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28 de fevereiro de 2013

Okiku, A Boneca Viva

۞ ADM Sleipnir


Kikuko tinha três anos de idade, quando adoeceu gravemente. Seu irmão visitava a cidade de Sapporo, Hokkaido (ilha ao norte do Japão) quando viu uma boneca e a comprou para Kikuko. A pequena adorou a boneca e não mais separou-se dela, nem por um momento. Porém a doença agravou-se e Kikuko faleceu.

É costume no dia da cremação do corpo colocar os objetos que a pessoa mais gostava dentro do caixão a ser cremado junto com o corpo. Na ocasião porém, a família no auge da dor da separação, esqueceu-se de colocar a boneca junto à menina. Após a cremação a boneca, que recebeu o nome Okiku, foi colocada no oratório onde a família fazia as orações, ao lado das cinzas da criança. 

Na década de 40 veio a Segunda Guerra Mundial, e a família teve de fugir para o interior, deixando a boneca com os sacerdotes do templo Mannenji, que a guardaram juntamente com as cinzas de Kikuko. Após o fim da guerra, a família voltou para a cidade, procurando pelos seus pertences no templo, onde perceberam com espanto que os cabelos da boneca cresceram. A pedido do irmão da menina, a boneca continuou no templo.

A imprensa noticiou o fenômeno, chamando a atenção de pesquisadores para que fosse dada uma explicação científica para o caso, o que até hoje não aconteceu. O templo que fica em Hokkaido é visitado por turistas e curiosos que querem ver a fantástica transformação da boneca. Há controvérsias, mas dizem que as transformações são visíveis: o cabelo antes na altura dos ombros, agora chega à cintura.

Os lábios, antes cerrados, estão entreabertos e úmidos, e seus olhos parecem olhar para as pessoas com expressões de quem tem vida. Os japoneses levam muito a sério a vida após a morte e para eles que reverenciam deuses e objetos, tudo é dotado de espírito e precisa ser queimado quando não é mais usado, em sinal de agradecimento e para que descansem em paz após serviços prestados.


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27 de fevereiro de 2013

Esfinges

۞ ADM Berserker



Esfinge egípcia

A imagem das esfinges é tradicionalmente representada como a de criaturas que tem o corpo de leão e a cabeça de um humano ou falcão, embora algumas vezes possam ter a cabeça de outros animais. Diferentemente da esfinge grega, as egípcias são geralmente apresentadas com seres humanizados, além disso, as esfinges egípcias eram vistas como muito benevolentes, em contraste com sua versão grega, que era malévola, sendo consideradas como uma espécie de guardiãs, muitas vezes representadas em enormes estátuas colocadas nas entradas dos templos.

Cada tipo de esfinge possui uma denominação diferente, que esta de acordo com o modelo de sua cabeça. Os tipos mais comuns de esfinges egípcias são: androsfinge - corpo de leão com cabeça de humano; hierocosfinge - corpo de leão com cabeça de falcão; criosfinge - corpo de leão e cabeça de ovelha (usada para representar o deus Amon).

Quando representadas com a cabeça humana, geralmente era a cabeça de um faraó. Assim como as pirâmides, também simbolizavam uma demonstração extrema de poder, com associações solares sagradas. A maior e mais famosa é a esfinge do planalto de Gizé, a Sesheps, na margem oeste do Nilo, possuindo um pequeno templo entre suas patas. Acredita-se que essa esfinge carregue o rosto do faraó Quéfren ou possivelmente a de seu irmão, o faraó Djedefré, sendo datada de algum momento na quarta dinastia, um período que compreende entre 2723 a.C. a 2563 a.C. Contudo, há algumas teorias alternativas que datariam a esfinge ao período que antecede o antigo império, que pode ter sido em tempos pré-históricos.


Esfinge grega

Na tradição grega havia uma única esfinge, ela era um demônio que trazia com sigo muita destruição e má sorte e de acordo com Hesíodo era filha da Quimera com Ortro, outros dizem que era filha de Tifão e Equidna. A esfinge tem pernas de leão, asas de águia, cauda de serpente e o rosto de mulher, era uma criatura tida como extremamente traiçoeira e impiedosa.

A mitologia grega conta que a esfinge foi enviada por Hera ou Ares de sua casa na Etiópia para guarda a entrada da cidade grega de Tebas, permitindo apenas a passagem de viajantes que conseguissem responder sua charada, o quebra-cabeças mais famoso da história, conhecido como “O Enigma da Esfinge”, o quebra-cabeça exato perguntado pela esfinge não foi especificado por vários contadores de histórias, e não era padronizado como o dado abaixo até mais tarde na história grega:

- Decifra-me ou devoro-te: Que criatura pela manhã tem quatro pés, ao meio-dia tem dois, e à tarde tem três e é mais fraca quando tem mais pés?


Como ninguém conseguia responder corretamente, ela estrangulava e depois devorava qualquer um que tentava cruzar a passagem, dai a origem do nome esfinge, que deriva do grego sphingo (estrangular). Após essa grande matança que deixou o povo de Tebas aterrorizado, ela foi facilmente derrotada por Édipo, o único que foi capas de concluir que a resposta seria “O homem, pois engatinha como bebê, anda sobre dois pés na idade adulta, e usa um arrimo (bengala) quando é ancião”.

Furiosa com tal resposta, a esfinge teria cometido suicídio, atirando-se de um precipício. Versão alternativa diz que ela devorou-se.

Esfinges na arte

Na arte decorativa europeia, a imagem da esfinge teve um grande ressurgimento durante o Renascimento. Mais tarde, as esfinges que seguiam muito o conceito original egípcio, foram incorporadas em muitas outras culturas, embora muitas vezes interpretadas de forma bastante equivocada, devido a problemas nas traduções dos escritos originais e da evolução do conceito em relação a outras tradições culturais. Geralmente, o papel das esfinges está associado a grandes estruturas arquitetônicas, como tumbas reais e templos religiosos. A esfinge mais antiga conhecida foi encontrada perto de Gobekli Tepe, em Nevali Cori, Turquia, datada de 9.500 a.C.

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26 de fevereiro de 2013

A Ilha das Bonecas

۞ ADM Sleipnir


Em uma sombria e assustadora ilha nos canais de Xochimico, perto da Cidade do México, fica o que pode ser a atração turística mais estranha e assustadora do mundo . No entanto, esta triste ilha não foi concebida para ser uma parada em itinerários dos turistas de férias. A Ilha das Bonecas foi dedicada à alma perdida de uma menina pobre que se encontrou o seu destino cedo demais.

A Ilha das Bonecas (Isla de las Muñecas) está localizada nos canais do sul da Cidade do México e é a atual casa de centenas de terríveis bonecas mutiladas. Seus membros decepados, cabeças decapitadas, e os olhos em branco enfeitam árvores, cercas e quase todas as superfícies disponíveis. As bonecas parecem ameaçadoras mesmo à luz brilhante do meio-dia, mas no escuro são particularmente assombrosas.


Não surpreendentemente, as origens da ilha encontram-se em uma tragédia. A história diz que o único habitante da ilha, Don Julian Santana, encontrou o corpo de uma criança que se afogou no canal cerca de 50 anos atrás. Ele foi assombrado por sua morte, por isso, quando ele viu uma boneca flutuando no canal, logo depois, ele pendurou em uma árvore para agradar a menina. Ele esperava tanto apaziguar sua alma torturada e proteger a ilha de posteriores males.

Uma boneca em uma árvore, no entanto, não foi suficiente para aliviar a mente perturbada de Santana. Ele continuou a pescar bonecas e peças de boneca para fora do canal sempre que ele as via, pendurando cuidadosamente cada uma delas na ilha. Não havia bonecas no canal suficientes para satisfazer o espírito torturado, então Santana começou a revirar os montes de lixo que encontrava em suas raras viagens para longe de casa. Mais tarde, ele começou a negociar frutas e legumes produzidas no seu lar, trocando-os por bonecas.


Muitas histórias têm sido associados com a ilha ao longo dos anos. Um conto popular era que Don Julian tinha enlouquecido e acreditava que os bonecos eram  crianças de verdade, que ele tirou do  e tentou reviver. Mas a verdade, como dito por membros de sua família, que agora correm a ilha como uma atração turística, é que Don Julian simplesmente acreditava que a ilha era assombrada pelo espírito da menina. Por razões conhecidas somente por Don Julian, ele acreditava que ele poderia fazer a menina morta feliz e manter o mal na baía enforcando  bonecas descartadas em todas as árvores da ilha.

A história tomou um rumo particularmente sinistro em 2001, quando Don Julian morreu, aos 50 anos, afogado no canal exatamente como a menina. Muitas pessoas disseram que as bonecas, habitadas por espíritos torturados, conspiraram para matar o velho. Outros acreditam que a morte de Santana foi um acidente e que desde sua morte, as bonecas assumiram seu papel de zelador da ilha.


Embora a ilha não tenha recebido muita atenção turística durante a vida de Don Julian, tornou-se uma atração bem conhecida desde então. Equipes de televisão internacionais já filmaram -a  várias vezes, incluindo um show que alegou encontrar a prova que a ilha é assombrada.

Chegar na ilha é uma tarefa longa e difícil, mas andar entre os bonecos assustadores é uma experiência como nenhuma outra. A maioria, se não todas, destas bonecas foram rejeitadas pelos seus proprietários anteriores por várias razões. Membros decepados e corpos sem suas cabeças, pendurados lado-a-lado com bonecas totalmente esbranquiçadas pelo sol. O mofo cobre algumas, enquanto outras estão perdendo quase todo o seu cabelo artificial. Aranhas e insetos fixaram residência nas partes ocas da maioria dos bonecos.

Embora o sentimento Don Julian fosse inocente e admirável, o cemitério das bonecas que ele criou é inegavelmente assustador. Olhos sem alma seguem os visitantes conforme eles se movem ao redor da pequena ilha (que na verdade é um chinampa, ou jardim flutuante artificial), e muitos juram que podem ouvir as bonecas sussurrando para eles. Este trabalho de amor (ou medo, se olharmos por outro lado) resultou em uma sensação acidental entre aqueles que admiram o lado bizarro e deturpado do turismo.


fonte: 
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24 de fevereiro de 2013

A Casa dos Rostos

۞ ADM Sleipnir


Ao entrar em sua modesta cozinha em uma abafada tarde de agosto de 1971, Maria Gomez Pereira, uma dona de casa espanhola, espantou-se com o que lhe pareceu um rosto pintado no chão de cimento. Estaria ela sonhando ou alucinando? Não, a estranha imagem que manchava o chão parecia de fato o esboço de uma pintura, um retrato.

Com o passar dos dias, a imagem foi ganhando detalhes e a noticia do rosto misterioso espalhou-se com rapidez pela pequena aldeia de Belmez, perto de Córdoba, no sul da Espanha. Alarmados pela imagem inexplicável e incomodados com o crescente número de curiosos, os Pereira decidiram destruir o rosto; seis dias depois que este apareceu, o filho de Maria, Miguel, quebrou o chão a marretadas. Fizeram um novo piso e a vida dos Pereira voltou ao normal, mas não por muito tempo. Em uma semana, um novo rosto começou a se formar, no mesmo lugar do primeiro. Esse rosto, aparentemente de um homem de meia idade, era ainda mais detalhado. Primeiro apareceram os olhos, depois o nariz, os lábios e o queixo.


Já não havia como manter os curiosos a distância. Centenas de pessoas faziam fila fora da casa todos os dias, clamando para ver a “Casa dos Rostos”. Os Pereira tiveram que chamar a policia para controlar as multidões. Após a noticia se espalhar, a família resolveu preservar a imagem. Ele recortaram cuidadosamente o retrato e puseram em uma moldura, protegida com vidro, pendurando-o então ao lado da lareira.

Antes de consertar o chão, pesquisadores cavaram o local e acharam inúmeros ossos humanos, a quase três metros de profundidade. Todos passaram a acreditar que os rostos retratados no chão seriam dos mortos ali enterrados. Mas muitas pessoas não aceitaram essa explicação, pois a maior das casas da rua foram construídas sobre um antigo cemitério, mas só a casa dos Pereira estava sendo afetada pelos rostos misteriosos.


Duas semanas depois que o chão da cozinha foi cimentado pela segunda vez, outra imagem apareceu. Um quarto rosto - de mulher - veio duas semanas depois. Em volta deste ultimo apareceram vários rostos menores; os observadores contaram de nove a dezoito imagens. Ao longo dos anos os rostos mudaram de formato, alguns foram se apagando. E então, no inicio dos anos oitenta, começaram a aparecer outros.

O que ou quem criou os rostos fantasmagóricos no chão daquela humilde casa? Pelo menos um dos pesquisadores sugeriu que as imagens seriam obra de algum membro da família Pereira. Mas alguns químicos que examinaram o cimento declararam-se perplexos com o fenômeno. Cientistas, professores universitários, parapsicólogos, a policia, sacerdotes e outros analisaram minuciosamente a imagem no chão da cozinha de Maria Gomes Pereira, mas não concluíram nada que pudesse explicar a origem dos retratos.


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23 de fevereiro de 2013

Sekhmet

۞ ADM Sleipnir


Sekhmet (também Sachmet, Sakhet, Sekmet ou Sakhmet) é uma deusa solar e também a deusa da vingança e das doenças na mitologia egípcia. É filha do deus solar , esposa do deus Ptah e mãe de NefertemEla era uma feroz deusa da guerra, a destruidora dos inimigos de Rá e Osíris e seu temperamento era incontrolável. 

Seu nome é derivado da palavra egípcia sekhem, que significa poder, força e ela representa o escaldante, ardente e destrutivo calor do sol. Ela possui as características de uma mulher com cabeça de leoa coberta por um véu,  às vezes com a adição de um disco solar na cabeçaSuas estátuas sentadas mostram ela segurando o ankh (a chave da vida), mas quando ela é representada caminhando ou em pé, ela geralmente tem um cetro formado a partir de papiro (o símbolo do norte ou Baixo Egito), sugerindo que ela estava associada principalmente com o norte. No entanto, alguns estudiosos afirmam que a divindade foi introduzida a partir do Sudão (sul do Egito), onde os leões são mais abundantes. 



Em sua lenda, Ra a enviou para que punisse a humanidade pelos pecados que os homens cometiam, porém a raiva de Sekhmet se tornou tão grande, que ela extrapolou matando pecadores e inocentes por igual, e ela teria destruído toda a humanidade se Ra não tivesse tido piedade dos homens. Ele então a enganou tingindo de vermelho sangue 7000 barris com cerveja, e derramou em seu caminho. Ela bebeu tudo acreditando ser sangue humano e ficou completamente bêbada. Com isso ela logo se esqueceu de sua raiva e assim a humanidade foi salva da destruição.

O centro principal do culto a Sekhmet estava em Memphis (Men Nefer), onde foi adorada como "a destruidora" ao lado de seu consorte Ptah (o criador) e Nefertem (o curandeiro).

Alcunhas

A deusa possuía várias alcunhas relacionadas ao seu papel como deusa vingadora e trazedora de doenças: "Dama Vermelha", "Dama da Pestilência", "Dama do Terror" e também era chamada de "Senhora da Vida", por seu papel como patrona dos médicos e curandeiros.

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22 de fevereiro de 2013

Kokopelli

۞ ADM Dama Gótica

Kokopelli é um deus da fertilidade, geralmente representado como um flautista corcunda (muitas vezes com penas ou antena e como saliências na cabeça), que tem sido venerado por algumas culturas nativas norte-americanas no sudoeste dos Estados Unidos. Como a maioria das divindades da fertilidade, Kokopelli preside tanto o parto e agricultura. Ele também é um deus trapaceiro e representa o espírito da música. 

Entre os Hopi (povo indígena nativo da América do Norte), Kokopelli carrega fetos nas costas e os distribui para as mulheres, por esta razão, as meninas muitas vezes o temem. Ele frequentemente toma parte em rituais relativos ao casamento, e se Kokopelli é por vezes representado com uma consorte, uma mulher chamada Kokopelmana pelo povo Hopi. Diz-se que Kokopelli pode ser vista na Lua cheia e minguante, muito parecido com o "coelho na lua ". 

Kokopelli também preside a reprodução de animais de caça, e por esta razão, ele é muitas vezes representado com companheiros animais como o veado ramsand. Outras criaturas comuns associados são cobras ou animais como lagartos e insetos. 


Em seu domínio sobre a agricultura, o flautista Kokopelli afugenta o inverno e traz a primavera. Muitas tribos, como os Zuni, também associar Kokopelli com as chuvas. Ele freqüentemente aparece com Paiyatamu, outro flautista, em representações de milho de moagem cerimônias. Algumas tribos dizem que ele carrega sementes e bebês nas costas. 

Nos últimos anos, a versão masculina de Kokopelli tem sido adotada como uma maior símbolo do sudoeste dos Estados Unidos como um todo. Sua imagem adorna inúmeros itens, como camisetas, bonés e chave cadeias. A ciclovia entre a Grand Junction, Colorado, e Moab, Utah, é agora conhecida como a Trilha Kokopelli. 

Kokopelli é reverenciado pelo menos desde o tempo dos povos ancestrais Pueblo. As primeiras imagens conhecidas dele aparecem em cerâmica Hohokam datado em algum momento entre 750 e 850 d.C..


Kokopelli podem ter sido originalmente uma representação dos antigos comerciantes astecas, conhecidos como pochtecas, que pode ter viajado para a região do norte da Mesoamérica. Estes comerciantes trouxeram suas mercadorias em sacos pendurados em suas costas e este saco pode ter se transformado em corcova familiarizado Kokopelli. Algumas tribos consideram Kokopelli ter sido um comerciante. Estes homens podem também ter usado flautas de anunciar-se como amigável quando eles se aproximaram de um acordo. Esta origem ainda está em dúvida, no entanto, uma vez que as primeiras imagens conhecidas de Kokopelli são anteriores à grande era da Mesoamérica Ancestral e do comércio de povos Pueblo por várias centenas de anos. 

Muitos acreditam que Kokopelli era mais do que um comerciante, e mais significativamente, um transportador de informação importante e bugigangas de longe. Como um contador de histórias, por excelência, Kokopelli tinha o dom de línguas com um repertório formidável de habilidades do corpo de linguagem narrativa para elogiar seus muitos talentos. Anúncio de costume Kokopelli ruidosa chegada garantidos tanto a identidade e, portanto, a segurança, de sua presença única em uma comunidade. Muitas vezes acompanhada de um aprendiz em suas viagens e comércio, Kokopelli era importante na ligação entre comunidades distantes e diversificadas. Na América do Sul (Andes), o personagem do "Ekeko" funcionava da mesma forma. Após a chegada, o seu bater e tinir de suas mercadorias penduradas tudo sobre suas costas sinalizava todos os produtos que tinha para uma noite de entretenimento e comércio. 


Ainda hoje, os eventuais visitantes de fora são chamados de "Kokopelli" quando trazem notícias, histórias, e quinquilharias do mundo exterior para compartilhar com os pequenos pueblos ou aldeias. 

Outra teoria é que Kokopelli é um inseto antropomórfico. Muitas das primeiras representações de Kokopelli são similares a um inseto. O nome "Kokopelli" pode ser uma combinação de "Koko", outra divindade Hopi, a uma palavra Hopi para designar a mosca ladra do deserto, um inseto com uma tromba acentuada e arredondado para trás, que também é conhecido por suas aplicadas inclinações sexuais. A etimologia mais recente é que Kokopelli significa literalmente "kachina corcunda" (espírito corcunda), porque os Hopis eram da tribo de quem os exploradores espanhóis aprenderam sobre o deus, e passaram a usar seu nome comumente. 

Kokopelli é uma das figuras mais encontradas nas pinturas rupestres e pictogramas do Sudoeste. A primeira figura conhecida e datada de cerca de 1000 dC. Os missionários espanhóis na área convenceram os artesãos Hopi a omitir e falar de suas representações da figura. Como a maioria das kachinas, o Hopi Kokopelli era frequentemente representado por um dançarino humano. Kokopelli é uma escultura frequentemente esculpida hoje. 

Uma figura semelhante é encontrado em produtos manufaturados da cultura do Mississipi, sudeste dos EUA. Entre aproximadamente 1200-1400 AD, vasos de água foram criados na forma de uma mulher corcunda. Estas formas podem representar uma heroína cultural ou ancestral fundador, e pode também refletir os conceitos relacionados com as bênçãos vivificantes de água e da fertilidade.


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21 de fevereiro de 2013

Pachamama

۞ ADM Sleipnir

Arte de ORUPSIA

Pachamama (ou Pacha Mama) é uma deusa da fertilidade, cujas origens são encontradas na mitologia inca. Seu nome, freqüentemente traduzido como "Mãe Terra", na verdade significa "Mãe de Todos" (mama se refere a uma figura materna sagrada e pacha é um termo complexo que indica conceitos como tempo e espaço, a terra, divino e sagrado). Apesar dos invasores espanhóis terem destruído o Império Inca durante o século XVI, as representações de Pachamama foram preservadas e continuam a permear a cultura andina hoje, sendo encontrada nos contextos de religião, arte e vida cotidiana. 

As mulheres não tinham autoridade dentro das instituições religiosas da civilização inca, mas elas foram cruciais para o sistema de crenças da civilização.  Como parte essencial desse sistema, Pachamama simbolizava a doadora de vida, tanto para o povo Inca quanto para a Terra ,  gerando pessoas e nutrindo a elas e a terra em que viviam. Hoje, Pachamama existe como figura de Mãe Universal para muitos na sociedade andina, e é ritualizada como uma figura de fertilidade e proteção da terra. 


Na imagem acima, Pachamama é representada com o seu corpo espalhado de forma simétrica, e ela está envolvida inteira e pacificamente dentro de um círculo. Com as pernas estendidas, um bebê sorridente desce de dentro dela, o topo de sua cabeça dilatando o canal de Pachamama . Ao abrir-se para o seu bebê, Pachamama descansa as pernas em uma posição relaxada de cócoras, flutuando-o confortavelmente debaixo de seu fundo. Os braços dela viram para fora, com os cotovelos pressionados em suas coxas para suportar o peso de seu torso. Olhando para o seu espectador, Pachamama sorri, enquanto traz seu bebê com calma para o mundo. Visualmente, a imagem de Pachamama proporciona uma representação de uma mulher calma em um momento de pico de trabalho no qual o bebê começa a surgir e ela se abre. Seu corpo permanece relaxado e tranquilo durante o processo de nascimento. Simbolicamente, a deusa lembra mulheres da reverência cultural para a figura feminina, que sobreviveu e vem sendo celebrada por centenas de anos pelos povos andinos.

Seu dia de celebração é 1° de agosto, e nessa data, enterra-se, em um lugar próximo da casa, uma panela de barro com comida cozida. Também se põe coca, yicta, álcool, vinho, cigarros e chicha para alimentar Pachamama. Nesse mesmo dia deve-se por cordões de fio branco e preto, confeccionados com lã de lhama, enrolando-os à esquerda. Esses cordões se atam nos tornozelos, nos pulsos e no pescoço.


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20 de fevereiro de 2013

Lobisomem

۞ ADM Berserker



O Lobisomem, ou licantropo (homem-lobo em grego), é um homem que, segundo a lenda, pode se transformar em lobo nas noites de lua cheia, só voltando à forma humana com o nascer do sol. Peeira e Lobanil são nomes dados à versão feminina dos Licantropos. Apesar dos lobisomens terem origens europeias, lendas de criaturas semelhantes podem ser encontradas em vários lugares do mundo.

Origens:

A principal origem da lenda dos Lobisomens está na mitologia grega. Uma das personagens mais famosas foi o pugilista Damarco de Parrásia, herói olímpico que assumiu a forma de lobo durante nove anos após um sacrifício feito a Júpiter Liceu. Outro personagem famoso foi o Rei Licaão, que foi transformado por Zeus em um lobo como punição pelo fato de gostar de comer carne humana.

No entanto, alguns estudiosos afirmam que a origem real das lendas do lobisomem esteja na Ircàna, região da antiga Pérsia. A principal evidência é o fato de muitos nomes de tribos indo-europeias, bem como sobrenomes modernos (Lopes, por exemplo) significarem lobo ou mesmo homem-lobo.

As lendas dos licantropos parecem estar ligadas aos constantes ataques de lobos na Europa e América do Norte. Como são predadores temidos, os lobos logo entraram no folclore desses povos. Há criaturas semelhantes em diversas partes do mundo: homens-hienas (África), homens-tigres (Índia), homens-pumas e homens-jaguar (Américas Central e do Sul).

Antigamente, as lendas dos lobisomens eram usadas para explicar um distúrbio psicológico real: a licantropia clínica; doença em que as pessoas agem como animais. Também foi usada para explicar casos de matanças de violência extrema, mutilação e canibalismo.

Tradições ao redor do mundo

As lendas sobre os lobisomens variam de acordo com as tradições e a cultura dos países onde são contadas:
  • Na Rússia, se diz que o menino nascido no dia 24 de dezembro será um lobisomem. 
  • O escritor sueco Olaus Magnus afirma que na Livonia, as pessoas se tornam lobisomens após beberem um tipo especial de cerveja duas vezes. 
  • No Brasil, se diz que o lobisomem é a oitava criança em uma sequência de filhos do mesmo sexo, ou o menino nascido após uma sucessão de sete mulheres. Também se diz que o lobisomem se transforma à meia noite de sexta-feira, em uma encruzilhada. Depois de transformado, sai à noite procurando sangue, matando ferozmente tudo que se move. Antes do amanhecer, ele procura a mesma encruzilhada para voltar a ser homem. Em algumas localidades diz-se que eles têm preferência por bebês não batizados. Já em outras se diz que ele come fezes e não carne.
  • Em Portugal, acredita-se que o lobisomem coma os restos de animais mortos. Ele também é o sétimo filho da família e só não se tornará lobo se for batizado com o nome de Bento. 
  • Em outros países europeus, acreditava-se que os licantropos se alimentam de cadáveres humanos, escavando tumbas de cemitério. 
  • Na Fennoscandia, os licantropos eram na verdade bruxas, que tinham grandes garras e a habilidade de paralisar animais domésticos e crianças com seu olhar. 
  • Os sérvios acreditavam na existência dos vulkodlaks: lobisomens que tiravam suas peles de lobo no inverno. Se alguém queimasse a pele do lobo, ele se livrava da maldição.


Os cassubianos e os eslovenos acreditavam que a criança que nascesse com muito cabelo, marcas de nascença ou com um calo na cabeça, tinha a habilidade de se transformar em lobo. Já os armênios, acreditavam que as mulheres que cometessem pecados mortais, eram condenadas a viver sete anos em forma de lobas. Nesse período, elas devoravam seus próprios filhos e os de seus parentes e amigos.

A tribo Navajo, da América do Norte, acreditava na existência de feiticeiras vestidas com peles de lobo e conhecidas como Mai-cob. Os Naskapi, por sua vez, acreditava que os caribus eram protegidos por lobos gigantes que matavam caçadores imprudentes. No México, por sua vez, havia a crença no mahual, o homem-lobo que costuma roubar queijo e estuprar mulheres. Já no Haiti, há as lendas dos jé-rouges, lobisomens que entravam nas casas de mães de famílias e as acordavam, pedindo permissão para roubar-lhe os filhos. Como as mulheres estavam sonolentas e desorientadas, a resposta poderia ser sim ou não.

A forma mais conhecida de transmissão e contagio da licantropia é ser mordido por um lobisomem, apesar de ser uma forma famosa, ela é muito rara nas lendas, tendo sido popularizada pelos livros e filmes de horror. Segundo algumas tradições europeias, é possível se transformar em lobisomem: dormindo em uma noite de verão fora de casa em uma quarta ou sexta-feira com a lua cheia brilhando diretamente para sua face; tirando as roupas e colocando um cinto feito de pele de lobo; bebendo água de uma pegada de lobo ou lobisomem; fazendo uma aliança com Satã.

Ainda no campo cristão, a licantropia pode ser uma punição dada por Deus ou algum anjo a uma pessoa pecadora, ou ainda, pode ser resultado de excomunhão. No entanto, em 1690 um homem chamado Thiess, afirmava que os lobisomens são, na verdade, os soldados de Deus na luta contra bruxas e demônios, ele mesmo afirmava ser um lobisomem que precisava viajar ate o inferno ao menos três vezes ao ano para combater seres demoníacos.

A maioria das lendas de lobisomens relata a transformação de homem pra lobo como sendo um processo doloroso, precedido de muita inquietude e ansiedade. O lupino passa por uma série de convulsões e contrações, enquanto as características de lobo vão se desenvolvendo. Quando se transformam, os licantropos se parecem com grandes lobos, antropomorfizados ou não. Quando a transformação termina, os licantropos ficam cansados e muito debilitados.

Acredita-se que após a se tornar um mostro ao menos uma vez, certas características podem permanecer mesmo na sua forma humana. Os licantropos em forma humana, supostamente podem possuir sobrancelhas unidas, unhas curvadas, orelhas pontudas e um andar oscilante. Os russos acreditam que há cerdas debaixo de sua língua, e os brasileiros afirmam que eles são magros e pálidos. Psicologicamente, os lobisomens em forma humana costumam ser retratados como indivíduos muito melancólicos, depressivos e paranoicos. Em parte, devido ao fato de lembrarem vagamente de seus crimes e terem medo de serem descobertos.


Poderes:
  • Lobisomens são conhecidos por possuírem força e agilidade extremas, sendo mais fortes e rápidos que qualquer animal selvagem;
  • Sua visão é semelhante à dos humanos, no entanto, seus demais sentidos são ainda mais aguçados que dos lobos;
  • Possuem invulnerabilidade a quase todas as formas de danos e um poder de regeneração muito acelerado, o que faz deles criaturas quase totalmente imortais;
  • Os lobisomens também têm a capacidade de se acasalar, podendo haver relações tanto com humanos, como com lobos e com outros lobisomens. Todas as relações gerarão proles com licantropia.
Fraquezas:
  • Acredita-se que os lobisomens só podem ser eficientemente feridos com fogo, prata, acônito (um tipo de planta toxica, segundo a lenda, ela teria nascido da baba de Cérebros) ou por outros lobisomens. No entanto, somente a decaptação ou a destruição do coração podem mata-los;
  • Em alguns países acredita-se que os lobisomens têm outras fraquezas como centeio e cinzas de montanhas, estes elementos não os fazem mal, porem atrapalhariam seu faro.
Também há maneiras de se derrotar um lobisomem sem matar sua forma humana:
  • longos períodos de atividade física (segundo os antigos gregos);
  • exorcismos no intuito de se livrar do espirito selvagem do lobo;
  • alguns tipos de remédios medievais;
  • sangrar o monstro na testa (lenda siciliana);
  • pregar as mãos do monstro com pregos de ferro (atualmente, se afirma que lobisomens mais fracos perdem o poder temporariamente quando têm a mão ferida);
  • enviar três cartas com o seu nome como destinatário (lenda alemã da região de Schleswig-Holstein);
  • conversão ao Cristianismo (no caso de pessoas que nascem com a maldição).
Licantropos e a mídia:


As primeiras obras sobre licantropos foram escritas na Idade Média. Uma das primeiras foi o romance Bisclavret, de Marie de França, que mostra um lobisomem bonzinho, vítima de magia negra e que ajuda cavaleiros errantes. Mas a maioria das obras mostra os licantropos de outra maneira: demoníacos, servos de satã, inimigos da raça humana e sedentos por carne.

Nas versões mais antigas do conto de fadas de Chapeuzinho Vermelho, o lobisomem representa a figura simbólica do homem que tira a virgindade da garota. No século XIX, as histórias de horror gótico trazem de volta os licantropos do folclore: um homem amaldiçoado, que se transforma em lobisomem nas noites de lua cheia. Uma história que traz, implicitamente, referências aos licantropos é O Médico e o Monstro. Que mostra o caso de um médico que se transforma em monstro contra a sua vontade.



No século XX, houve uma explosão de livros de lobisomens nos Estados Unidos e na Inglaterra. Foi nessa época que foi escrito The Werewolf of Paris (1933) por Guy Endore, considerado o Drácula dos livros de lobisomem.

Mais recentemente, os licantropos passaram a ser mostrados como defensores da natureza. Um exemplo clássico é o RPG Lobisomem: O Apocalipse, da editora White Wolf.

O primeiro filme de lobisomem foi Werewolf of London, de 1935, e estabeleceu que o lobisomem sempre mate aqueles que ele mais ama. Não há referências à prata ou a atos de canibalismo neste filme. No entanto, o lobisomem que entrou na imaginação das pessoas foi Talbot, personagem central do filme The Wolf Man, de 1941, muito mais cativante do que seu antecessor, e que introduziu uma das características mais famosas dos licantropos: o fato de ser imune a tudo, menos à prata.

Com o passar dos tempos, os licantropos passam a ter a imagem de criaturas assassinas, que matam e comem pessoas compulsivamente e perdem toda a moral que tinham quando eram humanos.

Em tempos modernos, os licantropos passaram a ser vistos como uma raça a parte dos seres humanos, servindo como predadores ou competidores dos humanos. A licantropia também passou a ser vista como uma doença causada por vírus em algumas obras.

Recentemente, começou a surgir à figura do lobisomem heroico, que luta contra outros monstros e humanos malignos.

Curiosidades:
  • No interior do estado de São Paulo, divisa com Minas Gerais, esta localizada a cidade de Joanópolis, capital mundial do Lobisomem, com o maior numero de avistamentos da fera registrados em uma só cidade ate hoje;
  • Devido à crença de que o sétimo filho será um lobisomem, no norte da Argentina é costume os pais abandonarem, matarem ou cederem para adoção seus sétimos filhos. Em 1920, uma lei decretou que o presidente da Argentina é o pai (ou a mãe, no caso da Cristina Kirchner) de todo sétimo filho que nascer. Consequentemente, o Estado dá uma medalha de ouro no batismo da criança e custeia seus estudos até ele completar 21 anos;
  • Haroldo I da Noruega, fundador e o primeiro rei da Noruega, ficou conhecido por ter sido um Úlfhednar (couro de lobo). Os Úlfhednars eram guerreiros semelhantes aos Berserkers, mudando o fato deles se vestirem em peles de lobo ou urso, pois tinham a crença de os espíritos desses animais podiam ser incorporados dessa forma, e com isso, tornavam-se mais eficientes em combate. Ambos os tipos de guerreiros eram resistentes à dor e matavam impiedosamente em batalha, lutando como animais selvagens. Tais características, somadas ao costume de esconder os corpos de seus aliados derrotados acabaram contribuindo para a disseminação da lenda dos lobisomens.

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19 de fevereiro de 2013

Caos

۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

Caos (do grego Χάος, "abismo" ou "vácuo"), é na mitologia grega um dos protogenoi (deuses primordiais) sendo o primeiro a existir no universo. É uma divindade de natureza difícil de ser compreendida, pois as idéias sobre ela mudaram várias vezes conforme o decorrer das eras. Existem muitas explicações sobre como ou quem é Caos, mas a maioria das teorias o definem como o vácuo a partir da qual todas as coisas foram criadas e transformadas  em entidades distintas, ou onde todos existem numa forma confusa e amorfa, antes de serem separados em gêneros. Em outras palavras, o Caos é ou foi "nada".  Na teogonia órfica, Caos identificado com a mistura primordial de elementos - terra, água, fogo e terra - descria como a "Lama Primordial".

Com exceção do poeta Higino, que lhe atribui o gênero masculino, todos os outros o tratam como um ser andrógino (característica comum a muitos dos seres primordiais), e seus filhos  Nix (personificação da noite) e Érebo (personificação da escuridão), foram gerados através de cisões de si próprio. Gaia (a Terra), Eros (o Amor) e Tártaro (o Submundo) vieram a existir logo após Caos, e isso leva muitos ao erro de acreditar que estes também eram filhos dele.

Arte de Luca Arguto
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18 de fevereiro de 2013

Moloque

۞ ADM Sleipnir

Arte de Game Triumph

Moloque, também conhecido com Moloch, Molekh ou ainda Malcã, era um deus a quem algumas culturas próximas do Antigo Oriente (fenícios, cananeus, amonitas) sacrificavam crianças . Alguns estudiosos têm identificado com Melqart Moloch, um deus adorado na cidade de Tiro, na costa oriental do Mar Mediterrâneo. Seu nome vem de uma raiz que pode significar "Rei" e também "vergonha". Moloque também é o nome de um demônio na tradição cristã e cabalística.


Moloque era um deus de aparência horrenda, sendo representado como um homem com cabeça de boi, todo esculpido em bronze e com uma cavidade aberta no abdômen. Seus sacerdotes aqueciam sua estátua de tal modo que ela se tornava vermelha, trazendo assim a atenção de seus adoradores. Eles colocavam as crianças, geralmente seus filhos primogênitos, sobre as mãos estendidas da estátua do deus, e depois as atiravam dentro de seu abdômen incandescente, onde eram devoradas pelas chamas. Para não provocar arrepios nos assistentes, os iníquos sacerdotes de Moloque tomavam o cuidado de mandar soar trombetas e rufar tambores, abafando assim, no ruído de uma música infernal, o gemido dos pobres inocentes.


Segundo a Bíblia, a lei dada a Moisés poYahweh proibia os judeus de sacrificarem crianças a Moloque  (Lv 20,2-5). No entanto, o rei Salomão introduziu o culto de Moloque em Israel, e depois dele muitos outros o seguiram. O rei Acaz queimou seus próprios filhos no fogo (2 Cr 28:3), o rei Manassés também sacrificou seus filhos ao fogo (2 Cr 33:6) e as dez tribos de Israel também passaram pelo fogo seus filhos e filhas (2 Reis 17:17).

O santuário de Moloque era localizado em um local fora de Jerusalém, chamado Gehena, nome este que alguns cristãos adotam como um outro nome para o inferno. Fontes romanas afirmam que havia uma escultura de Moloque em Cartago, uma cidade no norte da África.

O rei Josias profanou Tofete, principal centro da adoração de Moloque em Judá, a fim de impedir que as pessoas fizessem seus filhos passar pelo fogo (2Rs 23:10-13), mas isso não erradicou esta prática para sempre. Ezequiel, que começou a servir como profeta 16 anos depois da morte de Josias, menciona a ocorrência dela nos seus dias (Ez 20:31).



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17 de fevereiro de 2013

Gleipnir

۞ ADM Dama Gótica


Na mitologia nórdica, Gleipnir é uma corrente mágica e macia como a seda, forjada pelos anões a pedido de Odin, para os deuses usarem-na para aprisionar o poderoso lobo Fenrir, até a chegada do Ragnarök. 

Os deuses tinham tentado prender Fenrir duas vezes antes, com correntes enormes de metal, a Laeding, que Fenrir permitiu ser amarrado com ela pelos deuses e então, encheu o peito e a corrente partiu-se, e a Drómi, que Fenrir deixou-se ser atado novamente e desta vez, apesar de difícil e com grande esforço, Fenrir também a partiu. Apesar de ambas serem de aço muito forte, elas falharam e Fenrir foi capaz de se libertar nas duas vezes. 

Os deuses ficaram muito assustados, mas Odin lembrou-se que não existia ninguém que fosse melhor ferreiro do que os anões do reino subterrâneo de Svartálfaheim. E assim Odin enviou o mensageiro Skirnir à Svartalfheim, com um pedido aos anões para que forjassem uma corrente impossível de ser quebrada. Com a promessa de ouro e riquezas, os anões concordam em fazer algo para prender o lobo. 

Algum tempo depois, Skirnir retornou com uma estranha corrente macia e maleável como seda. E quando Odin, curioso, pergunta do que ela é feita, Skirnir respondeu que para criar uma corrente que alcançasse o impossível, os anões formaram a cadeia com seis coisas impossíveis:
  • o som do passo de um gato; 
  • uma barba de mulher; 
  • as raízes de uma montanha; 
  • os tendões de um urso; 
  • a respiração de um peixe; 
  •  a saliva de um pássaro.

Apesar de Gleipnir ser tão fina quanto um fio de seda, é mais forte do que qualquer cadeia de ferro. Os deuses ficaram incrédulos, mas Skirnir lembrou-os de que os anões são possuidores de estranhos conhecimentos. Então os deuses novamente procuraram Fenrir e persuadiram-no a acompanhá-los até a Ilha de Lyngvi, situada no meio do Lago Amsvartnir. Lá, eles mostram a Fenrir a nova corrente, Gleipnir. 

Fenrir zombou da corrente, mas por insistência dos deuses o lobo começou a suspeitar de que Gleipnir pode ter sido feita com o uso de mágica e ficou receoso. Os deuses prometeram soltá-lo se ele não conseguir se livrar. 

Fenrir, então, propôs que enquanto ele fosse amarrado, um deles deixasse a mão dentro de sua boca como prova de sua sinceridade. O único deus que teve coragem para tanto foi Tyr. Fenrir então foi amarrado e lutou contra a fita Gleipnir mas, quanto mais ele lutava, mais ele se enredava nela e mais forte ela ficava. Furioso, e apesar de preso de forma segura, Fenrir foi capaz de decepar a mão de Tyr. 

Mesmo sabendo que um dia Fenrir se libertaria desse grilhão e causaria a morte dos deuses e a destruição do mundo (Ragnarök), os deuses preferiram não o matar. "O que tiver de ser, será", disseram.


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16 de fevereiro de 2013

Prometeu

۞ ADM Sleipnir

Arte de Black Hood

Na mitologia grega, Prometeu (grego Προμηθεύς, "previdência") foi o titã criador da humanidade, através de água e terra. É filho dos titãs Jápeto e Tétis (outras fontes apontam Climene, filha do titã Oceano, como sua mãe), e irmão de Atlas, Epimeteu e Menoécio. É pai de DeucaliãoA deusa Atena lhe ensinou arquitetura, astronomia, matemática, navegação, medicina e metalurgia, e ele, por sua vez ensinou aos seres humanos. Zeus, o líder dos deuses gregos, ficou com raiva de Prometeu por tornar as pessoas poderosas, ensinando-lhes todas essas habilidades úteis.

Quando os deuses escolheram Prometeu como árbitro em uma disputa, ele enganou o crédulo Zeus, fazendo-o escolher as piores partes do touro sacrificial, escondendo-as debaixo de uma camada rica em gordura. Para punir Prometeu, Zeus retirou o fogo dos homens. "Deixe-os comer sua carne crua", declarou ele. Em resposta, Prometeu, esgueirou-se até o Monte Olimpo, acendeu uma tocha no sol, e escondeu um pedaço de carvão queimando em um caule oco. Ele fugiu com ele e, assim, restituiu o fogo para a humanidade.


Zeus, como vingança, tentou, sem sucesso, enganar o irmão de Prometeu, Epimeteu, a aceitar a bela mas travessa Pandora como um presente. Epimeteu, consciente do anterior conselho de seu irmão, recusou. Depois de seu truque falhar, e com raiva de todos as trapaças cometidas contra ele, Zeus acorrentou Prometeu em um pilar nas montanhas do Cáucaso, onde todos os dias uma águia pousava sobre ele e se alimentava de seu fígado. Durante o frio noturno da montanha, o seu fígado se regenerava completamente, apenas para ser devorado novamente no dia seguinte.

Assim foi, dia após dia, ano após ano. Epimeteu casou-se com Pandora, em um vão esforço para libertar seu irmão. Pandora - tão maldosa quanto era linda - abriu a famosa caixa em que Prometeu tinha selado todos os males que afligem a humanidade, dentre eles: velhice, trabalho, doenças, insanidade, imoralidade e sofrimento, deixando apenas a esperança dentro dela. Só anos mais tarde, a mando de Héracles (Hércules), Zeus tornou Prometeu livre, com a condição de que outro tomasse o seu lugar no martírio, o que foi feito por Quíron, o rei dos centauros. Segundo Hesíodo, Prometeu foi solto após Héracles abater a ave que o devorava e quebrar as suas correntes.

Arte de Manuel Veloz Aguilar
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Ruby