais na vida e no amor, para o sucesso na pesca, caça, agricultura e até mesmo nas tarefas domésticas. Palasekans avisam aos humanos sobre perigos iminentes e os guiam por caminhos seguros. Por ficarem perto das pessoas, os Palasekans têm maior probabilidade de serem cuspidos ou pisados ​​acidentalmente. 

Quando árvores habitadas por um Palasekan são cortadas, eles ficam furiosos. Para apaziguá-los, deve-se oferecer a eles uma taça de bási, um tipo de vinho feito com suco prensado da cana-de-açúcar.

Arte de Kaartyhan

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13 de maio de 2024

Zheuzhyk

 ۞ ADM Sleipnir

Arte de Valery Slauk

Zheuzhyk (bielorrusso Жэўжык) é uma benevolente divindade das águas pertencente ao folclore bielorrusso, dita zelar pelos lagos e rios do país. Descrito como um velho magro com barba longa e avermelhada e membros finos e compridos, Zheuzhyk faz sua morada nas profundezas dos lagos, onde exerce seu papel de protetor daqueles que se aventuram em suas águas.

De acordo com as lendas, durante o dia Zheuzhyk nada livremente pelas profundezas dos rios e lagos, enquanto à noite,ele percorre os lagos em seu barco, acalmando as águas e vigiando seus domínios. Acredita-se que, caso alguém se encontre em apuros nas águas, Zheuzhyk não hesitará em vir em seu auxílio.

Arte de inshall

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10 de maio de 2024

Gwisusan

۞ ADM Sleipnir

Gwisusan (ou Guisusan, em coreano 수산 ou 龜首山) é uma criatura pertencente à mitologia coreana, descrita como uma enorme tartaruga com uma montanha em suas costas, na qual havia um bambu mágico que durante o dia dividia-se em dois, e a noite se tornava um novamente.

Uma lenda, narrada nos livros milenares Samguk yusa (coreano: 삼국유사 ; "Memorabilia dos Três Reinos") e no Samguk sagi  (coreano 삼국사기; Hanja : 三國史記; "História dos Três Reinos"), conta que no segundo ano do reinado do rei Shimun (682 E.C.) de Sila, um dos antigos três reinos da Coréia, Gwisusan emergiu no Mar do Leste. 

O rei, juntamente com alguns de seus oficiais partiram em um barco em direção ao que pensavam ser uma montanha, e quando estavam se aproximando da mesma, um dragão também emergiu do mar. O dragão então contou-lhes que o bambu que eles viam naquela montanha era auspicioso, e que eles deveriam esperar o anoitecer, quando ele se tornaria um novamente, e assim eles poderiam corta-lo. O dragão também disse que se o rei fizesse uma flauta com esse bambu, o mundo todo teria paz. 

Após obter o bambu mágico, o rei e seus oficiais retornaram a sua embarcação para retornarem ao reino, e ao darem uma última olhada para trás, Gwisusan e o dragão haviam desaparecido.

Após retornar ao palácio, o rei Sinmun convocou o melhor fabricante de flautas do reino, e pediu que este transformasse o bambu mágico em uma flauta, que seria conhecida como ManpasikjeokEssa flauta tinha poderes miraculosos: afastava inimigos, curava doenças, trazia chuva durante a seca, cessava a chuva durante as enchentes, acalmava o vento e tranquilizava as ondas. Conta-se que em uma ocasião em que piratas japoneses tentaram invadir o reino, o rei tocou essa flauta, e no mesmo instante os invasores recuaram aterrorizados, para nunca mais voltar.


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7 de maio de 2024

Luwu

۞ ADM Sleipnir

Arte de Moopic

Luwu (em chinês 陸吾, também chamado de Jianwu, chinês 肩吾) é uma antiga divindade da mitologia chinesa, atestada em obras antigas da literatura chinesa como o Shan Hai Jing (chinês 山海經, "Clássico das Montanhas e Mares") e o Zushu jinian (chinês 竹書紀年, "Anais de Bambu"). Ela é descrita como uma criatura com um rosto humano e um corpo de tigre, sendo dotado de garras e de nove caudas. Às vezes, ele aparece representado com nove cabeças.

De acordo com o Shan Hai Jing, Luwu habita a montanha Kunlun (chinês 昆侖山), onde atua como um servo do deus celestial supremo Shangdi (chinês 上帝, ou somente Di, chinês帝), administrando o ciclo das quatro estações em seu jardim, bem como administrando as "nove regiões do céu". Essas nove regiões do céu provavelmente se referem aos setores astronômicos do céu acreditados serem controlados por estrelas divinas e constelações.


O Zushu jinian por sua vez afirma que Luwu serve à Xiwangmu, a "Rainha Mãe do Oeste", possuindo a habilidade de prever o futuro, além de conduzir pessoalmente a carruagem de Xiwangmu durante suas saídas, ganhando seu favor. Luwu parece ter desaparecido do panteão na mitologia chinesa posterior, que estabeleceu a Rainha Mãe do Oeste como a deusa dominante de Kunlun.


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29 de abril de 2024

Tainá-can, a Estrela Vespertina

۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

Tainá-can (também Tahina-Can, Tainacan, Thaina Khan ou Takinahaky) é uma figura presente na cultura do povo indígena Karajá (autodenominado Iny, "nós"), originário do centro-oeste do Brasil. Sua história, transmitida através da tradição oral, entrelaça elementos da cosmovisão indígena, ensinamentos ancestrais e a beleza da língua Karajá.

De acordo com uma versão da história, colhida entre os Karajá em torno do rio Araguaia e publicada pelo professor Hebert Baldus (1899-1970), em um tempo onde os Karajá não conheciam o plantio e a roça, vivendo apenas de frutas e da caça, havia um casal que possuía duas filhas: Imaeru (também Imaherô), a mais velha, e Denaquê (também Denakê, Danace), a mais nova. Certa noite estrelada, Imaeru viu uma estrela chamada Tainá-can, tão bonita e brilhante que ela não se conteve e disse ao pai:

— Pai, aquilo é tão bonito! Queria tanto tê-lo para brincar comigo.

O pai riu com o desejo da filha e explicou que Tainá-can estava tão longe que ninguém podia alcançá-lo. Mas ele acrescentou:

— Só se ele te ouvir e decidir vir até você.

Mais tarde, quando todos dormiam, Imaeru sentiu alguém se aproximar e sentar ao seu lado. Num sussurro, perguntou:

— Quem é você, e o que quer de mim?

— Eu sou Tainá-can; ouvi que você queria que eu estivesse perto de você, então vim. Você quer casar comigo?

Imaeru acordou os pais e acendeu uma fogueira, cuja luz revelou a aparência de Tainá-can: um velho de cabelos e barbas brancas como algodão e pele enrugada. Ao vê-lo, Imaeru disse:

- Eu não o quero como marido. Você é muito velho e feio. Eu quero um marido forte e bonito.

Tainá-can ficou muito triste e começou a chorar, mas Denaquê, com um coração bondoso, teve pena dele e consolou-o, dizendo ao seu pai:

— Eu caso com ele. Quero ele como meu marido.

O casamento aconteceu, deixando o velho Tainá-can muito feliz. Depois do casamento, Tainá-can decidiu trabalhar para sustentar Denaquê, plantando culturas que os Karajá não conheciam. Ele foi ao rio Araguaia, onde mergulhou as mãos na água para colher sementes que flutuavam rio abaixo. As águas lhe deram sementes de milho, mandioca e outras plantas que os Karajá passaram a cultivar.

Ao voltar, Tainá-can disse a Denaquê que iria derrubar mato para fazer uma plantação, mas pediu que ela não o seguisse, apenas cuidasse da comida para recebê-lo quando ele voltasse cansado. Denaquê, preocupada com o cansaço do velho marido, decidiu segui-lo em segredo. Para sua surpresa e felicidade, ao chegar na plantação encontrou um jovem bonito e forte trabalhando. Reconhecendo o marido, correu para ele louca de alegria e o abraçou. Depois, tratou de levá-lo para casa e mostrar os pais a verdadeira forma de seu marido.

Cena da animação Tainá-Kan, a Grande Estrela (2006) 

Imaeru, movida pelo desejo, foi até Tainá-can e disse:

-Você é meu marido, pois você veio até mim e não à Denaquê!

Tainá-can porém lhe respondeu:

- Em Denaquê encontrei a bondade. Mesmo sendo apenas um velho; ela me aceitou, enquanto você me desprezou. Agora não te quero! Somente Denaquê.

Tomara pela inveja, Imaeru soltou um grito e desapareceu, transformando-se em um urutau, cujo canto triste e forte ainda ecoa até hoje. 

Assim, a tribo Karajá aprendeu com Tainá-can a plantar novas culturas, como milho, mandioca e outros, trazendo prosperidade para seu povo.

A Participação de Tupã em outra versão do mito

Na versão do mito narrada pelo autor Waldemar de Andrade e Silva (1933-2015), o deus Tupã desempenha o papel de intermediário entre os desejos humanos e a ordem divina. Imaeru, a filha do Pajé, deseja desposar a estrela Tainá-can. Seu pai, preocupado com sua angústia, pede a Tupã que realize esse desejo. Tupã concede, mas com a condição de que a estrela desça à Terra na forma humana. 

Quando Tainá-can aparece na forma de um velho, Imaeru o rejeita por sua aparência. No entanto, sua irmã, Denaquê, casa-se com o velho e é recompensada quando Tupã o transforma em um homem jovem e belo. Imaeru, invejosa, deseja o marido da irmã, mas o laço entre Denaquê e Tainá-can é forte, levando-os a desaparecerem na mata. Em sua tristeza e inconformidade, Imaeru é transformada por Tupã no pássaro urutau, lamentando a perda do amor que tanto almejava.

Arte de IStarLightArt

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24 de abril de 2024

Acat

۞ ADM Sleipnir


Acat (também Acat-Cib ou Ah-Kat) era uma divindade da mitologia maia associada ao processo de tatuagem e escarificação. Ela foi mencionada pela primeira vez pelo etnógrafo e arqueologista J. Eric S. Thompson  (1898-1975), em seu livro Tattooing and Scarification among the Maya ("Tatuagem e Escarificação entre os Maias") de 1946, onde ele acrescentou que o nome Acat em nauátle significa "junco", enquanto a pronúncia "Ah Cat" significaria "Aquele do Jarro de Armazenamento", provavelmente porque acreditava-se que juncos ocos eram usados ​​no processo de tatuagem. Dizem que Acat abençoava desde a tinta e as agulhas até os espaços de trabalho, além de firmar as mãos dos artistas para obter melhores resultados.

Arte de thothflashpan

De acordo com o finado romancista e engenheiro Charles Russell Coulter e a pesquisadora Patricia Turner, Acat é um dos Bacabs,, deuses dos pontos cardeais, responsáveis por sustentar o céu. Mais vagamente, Acat é ainda associada ao desenvolvimento do feto no útero.

Cultura Popular

Acat é uma antagonista coadjuvante na série animada Maya e os Três Guerreiros (2021) da Netflix. Apesar de ser uma deusa, ela deixa sua sede de sangue ficar fora de controle e prefere “brincar com a comida” em vez de terminar uma missão com eficiência ou honra.

Acat em "Maya e os Três Guerreiros"

fontes:

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Ruby