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30 de junho de 2014

Huma

۞ ADM Sleipnir

Arte de Firat Solhan

O Huma (persa: هما, pronunciado Homa, em avéstico: Humaya) é um pássaro lendário da mitologia persa e do sufismo. Conhecido como "Ave do Paraíso", o Huma é dito nunca descansar, vivendo sua vida inteira voando invisivelmente acima das nuvens, sem nunca tocar o solo. O Huma é dito ser como a lendária Fênix, consumindo-se no fogo a cada centena de anos, apenas para surgir novamente a partir de suas cinzas.

Um Huma possui ambas as naturezas masculina e feminina contidas em um só corpo, e cada natureza partilha de uma asa e uma perna própria. Considerado um pássaro extremamente compassivo, a sua sombra traz grande fortuna a qualquer um que toca. Conta-se que se ele pousar sobre a cabeça ou ombro de uma pessoa, mesmo que por apenas um instante, essa pessoa irá se tornar um rei. Assim, as penas que decoram os turbantes dos reis são ditas serem a plumagem de um Huma.

Na tradição sufi, capturar um Huma está além da imaginação, mas um vislumbre dele, ou até mesmo de sua sombra é o suficiente para fazer uma pessoa feliz para o resto de sua vida. 

Arte de Anil Duyal Baydir
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27 de junho de 2014

Ictiocentauros

۞ ADM Sleipnir


Ictiocentauros (do grego: Ιχθυοκενταυρος, "Centauros-peixes"são criaturas da mitologia grega semelhantes aos tritões, porém possuem a parte superior do corpo de um homem, a parte inferior de um cavalo (ou leão) e a cauda de um peixe. Alguns ictiocentauros usavam coroas, enquanto outros foram representados com chifres, muitas vezes semelhantes à garras de crustáceos. Tradiconalmente, os ictiocentauros costumam ser representados no cortejo de divindades marinhas, ao lado de nereidas, tritões e hipocampos.
 
Os Ictiocentauros possuem a capacidade de respirar debaixo d'água e de nadar com grande velocidade. Eles também possuem uma resistência física maior do que as demais raças aquáticas. Outra habilidade é a capacidade de se comunicar debaixo d'água com outras criaturas marinhas.


Afros e Bitos

Dois deuses marinhos menores chamados Afros ("Espuma do Mar") e Bitos ("Abismo do Mar") eram representados como ictiocentauros. Filhos de Cronos e Filira (ou conforme a fonte, Poseidon e Anfitrite), os dois trouxeram Afrodite para a costa após ela nascer da espuma do mar criada pela queda n'água do sêmen de Urano, quando o mesmo foi castrado por Cronos. Os dois deuses provavelmente foram derivados do peixe divino da mitologia babilônica (possivelmente identificado com Dagon), que trouxe a deusa Astarte para a terra após seu nascimento no mar.
 
Afros e Bitos também aparecem em um par de esculturas pertencentes aos Museus do Louvre e do Vaticano, representados carregando os companheiros silenos do deus Dionísio, após sua companhia ser levada para o mar pelo rei Licurgo da Trácia.

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26 de junho de 2014

Fintan, o Salmão da Sabedoria

۞ ADM Sleipnir


Fintan, o Salmão da Sabedoria é uma criatura mágica da mitologia celta. A lenda conta que nove avelãs caíram no Poço da Sabedoria, e passaram a conter toda a sabedoria do mundo. Certo dia, um salmão comeu as nove avelãs e assim se tornou o ser mais sábio do mundo. Um druida previu que a primeira pessoa que provasse de sua carne obteria todo esse conhecimento.

Muitas pessoas passaram a tenta capturar o salmão, vez após vez, mas nunca ninguém conseguia. Às vezes, o seu fracasso devia-se a falta de habilidades de pesca dos caçadores, mas em outras ocasiões , eles não conseguiam porque acabavam acidentalmente olhando nos olhos do salmão. Qualquer um que olhasse para os olhos do salmão, que eram negros como tinta, cairia em um sono profundo.

No tempo onde o Salmão da Sabedoria ainda nadava livremente pelo Rio Boyne, viveu um poeta cujo nome era Finegas (ou Finnéces). Ele era considerado um dos homens mais sábios da Irlanda, mas mesmo assim, ele estava determinado a capturar o valioso salmão, e por isso ele passava os dias observando o rio igual a um falcão.  


Certo dia, um menino chamado Fionn Mac Cumhail chegou em sua casa. “Quem é você?” “Por que você está correndo?” - perguntou Finegas. Meu nome é Fionn. Meu pai foi morto em batalha, agora seus inimigos querem matar a mim também” - respondeu o rapaz. “Não tenha medo”, Finnegas disse gentilmente. “Fique comigo e eu cuidarei de você”. Desde então, Fionn passou a viver alegremente com Finegas, aprendendo com o mesmo a ser um poeta. Em retribuição, Fionn passava o dia limpando a cabana e a noite preparava as refeições. 

Certo dia enquanto vigiava o rio, Finegas percebeu um peixe monstruoso, porém belo e dourado, nadando entre as águas borbulhantes. Finegas pegou sua rede mais forte e a lançou nas águas profundas do Rio Boyne. Ele se lembrou de tomar cuidado para não olhar diretamente nos olhos sedutores da criatura, mas, de repente, o peixe saltou para fora da água e pairou no ar. Finegas e o salmão fizeram contato visual, e o poeta acabou caindo em um sono profundo, quase que imediatamente. Nesse momento, Fionn correu para socorrer Finegas e, com muita dificuldade, conseguiu acordá-lo do seu sono induzido.

O rapaz tirou a camisa e dobrou-a, improvisando uma almofada para colocar sob a cabeça de Finegas, mas ele recusou a mesma. "Meu filho, traga-me um pedaço de pano por favor?", Finegas pede à Fionn, que o providencia de imediato. Finegas pega o pedaço de pano e o amarra sobre os olhos, recolhendo sua rede em seguida. Ele tinha visto um lampejo dourado voando sobre o rio Boyne, e alegrou-se ao perceber que o salmão ainda não havia fugido. Ele passou a lançar sua rede às cegas, mas isso não o incomodava - ele era um pescador experiente, e que seria melhor do que permitir que o salmão o colocasse para dormir novamente.

Por horas Finegas tentou capturar o salmão, mas a cada arremesso da rede, ela dançava e se esquivava para fora do caminho. O velho poeta ficou ao lado do rio até o anoitecer, lançando a rede no rio e puxando-a de volta. O céu já tinha virado um breu, e ele disse a si mesmo que iria fazer mais uma tentativa. Incrivelmente, nesta última tentativa a rede se fechou de forma segura ao redor do peixe. Embora o salmão tenha resistido e pulado, não foi capaz de escapar. Finegas ficou tão desgastado por ter pescado durante todo o dia, que mal tinha forças para andar e então perguntou à Fionn se ele poderia cozinhar o salmão para ele. O menino concordou, porém teve que prometer que não iria comer o peixe. "Por favor, não coma nem um pedaço!" exclamou Finegas. Ele já estava cheio de orgulho e de alegria porque estava próximo de se tornar o homem mais sábio da Irlanda.

Fionn deu a sua palavra, e recebeu o majestoso peixe de seu professor. Ele acendeu uma fogueira, e uma vez que o fogo atingiu um tamanho adequado, ele começou a cozinhar o peixe. Fionn se sentou e ficou olhando o salmão cozinhar sobre o fogo. Ele ficou ali sonhando acordado, imaginando quais poderes maravilhosos o salmão poderia trazer, até que percebeu uma bolha se formar sobre a pele da criatura. Sem pensar, ele furou a bolha e acabou queimando seu dedo. Instintivamente, ele colocou o dedo queimado em sua boca e o chupou em uma tentativa de aliviar a dor. 


Assim que o salmão ficou pronto, Fionn o trouxe para Finegas, que tinha muita pressa em comê-lo. Após provar alguns pedaços do peixe, o velho sábio notou que havia uma mudança inconfundível no rapaz - seus olhos estavam brilhantes e suas bochechas tinha uma aparência saudável. Então Finegas lhe pergunta:  "Rapaz, você provou do salmão?"

Fionn sabia que nunca deveria mentir a seus anciãos, e lhe disse que ele não tinha dado sequer uma única mordida no salmão. Finegas insiste em sua pergunta, já visivelmente nervoso. De repente Fionn se lembrou da bolha, e como ele colocou o dedo na boca depois de usá-lo para estourá-la. Nervoso, ele contou a Finegas sobre o fato.

O velho poeta ficou com muita raiva no início, e depois foi superado pela tristeza. Ele sonhava em se tornar o homem mais sábio da Irlanda desde que ele era um menino. Mas então ele percebeu que, como era um sujeito idoso, e Fionn era apenas um jovem rapaz, o menino poderia fazer um uso melhor do dom do salmão, podendo se tornar o maior guerreiro que o mundo já conheceu.

Isso de fato acontece, e a história completa de Fionn você pode conferir no link abaixo:



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25 de junho de 2014

Obatalá (Oxalá)

۞ ADM Sleipnir


Obatalá (ou Oxalá), "O Senhor do Pano Branco", é o orixá criador da terra e o escultor da humanidade, porque a ele foi dada esta função por seu pai Olodumare (Olorun), o deus supremo do panteão iorubá. De acordo com um patakí (história sagrada), Olodumare enviou Obalatá à Terra no início dos tempos, quando não havia nada além de água. Olodumare deu a seu filho um pouco de sujeira e um frango, e ele disse-lhe para criar a terra com ele. Obatalá colocou a sujeira em uma pilha no meio do mar e colocou o frango sobre ela. Em breve, o frango começou a coçar a sujeira, espalhando-a ao redor, e assim a terra tomou forma. Uma vez que os continentes tinham sido formados, Olofi, outra manifestação do Deus supremo, disse a Obatalá para formar os seres humanos. Obatalá obedeceu, adicionando o toque final, colocando cabeças sobre os corpos dos seres humanos que ele criou. É por isso que Obatalá é dito ser o dono de todas as cabeças.


Outra versão dessa história conta que a Obatalá foi dada a tarefa de criar a Terra por seu pai, Olorun. No entanto, em vez de trabalhar e fazer o que lhe foi ordenado, Obatalá se embriagou com vinho de palma. Oduduwa, outra dos Orixás, aproveitou desta situação e procurou criar o mundo sem a ajuda de ninguém. Quando o mundo foi finalmente criado por Oduduwa, Olorun estava satisfeito com o que ele viu e ficou tão encantado com ela que fez de Oduduwa a deusa da Terra. No entanto, por sua negligência, Obatalá foi punido e recebeu a tarefa de criar os seres humanos. Diz-se que Obatalá novamente se embriagou, e durante a execução desta tarefa, acabou criando pessoas com deficiências físicas. Isso fez dele o patrono dos mesmos. 

Outra história conta como Obatalá salvou a humanidade da destruição. Em uma ocasião, os Orixás estavam tendo uma festa e se esqueceram de convidar Iemanjá. Ela ficou com tanta raiva que acabou instigando os oceanos e inundou o mundo. Os seres humanos ficaram aterrorizados e não sabiam o que fazer, então eles foram até Obatalá e lhe pediram para intervir. Ele ordenou Iemanjá a recuar, e ela o fez por respeito a ele. Obatalá, como o criador da terra, era o único que podia acabar com ela.


Obatalá é o senhor de todas as coisas brancas, bem como a cabeça humana e todos os seus pensamentos e sonhos. Sua saudação é ÈPA BÀBÁ! Oxalá é considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os Orixás do panteão africano. Simboliza a paz, é o pai maior nas nações das religiões de tradição africana. É calmo, sereno, pacificador; é o criador e, portanto, é respeitado por todos os Orixás e todas as nações. A ele pertencem os olhos que vêem tudo.

Na Santeria ele é o equivalente ao santo católico Nossa Senhora da Misericórdia, sendo também sincretizado com a figura de Jesus CristoObatalá é homenageado com galinhas brancas, caracóis, sopa de melão branco, inhame amassado e outros alimentos brancos, como eko. Eko é apenas milho em folhas de bananeira. A comida oferecida a esse orixá nunca pode ser salgada. 

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24 de junho de 2014

Vayu

۞ ADM Sleipnir


Vayu (ou Vata, Prana, Pravana) é o deus do vento na mitologia hindu. Ele é um dos principais deuses elementais, e era reverenciado como uma das divindades mais importantes nos tempos védicos. Posteriormente teve seu status reduzido, mas ele ainda continuou a ocupar uma posição eminente no panteão hindu como parte do Pancha Maha Bhuta, um panteão menor composto pelas divindades elementais Akasha (éter), Jala (água), Agni (fogo) e Prithvi (terra), além do próprio Vayu (ar).

Vayu é geralmente representado como um homem belo, muitas vezes com a pele um pouco roxa. Ele é transportado em uma carruagem de ouro, puxada por uma par de cavalos vermelhos ou roxos.  Às vezes o número de cavalos pode variar para cententas e até mesmo milhares. Quando não está sendo transportado em sua carruagem, Vayu aparece montado em um antílope. Ele geralmente está adornado com belas jóias, e é muitas vezes representado com quatro braços, ou às vezes com dois, segurando um par de bandeiras. Ele também pode ser representado segurando um aguilhão e uma roda.

Vayu é frequentemente retratado como um deus tempestuoso, que tem constantes acessos de raiva, dos quais ele não se arrepende e sequer tenta evitar. Uma história conta que Vayu foi incitado pelo sábio Narada a remover o topo do mítico Monte Meru. Vayu soprou e soprou o monte durante um ano inteiro, mas a montaria de Vishnu, Garuda, protegia o monte com suas asas. Narada aconselha Vayu a atacar a montanha na ausência de Garuda. Aproveitando um momento onde Garuda descansava, Vayu soprou a montanha e conseguiu remover o seu cume, que caiu no mar e formou a ilha que hoje corresponde ao Sri Lanka.

Vayu também é conhecido por sua luxúria, tendo gerado um número enorme de filhos ilegítimos. Embora ele fosse casado com uma filha de Vishwakarma, o arquiteto divino, ele teve filhos com muitas personagens femininas notáveis dos mitos hindus. Seus filhos mais famosos são o deus macaco Hanuman, cujo dom de voar era creditado a sua descendência paterna, e o herói Bhima, um dos cinco irmãos Pandava. Há também um conto onde Vayu tenta seduzir todas os cem filhas do rei Kusanabha. Como elas resistiram todas as suas investidas, Vayu deformou todas elas, fazendo-as ficarem corcundas.

Vayu é também reconhecido como o deus da respiração. Uma de suas histórias mais famosas ilustra a importância da respiração para toda e qualquer expressão de vida. A história conta que as divindades que controlam as funções vitais certa vez realizaram uma disputa para determinar quem dentre eles era o maior. A divindade que controla a visão deixou o corpo de um mortal, e mesmo sem a visão, ele continuou a viver até que a divindade retornou ao seu dever. Uma após a outra, as divindades se revezavam deixando o corpo, mas o homem continuava a viver, embora fosse prejudicado de várias maneiras. Finalmente chegou a vez de Vayu deixar o corpo do mortal, mas após ele sair, todas as outras divindades foram junto com ele. As outras divindades então percebem então que elas só poderiam agir graças à Vayu, e que sem ele a vida não poderia existir.


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23 de junho de 2014

Mãe-do-Ouro

۞ ADM Sleipnir


A Mãe-do-Ouro é uma personagem do folclore brasileiro, muito popular no interior das regiões Sul e Sudeste, mas também presente em outras regiões. Possui a aparência de uma linda mulher, com cabelos compridos e dourados que refletem a luz do Sol. Aparece sempre trajada de um longo vestido de seda branco. Em algumas regiões, a Mãe-de-ouro também é representada por uma bola de fogo que tem a capacidade de se transformar numa linda mulher. De acordo com a lenda, a Mãe-de-Ouro tem a capacidade de voar pelos ares, indicando locais onde existem jazidas e ouro. Dizem que em noites escuras e sem estrelas, aquela bola incandescente faz a curva no céu caindo sobre o morro, indicando que ali há tesouro enterrado. 

Diziam ser ela a guardiã dos tesouros da terra, das montanhas e dos rios. Ela está sempre perto do ouro e é vista à noite, porque brilha com a mesma beleza dourada de seu filho. Se alguém aproximar muito, ela desaparece, reaparecendo, em seguida, noutro lugar. Dizem que muitas lavras foram descobertas por causa de sua presença. Costuma aparecer à noite, após as 19 horas, como uma luz dourada com uma cauda luminosa. Aqueles poucos mortais que puderam vê-la mais de perto dizem ser uma mulher muito bonita, coberta de ouro, tendo os cabelos cheios de bichos. Acredita-se que se alguém tiver a sorte de encontrá-la, deverá cortar o dedo e deixar que três gotas de sangue caiam sobre sua cabeça, para que ela se transforme em ouro em pó.

Existem ainda versões da lenda onde a Mãe-do-ouro age como uma defensora das mulheres que são maltratadas pelos maridos. De acordo com a lenda, a Mãe-de-ouro atrairia homens casados para uma caverna, libertando assim as esposas destes maridos e colocando homens bons no caminho delas.


Histórias que correm pelo interior de Minas dão conta que uma das primeiras aparições da Mãe-do-Ouro ocorreu ainda na época do Brasil Colônia. A tradição oral relata que no Vilarejo de Rosário, às margens do Rio Cuiabá, vivia um dono de minas sanguinário e cruel. Ele obrigava seus escravos a lhe entregar, todos os dias, uma determinada quantia de ouro. Quem não conseguisse extrair da terra o peso exigido do metal precioso tinha um dos dedos da mão arrancado com alicate. Para um dos mais velhos escravos, encontrar tal quantidade de ouro se tornava mais difícil a cada dia. Até que mais uma vez não achou nem uma mísera pepita. Triste, mas resignado, se conformara em perder o terceiro dedo da mão esquerda, quando então surgiu a sua frente um círculo de luz dourada, que se transformou numa linda moça.

A Mãe-do-Ouro lhe perguntou a razão de tanta tristeza e o velho escravo lhe contou. Ela lhe pediu que trouxesse fitas azuis, amarelas e vermelhas, um pente e um espelho. Ele cumpriu o desejo e lhe entregou a encomenda pouco depois. Naquele momento lhe foi mostrado onde estava uma riquíssima mina de ouro. Mas havia uma condição: nunca, sob hipótese nenhuma, ele poderia revelar o local do tesouro. O negro pegou uma boa quantidade do metal e levou ao seu senhor, que logo quis saber onde ele o tinha achado. Como se recusou a falar, o velho escravo foi açoitado por dias e noites, até que todo o seu corpo ficou coberto de sangue e pele dilacerada. Entorpecido de dor, suplicou à Mãe-do-Ouro permissão para indicar o lugar da mina. “Sim. Mas seu senhor deve levar 22 escravos para escavar a terra até encontrar a rocha”, disse a Mãe do Ouro. 

Assim foi feito, e os homens, sem acreditar no que viam, se depararam com uma jazida em forma de uma frondosa árvore. Nesta hora, a Mãe do Ouro pediu ao escravo que saísse do fundo da escavação e chamasse seus companheiros. Um estrondo precedeu o desabamento que enterrou vivo o cruel dono da mina.  Dizem que a luz ainda é vista por lá em noites muito escuras.

fontes:

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20 de junho de 2014

Gerião

۞ ADM Sleipnir


Na mitologia grega, Gerião (também Geryone, Geryones ou Geryoneus) era um temível gigante que habitava a ilha Erítia, lar das míticas Hespérides, no extremo oeste do Mediterrâneo. Ele era filho do gigante Crisaor e Calirróe, e neto de Poseidon Medusa.

Suas descrições variam conforme o autor. Segundo o poeta Hesíodo, Gerião é um gigante com um corpo e três cabeças. Já Ésquilo caracterizava Gerião com três corpos. Segundo Stesichoros, Gerião tinha seis mãos e seis pés, além de ser alado. Além destas características bizarras, sua aparência era a de um guerreiro. Ele era dono de um cão de duas cabeças chamado Ortos, irmão de Cérbero, e um magnífico rebanho de gado vermelho, guardado por Ortos e pelo pastor centauro Euritião.

O Décimo Trabalho de Héracles 

Héracles foi obrigado a viajar para Erítia, a fim de obter o gado de Gerião como seu décimo trabalho. No caminho até lá, ele tinha que cruzar o deserto líbio, e ficou tão enfurecido com o calor que atirou uma flecha contra Hélios, o sol. Admirado com sua coragem, Hélios empresta a Héracles sua Taça do Sol, uma gigantesca taça dourada que Hélios usava para navegar através do mar de oeste para leste todas as noites.

Pouco tempo após chegar em Erítia, Héracles foi confrontado pelo cão de duas cabeças, Ortos. Com apenas um golpe de sua clava, Héracles matou o cão de guarda. Euritião, o pastor, veio para ajudar Ortos, mas Héracles acabou com ele da mesma forma.

Ao ouvir o barulho, Gerião entrou em ação, levando três escudos, três lanças, e usando três capacetes. Ele perseguiu Héracles até as margens do Rio Ântemo, mas acabou sendo vítima de uma flecha que havia sido banhada no sangue venenoso da Hidra de Lerna. Essa flecha foi atirada com tanta força por Héracles que perfurou as três cabeças de Gerião.



O Inferno de Dante

No Inferno, a primeira parte da Divina Comédia de Dante Allighieri, Gerião tornou-se o monstro da fraude, um monstro alado com o rosto de um homem honesto, as patas de um leão, o corpo de um Wyvern, e um ferrão venenoso na ponta de sua cauda. Ele mora em algum lugar nas profundezas abaixo do penhasco entre o sétimo e o oitavo círculos do Inferno (os círculos da violência e da fraude, respectivamente). Gerião emerge do poço após o chamado de Virgílio e carrega os Poetas até o oitavo círculo. Para o horror de Dante, os Poetas montam nas costas de Gerião, que plana ao redor da cachoeira do Rio Flegetonte, descendo grandes profundidades em direção ao círculo da fraude.


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19 de junho de 2014

Serket

۞ ADM Sleipnir

Arte de Lorenn Tyr

Serket (Serqet, Selqet, Selket, Selkit, Selkis) é a deusa da cura de picadas venenosas e mordidas na mitologia egípcia, originalmente uma deificação do escorpião. É uma das deusas mais antigas no Egito, tendo sido associada com o pré-dinástico Escorpião Rei. Seu nome é uma abreviação da expressão Serket-Hetyt, que significa "aquela que faz a garganta respirar" ou "a que facilita a respiração na garganta", uma clara alusão ao fato de que a picada de um escorpião causa asfixia. 

Características

Serket foi muitas vezes representada como uma mulher com um escorpião na cabeça, e, ocasionalmente, como um escorpião com a cabeça de uma mulher ou uma serpente, mas essas representações eram raras. Ela às vezes era mostrada usando o cocar de Hathor - um disco solar com chifres de vaca - mas isso foi após Ísis começar a ser representada usando o mesmo (Serket estava intimamente ligada com Ísis e sua irmã gêmea Néftis). Na XXI dinastia foi representada como uma mulher com cabeça de leoa, tendo a nuca protegida por um crocodilo. No entanto, a imagem mais famosa de Serket é a figura dourada, que forma uma das quatro deusas que protegiam Tutankhamon quando seu túmulo foi encontrado.


Atributos

Serket detinha o poder sobre todas as cobras, répteis e animais peçonhentos, e como uma deusa protetora, ela era invocada pelo povo para protegê-los das mordidas de cobras e picadas de escorpiões e também para curá-los, caso fossem inoculados. Serket também possuía um caráter punidor, e castigava os iníquos com o veneno de um escorpião ou cobra, causando-lhes falta de ar e morte. 

De acordo com um mito, é ela quem ajuda a proteger a Isis e seu filho Hórus, quando eles estão se escondendo de Seth nos pântanos do delta. Ela está associada com os sete escorpiões que agem como um guarda-costas para a mãe e a criança e às vezes é dita ser a deusa que convence Rá a parar a barca solar e ajudar Hórus quando o mesmo foi envenenado por uma cobra mágica enviada por Seth. Por causa desta história, conta-se que ela oferece proteção especial para crianças e mulheres grávidas. 

Serket também era uma das divindades ​​que defendiam a barca de Rá dos ataques da serpente-demônio ApepDurante sua passagem pelo submundo, Serket auxiliava no processo de renascimento dos recém-falecidos, soprando-lhes o fôlego da vida Ela recebeu o título de "Senhora da Bela Mansão", sendo esta mansão a estrutura onde se realizava o processo de embalsamento. Juntamente com Qebehsenuef, um dos 4 filhos de Hórus, Serket protegia o canopo que guardava os intestinos dos mortos.

Arte de el-grimlock


Relações

As relações familiares de Serket são controversas. Acreditava-se que Serket fosse mãe ou filha do deus sol Rá, e sua ira era considerada como o sol ardente do meio-dia. Foi provavelmente por causa de sua estreita ligação com Ísis e sua irmã gêmea Néftis que em Djeba (UTEs-Hor, Behde, Edfu), ela foi considerada esposa de Hórus e mãe de Horakhty (Hórus do Horizonte). 

Os Textos das Pirâmides afirmam que Serket era mãe (ou esposa) do deus serpente Nehebkau, cuja função era proteger a realeza e que vivia no mundo dos mortos. Devido a esta associação, Serket era vista como guardiã de uma das quatro portas do mundo subterrâneo, prendendo os mortos com correntes.

Muitas vezes ela aparecia com a antiga deusa guerreira Neith. No templo mortuário de Hatshepsut, Neith e Serket estão presentes quando Amen impregna a mãe de Hatshepsut, Mutemwia. Em outro conto, as duas deusas garantem que Amen e sua esposa possam desfrutar de algum tempo juntos em paz, e por isso ela também foi considerada uma deusa do casamento.

Culto

Originalmente, Serket era adorada no Delta do Nilo, mas o seu culto se espalhou por todo o Egito, com centros de culto em  Djeba e Per-Serqet (Pselkis, el Dakka). O Egito era uma terra de cobras e escorpiões, por isso era natural que a adoração desta deusa fosse propagada através do Egito. Os sacerdotes de Serket eram geralmente médicos e mágicos (no antigo Egito, a medicina era uma mistura de folclore, magia e ciência) que se dedicavam a curar picadas de criaturas venenosas. A própria deusa era invocada pelas pessoas para prevenir e curar tais males. Embora tivesse um sacerdócio, até hoje não foram encontrados templos associados à deusa.

Arte de Kim Hae yeong

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18 de junho de 2014

Pomona

۞ ADM Sleipnir


Pomona era a deusa romana guardiã dos pomares e das árvores frutíferas. Ao contrário de muitas outras divindades agrícolas, Pomona não estava associada com a colheita, mas sim com o florescimento das árvores de frutos. Ela é geralmente retratada carregando uma cornucópia ou uma bandeja de frutas florescendo, e também uma faca de poda em uma das mãos. Ela não possui uma contraparte grega, sendo portanto uma divindade exclusivamente romana.

Nos escritos de Ovídio, Pomona é uma ninfa de madeira virginal que rejeitou vários pretendentes, dentre eles Silvano e Picus antes de finalmente se casar com Vertumno - e a única razão pela qual ela se casou com ele era porque ele disfarçou-se como uma mulher velha, e, em seguida, ofereceu conselhos a ela sobre com quem ela deveria se casar. Vertumno acabou conquistando Pomona, e assim o casal se tornou responsável ​​pela natureza prolífica de macieiras. Pomona compartilha com seu marido um festival próprio, comemorado em 13 de agosto.


Pomona e Vertumno foram listados entre os Numina, ou espíritos guardiões da mitologia romana, que assistiam sobre pessoas ou sobre aspectos da casa ou nos campos , no caso deles, os pomares e jardins. Ela tinha seu próprio sacerdote em Roma, os flamen Pomonalis e um bosque sagrado chamado Pomonal, localizado não muito longe de Ostia, o antigo porto de Roma. 

Apesar dela ser uma divindade bastante obscura, Pomona aparece muitas vezes na arte clássica, incluindo pinturas de Rubens e Rembrandt, e uma série de esculturas. Uma estátua de Pomona nua pode ser vista na fonte do Central Park, pouco antes do Plaza Hotel em Nova Iorque. 


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17 de junho de 2014

Shiva

۞ ADM Sleipnir


Shiva (Xiva, Siva), o "destruidor", é um dos três deuses supremos na mitologia hindu. Juntamente com Brahma, o "criador", e Vishnu, o "preservador", forma a trindade suprema (trimurti) do hinduísmoUm personagem complexo, Shiva representa a bondade, benevolência e age como protetor, mas ele também tem um lado mais sombrio como o líder dos maus espíritos, fantasmas e vampiros e como o mestre de ladrões, bandidos e mendigos. Ele também está associado com o tempo e, particularmente, com a destruição de todas as coisas. No entanto, Shiva também está associado com a criação. No hinduísmo, acredita-se que o universo se regenera em ciclos (a cada 2.160.000.000 anos). Shiva destrói o universo no final de cada ciclo, o que permite, em seguida, a criação de um novo. Shiva é também o grande asceta, abstendo-se de todas as formas de indulgência e prazer, concentrando-se em meditação como um meio de encontrar a felicidade perfeita. Ele é o deus hindu mais importante para a seita Shaivismo, o patrono dos iogues e Brâmanes, e também o protetor dos Vedas, os textos sagrados do hinduísmo.

Iconografia

Na arte, Shiva é muitas vezes retratado de diferentes maneiras, dependendo da cultura em particular. Ele é mais comumente representado com múltiplos braços e três olhos. Um olhar do terceiro olho no centro de sua testa tem o poder de destruir qualquer coisa na criação, incluindo os seres humanos e os deuses. Ele usa um cocar com uma lua crescente e uma caveira (representando a quinta cabeça de Brahma, que ele decapitou como punição por ele ter cobiçado sua própria filha Sandhya), um colar e pulseiras feitas de cobras. 



Neste aspecto, ele geralmente representa Nataraja e dança a Tandava (dança primordial da criação, preservação e destruição) dentro de um círculo de fogo que representa o ciclo interminável do tempo. Ele detém o fogo divino (Agni), que destrói o universo e o tambor (Damaru), que reproduz os primeiros sons da criação. Uma mão faz o gesto abhayamudra e a outra aponta para o seu pé esquerdo, simbolizando a salvação. Ele também pisa com um pé o anão Apasmara Purusha, que representa a ilusão e leva os homens para longe da verdade. O tridente que aparece nas ilustrações de Shiva é o trishula. É com essa arma que ele destrói a ignorância nos seres humanos. Suas três pontas representam as três qualidades dos fenômenos: tamas (a inércia), rajas (o movimento) e sattva (o equilíbrio).

Shiva também pode ser representado em pé sobre uma perna, com a perna direita dobrada na frente do joelho esquerdo e segurando um rosário na mão direita, a postura típica da meditação ascética. Às vezes, ele também aparece montado em um touro branco (Nandi), carrega um arco de prata (Pinaka), ao lado de um antílope, e usa uma pele de tigre ou elefante, todos símbolos de suas proezas como um caçador.


O Lingam


Lingam ("emblema", "distintivo", "signo"), também chamado de linga, é o símbolo fálico de Shiva. Ele representa o pênis, instrumento da criação e da força vital, a energia masculina que está presente na origem do universo. Está associado ao poder criador de Shiva. O lingam é o emblema de Shiva. Na Índia, reverenciar o lingam é o mesmo que reverenciar a Shiva. Ele pode ser feito em qualquer material, embora o preferido seja o de pedra negra. Na falta de uma escultura, se constrói um lingam com a areia da praia ou do leito do rio; ou simplesmente se coloca em pé uma pedra ovalada. É comum, nos templos, se pendurar sobre o lingam uma vasilha com um pequeno orifício no fundo. A água é derramada constantemente sobre ele numa forma de reverência. A base do lingam representa yoni, a vagina, mostrando que a criação se dá com a união do masculino e feminino.

Relações familiares

A esposa de Shiva é Parvati, muitas vezes encarnada como Kali e Durga. Ela era, de fato, uma reencarnação de Sati (ou Dakshayani), a filha do deus Daksha. Daksha não aprovava o casamento de Sati com Shiva e certa vez realizou uma cerimônia de sacrifício especial para todos os deuses, exceto Shiva. Indignada com este desrespeito, Sati se jogou no fogo sacrificial. Shiva reagiu a esta tragédia, criando dois demônios (Virabhadra e Rudrakali) a partir de seu cabelo, e eles destruíram a cerimônia, decapitando Daksha no final. Os outros deuses apelaram para Shiva acabar com a violência e, Shiva acata o pedido, trazendo de volta à vida Daksha, mas com uma cabeça de um carneiro (ou cabra). Sati acabou reencarnando como Parvati e casando com Shiva.


Com Parvati, Shiva teve um filho, o deus Ganesha. O menino foi criado a partir da terra e do barro para lhe fazer companhia e protegê-la enquanto Shiva praticava suas jornadas de meditação. Um dia, no entanto, Shiva retornou e encontrou Ganesha guardando a sala onde Parvati tomava banho. Shiva lhe perguntou quem era e não acredita quando o menino conta que é seu filho. Pensando que Ganesha fosse somente um mendigo insolente, Shiva convocou sua guarda pessoal, os bhutaganas, para lutarem contra o menino. Não só Ganesha se opôs com sucesso aos buthaganas, como ele também derrotou todos os deuses que vieram em auxílio de Shiva. Com a ajuda do poder de Vishnu para criar uma ilusão deslumbrante, os deuses conseguiram tomar de surpresa Ganesha, e assim Shiva cortou-lhe a cabeça. Parvati, furiosa com isso, enfrentou Shiva. Eventualmente, Paravti concordou em fazer a paz, sob a condição de que seu filho fosse restaurado à vida. Shiva concordou e ordenou que os devatas viajassem até o norte e trouxessem de volta a cabeça do primeiro animal que encontrassem, o qual acabou sendo um elefante. Assim, Ganesha foi restaurado à vida e Shiva, impressionado com seu talento de combate, fez dele chefe dos buthaganas.

Outros filhos de Shiva são Skanda ou Karttikeya, o deus da guerra e Kuvera, o deus dos tesouros.

Mitologia

O surgimento de Shiva

Shiva surgiu pela primeira vez quando Brahma e Vishnu discutiam sobre qual deles era o mais poderoso. Seus argumentos foram interrompidos pelo súbito aparecimento de um grande pilar em chamas, cujas raízes e ramos se estendiam além da vista da terra e do céu. Brahma tornou-se um ganso e voou tentando encontrar o topo do pilar, enquanto Vishnu se transformou em um javali e cavou a terra para procurar suas raízes. Sem sucesso em suas buscas, os dois deuses retornaram e viram Shiva surgir a partir de uma abertura no pilar. Reconhecendo o grande poder de Shiva, eles o aceitaram como o terceiro governante do universo.


Como Shiva ficou azul

Certa vez, Shiva salvou os deuses e o mundo da destruição ao engolir o veneno de Vasuki, o rei das serpentes, que ameaçou vomitar seu veneno nos mares.  Shiva, assumindo a forma de uma tartaruga gigante, recolheu o veneno na palma da mão e bebeu. Beber o veneno fez a pele de Shiva ficar azul, e ele é frequentemente mostrado dessa forma nas artes. 


Domando o rio Ganges

Um dos maiores serviços de Shiva para o mundo foi domar o sagrado rio Ganges, que corre a partir do Himalaia. Nos primórdios do mundo, o Ganges corria somente através dos céus, deixando a terra seca. Depois que um homem sábio mudou o curso do rio, O Ganges tornou-se uma torrente em fúria e ameaçou inundar a Terra. Para evitar que isso acontecesse, Shiva se posicionou debaixo do rio e deixou que suas águas corressem através de seu cabelo, acalmando assim o seu fluxo.


Tornando-se o mais poderoso

Existe ainda uma história onde os deuses batalhavam contra uma horda de demônios, e não estavam conseguindo derrotá-los. Os deuses pediram a ajuda de Shiva, que concordou em ajudar com a condição de que os deuses lhe emprestassem um pouco de sua própria força. Os deuses, sem nenhuma alternativa, concordaram e transferiram para Shiva parte de seus poderes. No entanto, depois de derrotar os demônios, Shiva se recusou a devolver a força emprestada, e como resultado, tornou-se o ser mais poderoso do universo. 


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16 de junho de 2014

Chasca

۞ ADM Sleipnir


Chasca (ou Ch'aska) é a deusa inca da aurora e do crepúsculo e também personifica o planeta Vênus. Juntamente com seu consorte, o deus sol Inti, ela usa a luz para iluminar os brotos no solo e fazê-los se tornarem flores. Seu relacionamento com Inti e sua natureza terna lhe associavam ao amor. 

Chasca é descrita como uma bela donzela de cabelos ondulados. De acordo com a tradição, ela se comunica com as pessoas através das nuvens e do orvalho, que cai sobre a terra quando ela balança seus cabelos. Segundo a mitologia inca, era ela quem controlava o tempo e protegia as jovens virgens. Chasca era adorada ao amanhecer e ao entardecer dos dias.

No antigo festival Inca do Sol, os incas adoravam Chasca e Inti enquanto aguardavam o nascimento do sol. As pessoas preparavam oferendas aos deuses, seguidas de danças folclóricas em torno das fogueiras rituais. Eles também queimavam roupas velhas no fogo ritual para espantar as doenças e também o azar. Conforme as roupas eram consumidas, Chasca transformava a energia negativa em positiva.


Chasca, a Virgem da água (El Salvador)

Em El Salvador, existe uma história sobre uma deusa dos pescadores também chamada Chasca.  Conta-se que em um tempo distante, viveu na Barra de Santiago um homem  muito rico e cruel, chamado Pachacutec. Ele tinha uma linda filha chamada Chasca, que era prometida de um príncipe da tribo zutuhilChasca, no entanto, já havia se apaixonado por um jovem pescador chamado Acayetl. Ela o viu atrás de seu pai na praia onde, de sua jangada cantava doces canções.

Pachacutec era contra esse amor. No entanto, todos os dias, assim que o sol nascia atrás da montanha, Chasca escapava de sua cabana e ia até a praia para visitar Acayetl. Certo dia, ao chegar na praia onde seu amado vivia, Chasca sentiu um forte vento arrastar os abacaxis; a praia estava deserta, fria e triste, como se o ambiente estivesse prevendo o que estava para acontecer.

Acayetl  surgiu em sua jangada e vinha se aproximando da praia quando de repente, de trás dos juncos da costa, alguém atirou uma flecha em direção ao pescador, que morreu instantaneamente. O misterioso assassino tinha sido enviado por Pachacutec .

Chasca observou o crime de longe e gritou horrorizada. Em seguida, ela tomou a decisão de acompanhar o seu amado na morte, amarrando uma pedra em sua cintura e pulando na água. Após a morte de Pachacutec, Chasca começou a aparecer durante as noites de luar na Barra de Santiago, em sua canoa branca ao lado de Acayetl. Dizem que nessas noites em especial, a pescaria é abundante. 


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13 de junho de 2014

Ghillie Dhu

۞ ADM Sleipnir


Um Ghillie Dhu (escocês, plural: Ghillies Dhu; irlandês: Gille Dubh) é um espírito guardião das árvores pertencente ao folclore escocês, na maioria das vezes retratado como uma fada, elfo ou duende. É provável que tenha sido adorado como uma divindade das árvores ou florestas em tempos antigos. O Ghillie Dhu é um ser solitário, que se encarrega de proteger as florestas que cercam seu lar da destruição empregada pelo homem ou pela natureza. 

Ghillies Dhu são descritos como seres de baixa estatura, podendo atingir 1 metro de altura conforme a fonte. Seus cabelos são negros como a noite, seus olhos são de um marrom profundo e seus braços são longos e finos. A cor de sua pele varia conforme as estações do ano, passando de verde a marrom. Eles vestem roupas feitas com folhas costuradas e malhas de grama e musgos. 

Nas florestas, são geralmente encontrados em bosques de bétulas, sua espécie preferida de árvore. Embora eles sejam mais ativos durante a noite, eles não considerados criaturas noturnas. Quando vão dormir, o fazem no chão sobre um ninho criado a partir de fibra vegetal. Sua dieta consiste de frutas e nozes.


Natureza


As histórias sobre os Ghillies Dhu geralmente são conflitantes em relação à sua natureza. Algumas delas afirmam que eles são seres notoriamente tímidos e inofensivos, que preferem evitar o contato com os humanos. Outras histórias retratam um lado mais sombrio, onde os Ghillies Dhu não gostam de seres humanos. Essas histórias alertavam as pessoas a serem cautelosas ao andar pelos bosques encantados durante à noite, caso contrário elas poderiam ser agarradas pelos longos braços de um Ghillie Dhu e acabarem escravizadas para sempre no reino das fadas .

Apesar de sua timidez, os Ghillies Dhu são seres gentis com crianças e quando eles encontram uma perdida na floresta, eles prontamente se oferecem para ajudá-la a encontrar o seu caminho. Essa gentileza no entanto não se aplica aos adultos, e caso um Ghillie Dhu se sinta ofendido ou ameaçado por um deles, ele poderá fazer as raízes e galhos das árvores se moverem e prender o ser humano, fugindo logo em seguida. Conta-se que eles também podem usar os seus braços para esmagar essas pessoas.

Conforme o seu habitat nas florestas escocesas diminuiu ao longo do tempo, os Ghillies Dhu não só se tornaram mais acostumados com o homem - embora continuassem sendo tímidos e silenciosos -, mas também começaram a migrar para outras partes do mundo. Um contingente deles teria seguido caçadores escoceses até o Canadá no final dos anos 1700, e lá estabeleceram uma comunidade nas florestas da América do Norte.

Alguns deles escolheram adotar um estilo de vida onde estabelecem uma relação mais estreita com o homem. Através de um papel que lhes permite exercer o seu amor e desejo de cuidar de crianças humanas, mas preservando seu caráter tímido, estes Ghillies Dhu atuam realizando os serviços atribuídos à singular "Fada dos Dentes". Vivendo em quintais e parques, estes Ghillies Dhu visitam as crianças durante à noite, a fim de recolher os seus dentes, os quais eles usaram para lançar uma magia de proteção sobre a criança. 

Já aqueles que ficaram para trás na Escócia, ou morreram ou se uniram à outras espécies de fadas, perdendo assim sua identidade.



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12 de junho de 2014

Vali (Filho de Odin)

۞ ADM Sleipnir

Arte de Gal ZBZ

Vali (Wali, Ali, Bous) era o filho mais novo do deus Odin com a princesa (ou giganta ou deusa, conforme a fonte) Rinda. Ele nasce com o único propósito de vingar a morte do seu meio-irmão Balder, morto pelo deus cego Hod após este ser enganado por Loki.

Vali é a personificação da luz dos dias que crescer mais com a aproximação da primavera. Como os raios de luz eram descritos frequentemente como setas, Vali era geralmente representado e venerado como um arqueiro. Vali é um dos poucos deuses destinados à sobreviverem ao Ragnarok, o fim do mundo nórdico.

Após a cristianização dos povos germânicos, Vali passou a ser sincretizado com São Valentim.

Vali, o vingador

Após Balder, o amado filho de Odin, passar a ser atormentado por  sonhos assustadores, Odin resolveu realizar uma viagem até Niflheim, afim de obter explicações acerca dos mesmos. Lá, uma vidente conta a Odin que esses sonhos são um presságio, e que Balder seria morto e sua morte seria vingada por um de seus filhos, mas o mesmo ainda não havia nascido. Esse filho iria matar Hod (o assassino de Balder) com apenas uma noite de vida, estando ainda sujo e com os cabelos desgrenhados.

Hod

Após ouvir a profecia, Odin decide enviar Hermod, o mensageiro do deuses, até um poderoso mago chamado Rosthioff, para tentar obter mais informações. Hermod tomou emprestado o cavalo de Odin, Sleipnir  e também seu cajado mágico e partiu . A viagem foi longa e Hermod enfrentou muitos perigos, mas conseguiu chegar ao país desolado onde o mago morava. Rostioff não recebeu Hermod de maneira cordial. Ele tomou a forma de um  terrível gigante e aproximou-se com uma forte corda, mas Hermod o feriu com o cajado mágico, derrubando-o no chão e o amarrando com sua própria corda.

Sem saída, Rosthioff prometeu ajudar Hermod se pudesse ser libertado das cordas. Hermod afrouxa os laços que prendiam Rosthioff, e o mesmo invocou feitiços até que o céu ficou escuro. Depois surgiu a imagem de um rio de sangue, representando a morte de Balder. Em seguida surgiu a imagem de uma bela  mulher com um bebê nos braços. O bebê saltou para o chão e imediatamente começou a se transformar em um verdadeiro guerreiro. Ele atirou uma flecha em direção à escuridão e, em seguida, a visão terminou. O mago explicou que a mulher se chamava Rinda, filha do rei dos rutenos, Billing. Ela seria a mãe de Vali, que mataria Hod com seu arco e flecha. Após obter a revelação, Hermod retorna a Asgard para transmiti-la a Odin.

Sabendo o nome da futura mãe de seu filho, Odin se disfarçou como um homem comum e partiu para o reino do rei Billing, que no momento estava sendo ameaçado de invasão. Odin (sem revelar quem realmente era) auxilia o rei dando-lhe conselho de como derrotar os invasores, e assim o reino é salvo. Ele pede a mão de Rinda em casamento, mas a mesma se recusa a casar com qualquer um que seja. Odin tenta por mais duas vezes, sem sucesso, conquistar Rinda e obter sua mão em casamento. Enfurecido, Odin usa suas magias rúnicas e faz Rinda adoecer. Odin se transforma numa curandeira e se oferece ao rei para cuidar de Rinda. Uma vez a sós com ela, ele revela sua identidade, e a mesma acaba concordando em se casar com Odin, para se livrar dos feitiços que ele havia usado.  

Nove meses depois, nasceu Vali, e para espanto de todos, ele começou a crescer e crescer até se tornar tão grande quanto um homem adulto. Odin logo percebeu que aquele era o menino da profecia. Vali atravessou a Bifrost indo em direção a Asgard. Sujo e com os cabelos desgrenhados (conforme a profecia), Vali puxou uma flecha da aljava que ele carregava consigo e atirou-a em Hod, que morreu instantaneamente. A  morte de Balder tinha sido vingada. 



fontes:
  • Livro "Ragnarok - O Crepúsculo dos Deuses" de Mirella Faur;
  • Livro "Norse Mythology A to Z" de Kathleen N. Daly.
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Ruby